Efeito da aplicação de ultrassons e ácido peracético na conservação de castanhas frescas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10198/28600 |
Resumo: | As castanhas frescas, por serem muitos suscetíveis a perda de peso e a danos por insetos e decomposição fúngica na fase pós-colheita, têm um tempo de vida útil limitado. Os métodos de conservação pós-colheita de castanha fresca utilizados atualmente de forma comercial apresentam limitações relevantes. Atualmente, a sua conservação pós-colheita é feita através do armazenamento à temperatura ambiente ou sob temperaturas de refrigeração e humidades relativas elevadas (90-95%). Mas antes da comercialização, os operadores industriais submetem as castanhas frescas a um tratamento por água quente, para aumentar a sua conservação e segurança alimentar, especialmente a castanha destinada à exportação. Tendo em conta a importância económica deste fruto em Portugal, justifica-se o esforço na exploração de métodos alternativos ou complementares aos existentes, que permitam disponibilizar ao mercado castanha fresca com qualidade satisfatória nas semanas seguintes à colheita. Ao consegui-lo, diminuir-se-á o seu desperdício e as perdas económicas ao longo da cadeia. Assim, este estudo teve como objetivo explorar a utilização de ultrassons, como técnica de lavagem, e a utilização de ácido peracético, como agente desinfetante, para aumentar a conservação de castanha fresca, de forma isolada ou em conjunto. Utilizaram-se castanhas frescas da variedade Longal, que foram submetidas aos seguintes tratamentos: (Q) calor (imersão em banho de água quente a 50 °C/45 min.); (P) ácido peracético (imersão em banho de ácido peracético a 262 p.p.m./15 min.); (U) ultrassons (imersão em água num banho de ultrassons a 50 Hz, 200 W/15 min.); (UP) ultrassons e ácido peracético, em simultâneo (imersão em solução de ácido peracético a 262 p.p.m., num banho de ultrassons a 50Hz, 200 W/15 min.); (S) ultrassons + ácido peracético, de forma sucessiva (imersão em água num banho de ultrassons a 50Hz, 200 W/7,5 min., seguido da imersão numa solução de ácido peracético a 262 p.p.m./7,5 min.). Imediatamente após os tratamentos (T0) e após 30, 60 e 90 dias de armazenamento das castanhas numa câmara de refrigeração industrial (a 0 - 2 oC e sem controlo da humidade relativa do ar), amostras de castanhas tratadas foram submetidas a análises físico-químicas (cor, textura, perda de massa, atividade da água, teor de humidade e teor de cinza) e microbiológicas (microrganismos a 30 °C e bolores e leveduras). Os resultados obtidos mostraram que os diferentes tratamentos pós-colheita aplicados tiveram efeitos distintos nos parâmetros físico-químicos e microbiológicos das castanhas ao longo de 3 meses de armazenamento. No final do período de armazenamento (90 dias), o tratamento de ácido peracético (P), apresentou os menores valores de perda de massa, com as diferenças a terem significado estatístico. O tratamento convencional (Q) foi o que mais promoveu a desidratação das castanhas. Os tratamentos testados não tiveram impacto na atividade da água, nem no teor de cinzas. O tipo de tratamento influenciou cor externa das castanhas nos parâmetros L*, b* e C*, enquanto o fator tempo (de conservação), influencia mais a coordenada a* e a tonalidade (h). O tratamento só com o ácido peracético (P) apresentou, de um modo geral, as menores contagens de microrganismos durante o armazenamento, mostrando ser o melhor método de preservação das castanhas. Deste modo, este método poderá constituir uma alternativa ou um complemento na descontaminação de castanhas na fase pós- colheita. |
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Efeito da aplicação de ultrassons e ácido peracético na conservação de castanhas frescasCastanhaConservaçãoPós-colheitaIndicadores de qualidadeDescontaminaçãoDomínio/Área Científica::Ciências Agrárias::Biotecnologia Agrária e AlimentarAs castanhas frescas, por serem muitos suscetíveis a perda de peso e a danos por insetos e decomposição fúngica na fase pós-colheita, têm um tempo de vida útil limitado. Os métodos de conservação pós-colheita de castanha fresca utilizados atualmente de forma comercial apresentam limitações relevantes. Atualmente, a sua conservação pós-colheita é feita através do armazenamento à temperatura ambiente ou sob temperaturas de refrigeração e humidades relativas elevadas (90-95%). Mas antes da comercialização, os operadores industriais submetem as castanhas frescas a um tratamento por água quente, para aumentar a sua conservação e segurança alimentar, especialmente a castanha destinada à exportação. Tendo em conta a importância económica deste fruto em Portugal, justifica-se o esforço na exploração de métodos alternativos ou complementares aos existentes, que permitam disponibilizar ao mercado castanha fresca com qualidade satisfatória nas semanas seguintes à colheita. Ao consegui-lo, diminuir-se-á o seu desperdício e as perdas económicas ao longo da cadeia. Assim, este estudo teve como objetivo explorar a utilização de ultrassons, como técnica de lavagem, e a utilização de ácido peracético, como agente desinfetante, para aumentar a conservação de castanha fresca, de forma isolada ou em conjunto. Utilizaram-se castanhas frescas da variedade Longal, que foram submetidas aos seguintes tratamentos: (Q) calor (imersão em banho de água quente a 50 °C/45 min.); (P) ácido peracético (imersão em banho de ácido peracético a 262 p.p.m./15 min.); (U) ultrassons (imersão em água num banho de ultrassons a 50 Hz, 200 W/15 min.); (UP) ultrassons e ácido peracético, em simultâneo (imersão em solução de ácido peracético a 262 p.p.m., num banho de ultrassons a 50Hz, 200 W/15 min.); (S) ultrassons + ácido peracético, de forma sucessiva (imersão em água num banho de ultrassons a 50Hz, 200 W/7,5 min., seguido da imersão numa solução de ácido peracético a 262 p.p.m./7,5 min.). Imediatamente após os tratamentos (T0) e após 30, 60 e 90 dias de armazenamento das castanhas numa câmara de refrigeração industrial (a 0 - 2 oC e sem controlo da humidade relativa do ar), amostras de castanhas tratadas foram submetidas a análises físico-químicas (cor, textura, perda de massa, atividade da água, teor de humidade e teor de cinza) e microbiológicas (microrganismos a 30 °C e bolores e leveduras). Os resultados obtidos mostraram que os diferentes tratamentos pós-colheita aplicados tiveram efeitos distintos nos parâmetros físico-químicos e microbiológicos das castanhas ao longo de 3 meses de armazenamento. No final do período de armazenamento (90 dias), o tratamento de ácido peracético (P), apresentou os menores valores de perda de massa, com as diferenças a terem significado estatístico. O tratamento convencional (Q) foi o que mais promoveu a desidratação das castanhas. Os tratamentos testados não tiveram impacto na atividade da água, nem no teor de cinzas. O tipo de tratamento influenciou cor externa das castanhas nos parâmetros L*, b* e C*, enquanto o fator tempo (de conservação), influencia mais a coordenada a* e a tonalidade (h). O tratamento só com o ácido peracético (P) apresentou, de um modo geral, as menores contagens de microrganismos durante o armazenamento, mostrando ser o melhor método de preservação das castanhas. Deste modo, este método poderá constituir uma alternativa ou um complemento na descontaminação de castanhas na fase pós- colheita.Fresh chestnuts, being very susceptible to weight loss and to insect damage and fungal decay in the post-harvest phase, have a limited shelf life. The post-harvest preservation methods of fresh chestnuts currently used commercially present relevant limitations. Currently, their postharvest conservation is done through storage at room temperature or under refrigeration temperatures and high relative humidities (90-95%). But before marketing, industrial operators subject fresh chestnuts to hot water treatment to increase their conservation and food safety, especially chestnuts destined for export. In view of the economic importance of this fruit in Portugal, efforts are justified to explore alternative or complementary methods to existing ones, which allow fresh chestnuts of satisfactory quality to be made available to the market in the weeks following harvest. By achieving this, its waste and economic losses along the chain will be reduced. Thus, this study aimed to explore the use of ultrasound, as a washing technique, and the use of peracetic acid, as a disinfectant agent, to increase the conservation of fresh chestnuts, alone or together. Fresh chestnuts of the Longal variety were used, which were subjected to the following treatments: (Q) heat (immersion in a hot water bath at 50 C/45 min.); (P) peracetic acid (immersion in a peracetic acid bath at 262 p. p. m./15 min. p.m./15 min.); (U) ultrasound (immersion in water in an ultrasound bath at 50 Hz, 200 W/15 min.); (UP) ultrasound and peracetic acid, simultaneously (immersion in peracetic acid solution at 262 p.p.m., in an ultrasonic bath at 50Hz, 200 W/15 min); (S) ultrasound + peracetic acid, successively (immersion in water in an ultrasonic bath at 50Hz, 200 W/7.5 min, followed by immersion in a peracetic acid solution at 262 p.p.m./7.5 min). Immediately after the treatments (T0) and after 30, 60 and 90 days of storage of the chestnuts in an industrial refrigeration chamber (at 0 - 2 oC and without control of relative humidity), samples of treated chestnuts were submitted to physicochemical (color, texture, mass loss, water activity, moisture content and ash content) and microbiological (microorganisms at 30 °C and molds and yeasts) analyses. The results obtained showed that the different postharvest treatments applied had different effects on the physicochemical and microbiological parameters of the nuts over 3 months of storage. At the end of the storage period (90 days), the peracetic acid treatment (P) presented the lowest values of mass loss, with the differences having statistical significance. The conventional treatment (Q) was the one that most promoted dehydration of the nuts. The treatments tested had no impact on water activity or ash content. The type of treatment influenced the external color of the nuts in the parameters L*, b* and C*, while the time factor (conservation), influences more the coordinate a* and the hue (h). The treatment only with peracetic acid (P) presented, in general, the lowest counts of microorganisms during storage, showing to be the best method of preservation of nuts. Thus, this method may be an alternative or a complement in the decontamination of chestnuts in the post-harvest phase.Lopes-da-Silva, M.F.Pereira, ErmelindaBiblioteca Digital do IPBGomes, Auryo2023-07-27T08:29:16Z20232023-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10198/28600TID:203333675porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-21T11:02:34Zoai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/28600Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T23:18:36.662836Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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As castanhas frescas, por serem muitos suscetíveis a perda de peso e a danos por insetos e decomposição fúngica na fase pós-colheita, têm um tempo de vida útil limitado. Os métodos de conservação pós-colheita de castanha fresca utilizados atualmente de forma comercial apresentam limitações relevantes. Atualmente, a sua conservação pós-colheita é feita através do armazenamento à temperatura ambiente ou sob temperaturas de refrigeração e humidades relativas elevadas (90-95%). Mas antes da comercialização, os operadores industriais submetem as castanhas frescas a um tratamento por água quente, para aumentar a sua conservação e segurança alimentar, especialmente a castanha destinada à exportação. Tendo em conta a importância económica deste fruto em Portugal, justifica-se o esforço na exploração de métodos alternativos ou complementares aos existentes, que permitam disponibilizar ao mercado castanha fresca com qualidade satisfatória nas semanas seguintes à colheita. Ao consegui-lo, diminuir-se-á o seu desperdício e as perdas económicas ao longo da cadeia. Assim, este estudo teve como objetivo explorar a utilização de ultrassons, como técnica de lavagem, e a utilização de ácido peracético, como agente desinfetante, para aumentar a conservação de castanha fresca, de forma isolada ou em conjunto. Utilizaram-se castanhas frescas da variedade Longal, que foram submetidas aos seguintes tratamentos: (Q) calor (imersão em banho de água quente a 50 °C/45 min.); (P) ácido peracético (imersão em banho de ácido peracético a 262 p.p.m./15 min.); (U) ultrassons (imersão em água num banho de ultrassons a 50 Hz, 200 W/15 min.); (UP) ultrassons e ácido peracético, em simultâneo (imersão em solução de ácido peracético a 262 p.p.m., num banho de ultrassons a 50Hz, 200 W/15 min.); (S) ultrassons + ácido peracético, de forma sucessiva (imersão em água num banho de ultrassons a 50Hz, 200 W/7,5 min., seguido da imersão numa solução de ácido peracético a 262 p.p.m./7,5 min.). Imediatamente após os tratamentos (T0) e após 30, 60 e 90 dias de armazenamento das castanhas numa câmara de refrigeração industrial (a 0 - 2 oC e sem controlo da humidade relativa do ar), amostras de castanhas tratadas foram submetidas a análises físico-químicas (cor, textura, perda de massa, atividade da água, teor de humidade e teor de cinza) e microbiológicas (microrganismos a 30 °C e bolores e leveduras). Os resultados obtidos mostraram que os diferentes tratamentos pós-colheita aplicados tiveram efeitos distintos nos parâmetros físico-químicos e microbiológicos das castanhas ao longo de 3 meses de armazenamento. No final do período de armazenamento (90 dias), o tratamento de ácido peracético (P), apresentou os menores valores de perda de massa, com as diferenças a terem significado estatístico. O tratamento convencional (Q) foi o que mais promoveu a desidratação das castanhas. Os tratamentos testados não tiveram impacto na atividade da água, nem no teor de cinzas. O tipo de tratamento influenciou cor externa das castanhas nos parâmetros L*, b* e C*, enquanto o fator tempo (de conservação), influencia mais a coordenada a* e a tonalidade (h). O tratamento só com o ácido peracético (P) apresentou, de um modo geral, as menores contagens de microrganismos durante o armazenamento, mostrando ser o melhor método de preservação das castanhas. Deste modo, este método poderá constituir uma alternativa ou um complemento na descontaminação de castanhas na fase pós- colheita. |
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