Coordenação, subordinação adverbial e relações referenciais entre sujeitos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Canceiro, Nádia Alexandra Santos
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/26270
Resumo: O presente trabalho possui um carácter exploratório e tem como objetivo a análise das ligações referenciais que se estabelecem entre sujeitos em frases finitas coordenadas e subordinadas adverbiais, integradas e não integradas. A observação do comportamento referencial destes constituintes permite obter pistas sobre as propriedades que caracterizam os sujeitos omitidos nestas construções e também sobre as configurações sintáticas que lhes estão subjacentes. Tomando por base as propostas teóricas relevantes para a definição de coordenação e subordinação adverbial, também aquelas que dão conta das características dos sujeitos omitidos nestas frases, e considerando o facto de muitos trabalhos aproximarem, ou distinguirem, estas construções, acreditamos ser importante proceder a um estudo sistemático que permita definir com mais exatidão estes aspetos. Avançaram-se 3 hipóteses: (i) há uma clara distinção entre coordenação e subordinação adverbial, mas, entre si, os diferentes tipos de frases coordenadas e adverbiais apresentam propriedades semelhantes; (ii) frases coordenadas e adverbiais apresentam estruturas semelhantes e, por isso, as diferenças não são estruturais; (iii) não existe uma distinção clara entre estas frases em termos estruturais, assim, as suas diferenças poderão estar relacionadas com, por exemplo, os graus de integração ou o nível em que ocorre a articulação dos dois termos coordenados ou da frase matriz com a adverbial. De forma a complementar o estudo teórico, construiu-se um teste de cariz experimental baseado na Tarefa de Juízo de Referência, que tem como objetivo aceder à gramática mental dos informantes, de modo a obter todas as interpretações possíveis associadas a cada estrutura. Os resultados desta tarefa permitiram perceber que, na generalidade, as frases subordinadas adverbiais apresentam um comportamento tal como descrito na literatura relevante, mas que, pelo contrário, no caso da coordenação, existem diferenças entre os vários tipos de frases contempladas neste estudo: aditivas, adversativas e disjuntivas. Com efeito, os dados aproximam algumas frases coordenadas de adverbiais e separam as coordenadas aditivas das adversativas e das disjuntivas. Assim, este estudo permitiu perceber que as relações de c-comando que se estabelecem entre os constituintes em posição de sujeito, o aspeto crucial deste trabalho, 14 podem ser analisadas quer em termos de Especificador-Núcleo-Complemento, quer de Adjunção. No entanto, o estudo mostrou, confirmando a hipótese (iii), que a diferença entre frases coordenadas e subordinadas adverbiais vai para além do que é tradicionalmente proposto, que existem diferenças entre os vários tipos de frases coordenadas e, além disso, algumas coordenadas apresentam semelhanças com as subordinadas adverbiais, que têm a ver com o nível em que ocorre a articulação das frases e o maior / menor nível de integração do segundo termo da coordenada, ou da frase adverbial em relação à matriz.
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Tomando por base as propostas teóricas relevantes para a definição de coordenação e subordinação adverbial, também aquelas que dão conta das características dos sujeitos omitidos nestas frases, e considerando o facto de muitos trabalhos aproximarem, ou distinguirem, estas construções, acreditamos ser importante proceder a um estudo sistemático que permita definir com mais exatidão estes aspetos. Avançaram-se 3 hipóteses: (i) há uma clara distinção entre coordenação e subordinação adverbial, mas, entre si, os diferentes tipos de frases coordenadas e adverbiais apresentam propriedades semelhantes; (ii) frases coordenadas e adverbiais apresentam estruturas semelhantes e, por isso, as diferenças não são estruturais; (iii) não existe uma distinção clara entre estas frases em termos estruturais, assim, as suas diferenças poderão estar relacionadas com, por exemplo, os graus de integração ou o nível em que ocorre a articulação dos dois termos coordenados ou da frase matriz com a adverbial. De forma a complementar o estudo teórico, construiu-se um teste de cariz experimental baseado na Tarefa de Juízo de Referência, que tem como objetivo aceder à gramática mental dos informantes, de modo a obter todas as interpretações possíveis associadas a cada estrutura. Os resultados desta tarefa permitiram perceber que, na generalidade, as frases subordinadas adverbiais apresentam um comportamento tal como descrito na literatura relevante, mas que, pelo contrário, no caso da coordenação, existem diferenças entre os vários tipos de frases contempladas neste estudo: aditivas, adversativas e disjuntivas. Com efeito, os dados aproximam algumas frases coordenadas de adverbiais e separam as coordenadas aditivas das adversativas e das disjuntivas. Assim, este estudo permitiu perceber que as relações de c-comando que se estabelecem entre os constituintes em posição de sujeito, o aspeto crucial deste trabalho, 14 podem ser analisadas quer em termos de Especificador-Núcleo-Complemento, quer de Adjunção. No entanto, o estudo mostrou, confirmando a hipótese (iii), que a diferença entre frases coordenadas e subordinadas adverbiais vai para além do que é tradicionalmente proposto, que existem diferenças entre os vários tipos de frases coordenadas e, além disso, algumas coordenadas apresentam semelhanças com as subordinadas adverbiais, que têm a ver com o nível em que ocorre a articulação das frases e o maior / menor nível de integração do segundo termo da coordenada, ou da frase adverbial em relação à matriz.This study is exploratory and its aim is to analyze the referential relations established between subjects in finite coordinate and adverbial (integrated and nonintegrated) clauses. The observation of the referential behavior of these elements will provide us with clues regarding both the properties that characterize the omitted subjects in these constructions and the syntactic structures underlying these sentences. Bearing in mind the relevant theoretical proposals for the characteristics of the omitted subjects, as well as those regarding coordination and adverbial subordination, and taking into account the fact that these sentences are analyzed by some authors as being similar, we believe that only a systematic study will allow us to better understand the properties of these constructions. For this study, we considered three hypotheses: (i) the distinction between coordination and subordination is clear but, amongst themselves, the different types of coordinate and adverbial clauses present similar properties; (ii) coordinate and adverbial clauses have similar structures, therefore their differences are not structural; (iii) the distinction between coordination and subordination in structural terms is not clear so their differences might be, for example, related to their degree of integration or the level where occurs the articulation of both coordinated terms or the matrix and adverbial clauses. As a way of complementing the theoretical study, we built an experimental focused task based on the Reference Judgment Task, whose objective is to access the mental grammar of the informants and, by doing so, obtain all of the interpretations associated to each sentence. The results obtained showed that, in general, the adverbial clauses referential behavior is as described in the relevant literature. However, the coordinate sentences exhibit differences amongst the three types that were tested: copulative, adversative and disjunctive. In fact, coordinate and some adverbial clauses behave similarly, and copulative sentences behave differently than adversative and disjunctive. Therefore, this study allowed us to understand that the c-commanding relations that are established between the elements in subject position, the crucial aspect of this study, can be analyzed in terms of Specifier-Head-Complement or Adjunction. However, this work showed that the barrier between coordination and adverbial subordination goes beyond what is traditionally proposed, due to the differences found 16 amongst coordinate sentences and also to the fact that some coordinate and adverbial sentences behave in the same way. These differences, which confirm hypothesis (iii) may be due to their degree of integration and to the level of articulation shared between both coordinated terms or between the matrix and adverbial clauses.Matos, GabrielaColaço, MadalenaRepositório da Universidade de LisboaCanceiro, Nádia Alexandra Santos2017-01-27T12:50:58Z2016-12-132016-09-272016-12-13T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/26270TID:201407809porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:16:20Zoai:repositorio.ul.pt:10451/26270Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:43:00.109707Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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Canceiro, Nádia Alexandra Santos
Língua portuguesa - Advérbios
Língua portuguesa - Sujeito e predicado (Linguística)
Língua portuguesa - Subordinação (Linguística)
Língua portuguesa - Coordinação (Linguística)
Língua portuguesa - Referência (Linguística)
Língua portuguesa - Sintaxe
Teses de mestrado - 2016
Domínio/Área Científica::Humanidades::Línguas e Literaturas
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description O presente trabalho possui um carácter exploratório e tem como objetivo a análise das ligações referenciais que se estabelecem entre sujeitos em frases finitas coordenadas e subordinadas adverbiais, integradas e não integradas. A observação do comportamento referencial destes constituintes permite obter pistas sobre as propriedades que caracterizam os sujeitos omitidos nestas construções e também sobre as configurações sintáticas que lhes estão subjacentes. Tomando por base as propostas teóricas relevantes para a definição de coordenação e subordinação adverbial, também aquelas que dão conta das características dos sujeitos omitidos nestas frases, e considerando o facto de muitos trabalhos aproximarem, ou distinguirem, estas construções, acreditamos ser importante proceder a um estudo sistemático que permita definir com mais exatidão estes aspetos. Avançaram-se 3 hipóteses: (i) há uma clara distinção entre coordenação e subordinação adverbial, mas, entre si, os diferentes tipos de frases coordenadas e adverbiais apresentam propriedades semelhantes; (ii) frases coordenadas e adverbiais apresentam estruturas semelhantes e, por isso, as diferenças não são estruturais; (iii) não existe uma distinção clara entre estas frases em termos estruturais, assim, as suas diferenças poderão estar relacionadas com, por exemplo, os graus de integração ou o nível em que ocorre a articulação dos dois termos coordenados ou da frase matriz com a adverbial. De forma a complementar o estudo teórico, construiu-se um teste de cariz experimental baseado na Tarefa de Juízo de Referência, que tem como objetivo aceder à gramática mental dos informantes, de modo a obter todas as interpretações possíveis associadas a cada estrutura. Os resultados desta tarefa permitiram perceber que, na generalidade, as frases subordinadas adverbiais apresentam um comportamento tal como descrito na literatura relevante, mas que, pelo contrário, no caso da coordenação, existem diferenças entre os vários tipos de frases contempladas neste estudo: aditivas, adversativas e disjuntivas. Com efeito, os dados aproximam algumas frases coordenadas de adverbiais e separam as coordenadas aditivas das adversativas e das disjuntivas. Assim, este estudo permitiu perceber que as relações de c-comando que se estabelecem entre os constituintes em posição de sujeito, o aspeto crucial deste trabalho, 14 podem ser analisadas quer em termos de Especificador-Núcleo-Complemento, quer de Adjunção. No entanto, o estudo mostrou, confirmando a hipótese (iii), que a diferença entre frases coordenadas e subordinadas adverbiais vai para além do que é tradicionalmente proposto, que existem diferenças entre os vários tipos de frases coordenadas e, além disso, algumas coordenadas apresentam semelhanças com as subordinadas adverbiais, que têm a ver com o nível em que ocorre a articulação das frases e o maior / menor nível de integração do segundo termo da coordenada, ou da frase adverbial em relação à matriz.
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