A organização científica do trabalho em Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Azevedo, Ana Carina Gerardo da Silva
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/117423
Resumo: A organização científica do trabalho é um tema que se encontra intimamente relacionado com a evolução dos processos de desenvolvimento industriais de vários países. No entanto, Portugal não tem sido considerado, até à data, como parte integrante do rol, talvez pelo facto de ser voz corrente que estes princípios não teriam sido uma realidade no País. Porém, se observarmos a questão sob um ponto de vista distinto, podemos colocar a hipótese da difusão da tese da inexistência de organização científica do trabalho em Portugal provir, na realidade, da ausência de estudos sistemáticos e aprofundados sobre o tema. Esta segunda hipótese apresentou-se, de facto, como sendo a mais correcta. Ao longo da nossa investigação verificámos que os princípios da organização científica do trabalho foram, desde a época da I República, penetrando paulatinamente em certos círculos profissionais e técnicos portugueses, tendo permanecido e difundido o seu raio de acção durante o Estado Novo. Desde artigos, mais ou menos complexos, publicados em jornais e revistas dirigidos a públicos específicos até às aplicações, mais simples e direccionadas ou mais abrangentes, levadas a cabo em certas empresas, os estudos vão-se sucedendo, aprofundando e modificando de acordo com os objectivos que a sua colocação em prática pretendia atingir e com os próprios desafios que o País ia sendo obrigado a ultrapassar. Ao longo desta história, várias realidades paralelas vão surgindo. O crescimento do papel e acção dos engenheiros como agentes de mudança e precursores do desenvolvimento e a abertura do País a técnicos estrangeiros são, talvez, as que mais se salientam. Mas também os receios se entrelaçam nesta história, principalmente os receios da mudança, do seu impacto social, das incertezas que poderia trazer a um futuro que poderia passar a estar em risco de escapar do controlo. Da parte do Estado - e das próprias entidades patronais - as relações com a organização científica do trabalho seriam caracterizadas, de um modo geral, por uma relutância que acabava por oscilar ao sabor dos acontecimentos e, principalmente, das necessidades a que estes princípios poderiam dar resposta. Apesar de, por questões práticas, o nosso estudo ter como limite cronológico o ano de 1974, este merece ser continuado pois, mais do que um tema puramente técnico e desprovido de qualquer relação com a realidade política, económica e social portuguesa, a história da organização científica do trabalho em Portugal encontra-se intimamente relacionada com todos estes aspectos e, acima de tudo, tem a mais-valia de nos permitir compreender mais uma das muitas feições da história do País que permanecem ainda escondidos pelo tempo.
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Ao longo da nossa investigação verificámos que os princípios da organização científica do trabalho foram, desde a época da I República, penetrando paulatinamente em certos círculos profissionais e técnicos portugueses, tendo permanecido e difundido o seu raio de acção durante o Estado Novo. Desde artigos, mais ou menos complexos, publicados em jornais e revistas dirigidos a públicos específicos até às aplicações, mais simples e direccionadas ou mais abrangentes, levadas a cabo em certas empresas, os estudos vão-se sucedendo, aprofundando e modificando de acordo com os objectivos que a sua colocação em prática pretendia atingir e com os próprios desafios que o País ia sendo obrigado a ultrapassar. Ao longo desta história, várias realidades paralelas vão surgindo. O crescimento do papel e acção dos engenheiros como agentes de mudança e precursores do desenvolvimento e a abertura do País a técnicos estrangeiros são, talvez, as que mais se salientam. Mas também os receios se entrelaçam nesta história, principalmente os receios da mudança, do seu impacto social, das incertezas que poderia trazer a um futuro que poderia passar a estar em risco de escapar do controlo. Da parte do Estado - e das próprias entidades patronais - as relações com a organização científica do trabalho seriam caracterizadas, de um modo geral, por uma relutância que acabava por oscilar ao sabor dos acontecimentos e, principalmente, das necessidades a que estes princípios poderiam dar resposta. Apesar de, por questões práticas, o nosso estudo ter como limite cronológico o ano de 1974, este merece ser continuado pois, mais do que um tema puramente técnico e desprovido de qualquer relação com a realidade política, económica e social portuguesa, a história da organização científica do trabalho em Portugal encontra-se intimamente relacionada com todos estes aspectos e, acima de tudo, tem a mais-valia de nos permitir compreender mais uma das muitas feições da história do País que permanecem ainda escondidos pelo tempo.The scientific management is a subject which is deeply connected with the evolution of the processes of industrial development of several countries. However, up until now at least, Portugal has not been considered as a part of these countries, possibly because it is a known fact that these principles would not have been a reality in the country. Nevertheless, if we observe this matter under a distinct point of view, it is possible to give the hypothesis that the spreading of the thesis that defend the inexistence of scientific management in Portugal, to come, in fact, from the absence of systematic studies about the subject. In fact, this second hypothesis presented itself as being the correct one. Throughout our research, we realized that the principles of scientific management were, during the “I República”, inserting themselves in certain Portuguese professional and technical circles, having remained and spread their action radius during the “Estado Novo”. From more or less complex articles, published in magazines and newspapers aimed for a specific public, until the simpler and more directed or broad applications, taken ahead by certain companies, the studies keep on surfacing, being more thorough and amending themselves to comply with the goals that their practical application meant to achieve and with the challenges that the country had to overcome. Throughout this history several parallel realities kept on surfacing. The growth of the role and action of the engineers as agents of change and precursors of development and also the acceptance of foreign technicians by the country, are probably the main changes. Nevertheless the fears also appear in this history, mainly the fear of change, of their social impact and the uncertainties that could bring a future that could be at risk of getting out of control. Generally speaking, the State’s and also the employers’ relationship with the scientific management, would be characterized by a certain amount of reluctance which ends up hanging in an ill balance throughout certain events and mainly ends up hanging in an ill balance throughout the needs to which these principals could give the answer. Despite our study having the year of 1974 as chronological limit, it deserves to be continued, because more than a purely technical subject and without any relationship with the political, economic and social Portuguese reality, the history of the scientific management in Portugal finds itself deeply connected with all these aspects and, above all, it has the advantage of letting us.Rollo, FernandaRUNAzevedo, Ana Carina Gerardo da Silva2021-05-10T10:42:13Z20092009-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/117423porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:00:30Zoai:run.unl.pt:10362/117423Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:43:36.475818Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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