Supervisão escolar e gestão intermédia: um estudo sobre as percepções dos coordenadores de departamento curricular.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11328/49 |
Resumo: | Inserida num mundo em evolução, a escola passou, ela própria, ao longo dos últimos anos, por um conjunto de transformações fundamentais. Criou raízes locais e abriu-se à participação dos que a rodeavam, constituindo uma comunidade educativa dotada de um projecto próprio, documento agregador, regulador da orientação futura, simultaneamente símbolo e alicerce da autonomia. No caminho para a maioridade organizacional e para a autonomia, reveste-se de particular importância a liderança e as características específicas que esta assume, no contexto escolar, designadamente o facto de se tratar de uma liderança democrática, aberta, flexível, assente em novos princípios organizacionais valorizadores da participação, da colegialidade e da colaboração e, enquanto tal, partilhada e dispersa, dando lugar ao reconhecimento de múltiplos líderes. Neste ambiente, salienta-se a importância dos cargos de gestão intermédia, cujos detentores, por se encontrarem ao leme de grupos de trabalho, se apresentam numa situação privilegiada para agirem como verdadeiros líderes, promotores da mudança. Todas estas novas exigências e desafios com que os professores se foram vendo sistematicamente confrontados, determinaram a necessidade de aquisição de novas competências. Perante as experiências vividas neste domínio, é hoje certo que apenas projectos de formação contínua contextualizados, centrados nas organizações, tomando por guia as necessidades e as porencialidades destas e dos seus membros, serão efectivos em termos de promoção de aprendizagens válidas para os indivíduos e para os colectivos que estes formam, incluindo a própria instituição. Em face de todo este enquadramento, ganham sentido novas formas de realização da supervisão, conceito este que, inicialmente circunscrito à formação inicial de professores e aos muros da sala de aula, tendo na sua base a procura da melhoria da qualidade das práticas educativas e das aprendizagens dos alunos, se alarga agora a toda a escola, assumindo uma dimensão colectiva. Advoga-se mesmo que funções supervisoras passem a integrar o conteúdo funcional de todos os cargos de responsabilidade, desde a gestão intermédia à gestão de topo, levando a que todos os seus detentores sejam verdadeiros supervisores. Assumindo praticas de reflexão sistemáticas, de formação e qualificação dos indivíduos e das suas interacções, de facilitação, de implementação de projectos, de avaliação formativa e de promoção da mudança, os supervisores têm como fim o desenvolvimento qualitativo da organização escolar. Reflectindo acerca de todas estas linhas evolutivas do universo escolar, particularmente desta reconceptualização da supervisão e da importância dos cargos de gestão intermédia, decidimos concentrar-nos exactamente nesse binómio: supervisão escolar e gestão intermédia, estudando em particular o caso dos coordenadores de departamento curricular, por nos parecerem aqueles gestores intermédios cuja posição é mais propícia ao exercício da supervisão. Assim, empreendemos um estudo que nos levou a dar conta das percepções desses coordenadores relativamente às vertentes da supervisão escolar por si exercidas, no desempenho do cargo de gestão intermédia em que estão investidos. Começamos por enquadrar, em termos teóricos, o assunto em análise,, tendo definido, a partir das leituras feitas, as seguintes vertentes ou formas de realização da supervisão escolar: liderança, desenvolvimento organizacional, coordenação e supervisão das práticas profissionais. Preparamos, então, um questionário que, aplicado aos coordenadores de departamento curricular de todas as escolas dos segundo e terceiro ciclos integradas na Coordenação da Área Educativa do Porto, nos levou a concluir que estes, na globalidade, se visualizam efectivamente como supervisores escolares, afirmando exercer a supervisão em todas as vertentes mencionadas, ainda que tal aconteça a níveis diferentes e que haja facetas que têm vindo a permanecer praticamente à margem da sua actuação. |
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