Neuronal effects of ocean acidification in gilthead seabream (Sparus aurata)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Wang, Wenjing
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.1/14926
Resumo: As atmospheric CO2 increases, so does the amount of CO2 dissolved in the ocean; this causes ocean acidification. The impact of ocean acidification on marine biodiversity and ecosystems has received considerable attention; however, study of its effects on fish physiology and behaviour is just beginning. Although there is evidence that the atmospheric CO2 concentrations predicted to occur by the end of this century have mal-adaptive effects on olfactory-mediated behaviour of reef fish, the cellular mechanism(s) involved is unclear. In the current study, we recorded the olfactory responses of gilthead seabream (Sparus aurata) to explore the effects of high pCO2 and low pH – separately - on olfactory sensitivity. Exposure to elevated pCO2 (but at normal pH) significantly decreased olfactory sensitivity to some odorants, such as L-serine, L-leucine and L-arginine. Moreover, low pH (but at normal pCO2) also decreased olfactory sensitivity to L-serine, L-leucine and L-arginine and L-glutamine. At the histological level, medium-term exposure to ocean acidificaiton increased the ratio between non-sensory epithelium/total length of the lamella significantly at one week, three weeks and four weeks. Furthermore, the number of mucous cells increased significantly after four weeks of exposure to high pCO2 water. These structural changes suggest that the olfactory epithelium can respond to the changes in low pH and/or high CO2 levels, but cannot fully counteract the effects of acidification on olfactory sensitivity. Together, these results show that both high pCO2 and low pH can independently reduce olfactory sensitivity in marine fish, and that although acidification can evoke structural changes in the olfactory epithelium, these changes cannot fully restore olfactory sensitivity.
id RCAP_b229b6f1d3656cd96ab6c9a53d05d3dc
oai_identifier_str oai:sapientia.ualg.pt:10400.1/14926
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Neuronal effects of ocean acidification in gilthead seabream (Sparus aurata)Acidificação do oceanoOlfatoDióxido de carbonoAminoácidosEpitélio olfativoAlterações neuronaisDourada (Sparus aurata)Domínio/Área Científica::Ciências Naturais::Outras Ciências NaturaisAs atmospheric CO2 increases, so does the amount of CO2 dissolved in the ocean; this causes ocean acidification. The impact of ocean acidification on marine biodiversity and ecosystems has received considerable attention; however, study of its effects on fish physiology and behaviour is just beginning. Although there is evidence that the atmospheric CO2 concentrations predicted to occur by the end of this century have mal-adaptive effects on olfactory-mediated behaviour of reef fish, the cellular mechanism(s) involved is unclear. In the current study, we recorded the olfactory responses of gilthead seabream (Sparus aurata) to explore the effects of high pCO2 and low pH – separately - on olfactory sensitivity. Exposure to elevated pCO2 (but at normal pH) significantly decreased olfactory sensitivity to some odorants, such as L-serine, L-leucine and L-arginine. Moreover, low pH (but at normal pCO2) also decreased olfactory sensitivity to L-serine, L-leucine and L-arginine and L-glutamine. At the histological level, medium-term exposure to ocean acidificaiton increased the ratio between non-sensory epithelium/total length of the lamella significantly at one week, three weeks and four weeks. Furthermore, the number of mucous cells increased significantly after four weeks of exposure to high pCO2 water. These structural changes suggest that the olfactory epithelium can respond to the changes in low pH and/or high CO2 levels, but cannot fully counteract the effects of acidification on olfactory sensitivity. Together, these results show that both high pCO2 and low pH can independently reduce olfactory sensitivity in marine fish, and that although acidification can evoke structural changes in the olfactory epithelium, these changes cannot fully restore olfactory sensitivity.Desde a revolução industrial que as atividades antropogénicas, como a utilização de combustíveis fósseis, liberta grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera, levando ao aumento substancial da pressão de CO2 atmosférico (pCO2). Uma grande parte deste CO2 atmosférico (aproximadamente 1/3 a 1/4) é absorvido pelo oceano, o qual, apesar de mitigar o aumento do CO2 na atmosfera, diminui o pH à superfície da água do mar e leva à sua acidificação. Comparando com os níveis na época pré-industrial, o pH da água do mar já diminuiu 0.1 unidades e estima-se que ainda diminua 0.3 – 0.4 unidades até ao final do século, e 0.7 – 0.8 unidades até ao ano 2300. O impacto da acidificação oceânica na biodiversidade e nos ecossistemas marinhos tem vindo a receber mais atenção, porque, por exemplo, afeta negativamente a formação das estruturas calcárias nos organismos que fazem calcificação e limita o crescimento dos recifes de coral. Contudo, o estudo do efeito da acidificação na fisiologia e comportamento dos peixes está apenas a começar. O olfato é um dos sistemas quimiorrecetores principais que os peixes utilizam para detetar químicos no ambiente, o que afeta o comportamento dos organismos marinhos. O epitélio olfativo é uma estrutura muito importante do sistema olfativo que contém recetores neuronais olfativos, cujos axónios transmitem a informação sensorial diretamente para o cérebro. Há estudos que demonstram que a concentração de CO2 prevista para o final do século altera o comportamento mediado pelo olfato nos peixes de recife de coral, mas os mecanismos celulares envolvidos não são foram ainda elucidados. Um estudo recente demonstrou que níveis elevados de CO2 afetam o comportamento mediado pelo olfato porque afeta a função dos recetores GABA no cérebro. Outro estudo refere que a sensibilidade olfativa da dourada (Sparus aurata) a aminoácidos (e outros odorantes) é reduzida devido à alteração no estado de protonação do odorante e/ou recetor, devido à alteração do pH da água (de ph 8.1 para pH 7.7). A exposição a médio-prazo (4 semanas) a água com elevada pCO2 pode induzir um aumento do rácio entre o comprimento do epitélio não sensorial vs. comprimento da lamela e um aumento no número de células de muco por lamela; houve ainda uma alteração do pH do muco de acídico para neutro. Contudo, os efeitos diretos da elevada pCO2 e pH baixo em separado no epitélio olfativo não foram ainda testados. No presente trabalho, foram registadas as respostas olfativas da dourada (Sparus aurata) para explorar os efeitos da elevada pCO2 e pH baixo, em separado, na sensibilidade olfativa. Os aminoácidos são odorantes para os peixes, e a sua ação depende da sua polaridade e da cadeia lateral. Foram selecionados cinco aminoácidos: L-serina, L-arginina, L-leucina, L-glutamato e L-ácido glutâmico. Todos os cinco aminoácidos são ⍺-aminoácidos, o que significa que todos têm o grupo funcional ligado ao ⍺-carbono. Cada estímulo foi diluído e testado na gama de deteção da resposta olfativa de 10-3 M a 10-7 M. Neste estudo utilizou-se o registo a partir do nervo olfativo para testar a resposta aos aminoácidos. No epitélio olfativo exposto a água com elevada pCO2, a resposta olfativa diminuiu significativamente para três dos cinco odorantes testados: L-serina, L-arginina e L-leucina, e o limite de deteção destes três odorantes aumentou. No epitélio olfativo exposto a água com pH baixo, a resposta olfativa diminuiu significativamente para quatro dos cinco odorantes testados: L-serina, L-arginina, L-leucina e L-glutamina, e o limite de deteção para a L-serina, L-arginina e L-leucina aumentou. Comparando a amplitude das respostas nas duas situações experimentais, a resposta à L-serina, L-arginina e L-leucina foi mais afetada pela elevada pCO2 do que pelo pH baixo. A amplitude da resposta ao L-ácido glutâmico foi a mesma em ambas as condições experimentais de elevada pCO2 e pH baixo. Ao nível histológico, verificou-se nos peixes expostos durante 4 semanas a condições de acidificação, um aumento no rácio entre o comprimento do epitélio não sensorial / comprimento da lamela, após uma, três e quatro semanas em condições de acidificação. O número de células de muco aumentou significativamente após 4 semanas de exposição a água com elevada pCO2. Estas alterações estruturais sugerem que o epitélio olfativo pode responder à alteração dos níveis de pH baixo e/ou elevada pCO2, mas não consegue compensar totalmente o efeito da acidificação na sensibilidade olfativa. Estes resultados demonstram que tanto a pressão de CO2 elevada como o pH baixo podem, independentemente, reduzir a sensibilidade olfativa dos peixes marinhos, e, apesar da acidificação provocar alterações estruturais no epitélio olfativo, estas não são suficientes para compensar a perda de sensibilidade olfativa. É possível que o efeito do pH se deva à diminuição na afinidade entre os odorantes e os seus recetores como consequência da alteração do seu estado de protonação e, consequentemente, à forma do odorante e/ou do seu local de ligação no recetor. O(s) mecanismo(s) pelo(s) qual(ais) a pCO2 afeta a sensibilidade olfativa é(são) menos claro(s). É possível que o pH intracelular esteja diminuído como consequência do pH extracelular mais baixo; ou pela difusão de mais CO2 para os neurónios (reduzindo o pH intracelular), e que este fenómeno possa reduzir a atividade das enzimas envolvidas nas vias de transdução, afetando a sua eficiência. É também possível que o excesso de CO2 se ligue diretamente a alguns recetores, atuando como um antagonista alostérico. Contudo, o mecanismo específico precisa de ser mais explorado no futuro. O presente estudo sugere que a redução da sensibilidade olfativa – como consequência do pH baixo e/ou elevada pCO2, não estará confinada à espécie em estudo, mas poderá ser verificado em outros organismos marinhos. Sendo este o caso, as consequências da acidificação dos oceanos serão generalizadas, complexas, e difíceis de prever.Velez, ZéliaCosta, Rita AlvesHubbard, Peter ColinSapientiaWang, Wenjing2020-12-18T16:08:41Z2019-12-112019-12-11T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.1/14926TID:202537676enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-24T10:27:17Zoai:sapientia.ualg.pt:10400.1/14926Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:05:52.095958Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Neuronal effects of ocean acidification in gilthead seabream (Sparus aurata)
title Neuronal effects of ocean acidification in gilthead seabream (Sparus aurata)
spellingShingle Neuronal effects of ocean acidification in gilthead seabream (Sparus aurata)
Wang, Wenjing
Acidificação do oceano
Olfato
Dióxido de carbono
Aminoácidos
Epitélio olfativo
Alterações neuronais
Dourada (Sparus aurata)
Domínio/Área Científica::Ciências Naturais::Outras Ciências Naturais
title_short Neuronal effects of ocean acidification in gilthead seabream (Sparus aurata)
title_full Neuronal effects of ocean acidification in gilthead seabream (Sparus aurata)
title_fullStr Neuronal effects of ocean acidification in gilthead seabream (Sparus aurata)
title_full_unstemmed Neuronal effects of ocean acidification in gilthead seabream (Sparus aurata)
title_sort Neuronal effects of ocean acidification in gilthead seabream (Sparus aurata)
author Wang, Wenjing
author_facet Wang, Wenjing
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Velez, Zélia
Costa, Rita Alves
Hubbard, Peter Colin
Sapientia
dc.contributor.author.fl_str_mv Wang, Wenjing
dc.subject.por.fl_str_mv Acidificação do oceano
Olfato
Dióxido de carbono
Aminoácidos
Epitélio olfativo
Alterações neuronais
Dourada (Sparus aurata)
Domínio/Área Científica::Ciências Naturais::Outras Ciências Naturais
topic Acidificação do oceano
Olfato
Dióxido de carbono
Aminoácidos
Epitélio olfativo
Alterações neuronais
Dourada (Sparus aurata)
Domínio/Área Científica::Ciências Naturais::Outras Ciências Naturais
description As atmospheric CO2 increases, so does the amount of CO2 dissolved in the ocean; this causes ocean acidification. The impact of ocean acidification on marine biodiversity and ecosystems has received considerable attention; however, study of its effects on fish physiology and behaviour is just beginning. Although there is evidence that the atmospheric CO2 concentrations predicted to occur by the end of this century have mal-adaptive effects on olfactory-mediated behaviour of reef fish, the cellular mechanism(s) involved is unclear. In the current study, we recorded the olfactory responses of gilthead seabream (Sparus aurata) to explore the effects of high pCO2 and low pH – separately - on olfactory sensitivity. Exposure to elevated pCO2 (but at normal pH) significantly decreased olfactory sensitivity to some odorants, such as L-serine, L-leucine and L-arginine. Moreover, low pH (but at normal pCO2) also decreased olfactory sensitivity to L-serine, L-leucine and L-arginine and L-glutamine. At the histological level, medium-term exposure to ocean acidificaiton increased the ratio between non-sensory epithelium/total length of the lamella significantly at one week, three weeks and four weeks. Furthermore, the number of mucous cells increased significantly after four weeks of exposure to high pCO2 water. These structural changes suggest that the olfactory epithelium can respond to the changes in low pH and/or high CO2 levels, but cannot fully counteract the effects of acidification on olfactory sensitivity. Together, these results show that both high pCO2 and low pH can independently reduce olfactory sensitivity in marine fish, and that although acidification can evoke structural changes in the olfactory epithelium, these changes cannot fully restore olfactory sensitivity.
publishDate 2019
dc.date.none.fl_str_mv 2019-12-11
2019-12-11T00:00:00Z
2020-12-18T16:08:41Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.1/14926
TID:202537676
url http://hdl.handle.net/10400.1/14926
identifier_str_mv TID:202537676
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799133298872549376