O pensamento contrafactual em idosos: Atores versus ouvintes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Laura Cristina Sousa
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.12/6707
Resumo: A presente investigação teve como objetivo estudar as diferenças entre o nível etário (idosos vs. jovens adultos) em relação ao foco do pensamento contrafactual, quando inseridos na condição de ator versus ouvinte. Participaram neste estudo um total de 80 sujeitos, em que 40 eram idosos e os restantes 40 eram jovens adultos. Em ambos níveis etários os participantes foram divididos aleatoriamente por duas condições: atores ou ouvintes. Em relação à condição de ator, os participantes tiveram de escolher entre dois envelopes, em que foi dito que num continha uma multiplicação difícil e noutro uma multiplicação fácil, mas na verdade ambos os envelopes continham uma multiplicação difícil e igual (68×76). Posteriormente, os participantes eram estimulados a pensar numa realidade alternativa, cujo resultado fosse positivo para os mesmos. Já, em relação à condição de ouvinte, os participantes ouviram uma história cujo protagonista escolhe um envelope (em que é dito que existe um com uma multiplicação fácil e outro com uma difícil) e falha na resolução da multiplicação. Depois, era pedido aos ouvintes que desenvolvessem uma realidade alternativa na qual a protagonista da história teria sucesso na resolução da tarefa. Os resultados vão ao encontro do esperado na condição de ouvinte, i.e., ambos os grupos (idosos e jovens adultos) focam principalmente a Escolha do envelope, imaginando que se tivessem escolhido o envelope com a conta fácil teriam melhor resultado. Já, na condição de ator, tal como esperado, os jovens adultos focam mais a Situação (e.g., “Se tivesse mais tempo”; “Se tivesse uma máquina de calcular”), enquanto que os idosos focam mais o Sujeito (e.g., “Se eu fosse mais rápido a fazer contas”; “Se eu fosse mais novo”). Em conclusão, os idosos apresentam maior propensão para mudar coisas relacionadas com o próprio, quando confrontados com um resultado negativo e na posição de ator, contrariamente aos jovens adultos, que mudam mais coisas relacionadas com a situação. Na posição de ouvinte, os resultados seguem o mesmo padrão encontrado na literatura com leitores (Girotto et al., 2007; Pighin et al., 2011).
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