Carbon Nanotubes in RNA capture – characterization and application in biotechnological processes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Videira, Ana Margarida Ferreira
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/12899
Resumo: Nos últimos anos, a investigação tem conduzido a progressos notáveis no desenvolvimento de terapias baseadas em ácidos nucleicos. Apesar destas abordagens terem como ponto de partida o DNA, investigações recentes têm avaliado o potencial terapêutico do RNA. A compreensão das funções do RNA e do seu papel preponderante em várias doenças, destacou o seu potencial de aplicação como biomolécula terapêutica. Neste contexto, o recente desenvolvimento de vacinas eficazes baseadas em mRNA em resposta à pandemia da COVID-19 despertou ainda mais o interesse da investigação em terapias baseadas em RNA. No entanto, os processos efetivos de produção ainda enfrentam inúmeros desafios. Um dos processos mais cruciais é a recuperação e purificação do RNA, uma vez que associado ao processo de produção várias biomoléculas consideradas impurezas estão presentes, e são difíceis de eliminar pois partilham várias características com o RNA. Além disso, a presença destas impurezas no produto final pode representar problemas de imunogenicidade quando se considera a etapa final de entrega e administração terapêutica, tornando o seu processo de remoção obrigatório. Contudo, os métodos atualmente disponíveis e utilizados para o isolamento de RNA são limitados, demorados, pouco eficientes e muitas vezes requerem o uso de reagentes tóxicos, o que, para além de causar um enorme impacto a nível ambiental, pode comprometer a pureza, integridade e atividade biológica do RNA, parâmetros considerados imprescindíveis na recuperação do produto a ser aplicado biologicamente. Para responder a este problema, a utilização de materiais à base de carbono como candidatos a adsorventes para a captura de ácidos nucleicos surge como uma opção muito promissora devido às suas excelentes propriedades mecânicas, químicas e térmicas. Dentro destes materiais de carbono, os nanotubos de carbono (CNTs), destacam-se consideravelmente devido principalmente à excelente capacidade de adsorção de várias biomoléculas, o que tem potenciado a sua aplicação em diversas aplicações biológicas. Adicionalmente, os CNTs já demonstraram ser capazes de adsorver RNA. Porém, a forte interação CNT-RNA torna a dessorção de RNA um passo bastante crítico. Deste modo, neste estudo, é descrito um método eficaz, simples e economicamente mais rentável para a captura e recuperação de RNA a partir de um extrato complexo de Escherichia coli usando CNTs, comparando a eficiência do processo com outros materiais de carbono com diferentes estruturas e modificações de superfície. A amostra de lisado celular, além de conter a biomolécula de interesse, o RNA, contém proteínas bem como outros ácidos nucleicos contaminantes, como RNA e DNA genómico (gDNA). Os ensaios realizados no presente trabalho podem ser divididos em 2 partes: (1) realização de ensaios de adsorção de RNA usando CNTs de parede múltipla (multiwalled carbon nanotubes, MWCNTs) e avaliação de diferentes estratégias de regeneração dos MWCNTs para serem aplicados em novos ciclos, uma vez comprovada a incapacidade de dessorção de RNA deste material, em condições favoráveis à manutenção da sua integridade e estabilidade; (2) realização de ensaios de screening de adsorção e dessorção de RNA utilizando CNTs e outros materiais de carbono; estudo da reutilização dos materiais; avaliação do potencial de seletividade entre RNA e pDNA a partir de misturas de ácidos nucleicos e de amostras complexas de lisado, com posterior caraterização da pureza relativa e integridade do RNA recuperado. Os resultados obtidos da primeira parte do trabalho demonstraram o enorme potencial dos MWCNTs em adsorver RNA, exibindo uma capacidade máxima de adsorção de aproximadamente 175 mg/g. Quanto à capacidade de reutilizar este material, foram aplicadas estratégias de regeneração química, ultrassónica e térmica, sendo que, quando aplicada a regeneração química seguida de novo ensaio de adsorção de RNA, foi obtida a melhor percentagem de adsorção (73%) comparativamente às restantes estratégias mencionadas. Através da análise FTIR dos MWCNTs, demonstrou-se que o material foi capaz de recuperar as propriedades iniciais de superfície após terem sido aplicadas as estratégias de regeneração química e térmica. Relativamente aos resultados dos ensaios referentes à segunda parte do trabalho, foram realizados ensaios de screening de adsorção e dessorção de RNA a partir de diferentes materiais de carbono. Entre eles, os CNTs dopados com N e oxidados com HNO3 e as fibras de carbono oxidadas com HNO3, apesar de apresentarem capacidades de adsorção de RNA mais baixas, de 42% e 55% respetivamente, quando comparadas com MWCNTs e outros CNTs sem qualquer modificação de superfície, demonstraram ser capazes de dessorver o RNA capturado, obtendo percentagens de dessorção do RNA de 81% e 72%, respetivamente. Além disso, demonstrou-se a possibilidade de reutilização e reaproveitamento dos materiais pois estes foram capazes de manter a capacidade de adsorção de RNA ao longo de vários ciclos. Os resultados obtidos revelaram também a capacidade dos materiais em capturar com alguma seletividade o RNA de amostras complexas e, posteriormente, recuperá-lo sem a presença de DNA, ao longo de 3 ciclos. De notar que os CNTs dopados com N e oxidados com HNO3 apresentaram uma maior seletividade em comparação com as fibras de carbono oxidadas com HNO3. Os resultados evidenciaram também que os materiais foram capazes de capturar totalmente a quantidade de proteínas presente na amostra de lisado, sendo que no caso dos CNTs dopados com N e oxidados com HNO3 foi apenas necessário 1 ciclo de extração para capturar a totalidade de proteínas presente. A par disso, a recuperação final de RNA não foi comprometida, dado que as frações representativas de RNA dessorvido não continham a presença de proteína, possibilitando a clarificação rápida e simples do RNA. Por último, os resultados relativos aos espetros de dicroísmo circular garantiram a manutenção da integridade e estabilidade do RNA recuperado de ambos os materiais. Assim, globalmente, os resultados obtidos neste trabalho demonstram o potencial dos materiais de carbono em capturar e recuperar o RNA, permitindo o desenvolvimento de um método simples, rápido e amigo do ambiente para a captura e pré-purificação eficiente de RNA.
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Um dos processos mais cruciais é a recuperação e purificação do RNA, uma vez que associado ao processo de produção várias biomoléculas consideradas impurezas estão presentes, e são difíceis de eliminar pois partilham várias características com o RNA. Além disso, a presença destas impurezas no produto final pode representar problemas de imunogenicidade quando se considera a etapa final de entrega e administração terapêutica, tornando o seu processo de remoção obrigatório. Contudo, os métodos atualmente disponíveis e utilizados para o isolamento de RNA são limitados, demorados, pouco eficientes e muitas vezes requerem o uso de reagentes tóxicos, o que, para além de causar um enorme impacto a nível ambiental, pode comprometer a pureza, integridade e atividade biológica do RNA, parâmetros considerados imprescindíveis na recuperação do produto a ser aplicado biologicamente. Para responder a este problema, a utilização de materiais à base de carbono como candidatos a adsorventes para a captura de ácidos nucleicos surge como uma opção muito promissora devido às suas excelentes propriedades mecânicas, químicas e térmicas. Dentro destes materiais de carbono, os nanotubos de carbono (CNTs), destacam-se consideravelmente devido principalmente à excelente capacidade de adsorção de várias biomoléculas, o que tem potenciado a sua aplicação em diversas aplicações biológicas. Adicionalmente, os CNTs já demonstraram ser capazes de adsorver RNA. Porém, a forte interação CNT-RNA torna a dessorção de RNA um passo bastante crítico. Deste modo, neste estudo, é descrito um método eficaz, simples e economicamente mais rentável para a captura e recuperação de RNA a partir de um extrato complexo de Escherichia coli usando CNTs, comparando a eficiência do processo com outros materiais de carbono com diferentes estruturas e modificações de superfície. A amostra de lisado celular, além de conter a biomolécula de interesse, o RNA, contém proteínas bem como outros ácidos nucleicos contaminantes, como RNA e DNA genómico (gDNA). Os ensaios realizados no presente trabalho podem ser divididos em 2 partes: (1) realização de ensaios de adsorção de RNA usando CNTs de parede múltipla (multiwalled carbon nanotubes, MWCNTs) e avaliação de diferentes estratégias de regeneração dos MWCNTs para serem aplicados em novos ciclos, uma vez comprovada a incapacidade de dessorção de RNA deste material, em condições favoráveis à manutenção da sua integridade e estabilidade; (2) realização de ensaios de screening de adsorção e dessorção de RNA utilizando CNTs e outros materiais de carbono; estudo da reutilização dos materiais; avaliação do potencial de seletividade entre RNA e pDNA a partir de misturas de ácidos nucleicos e de amostras complexas de lisado, com posterior caraterização da pureza relativa e integridade do RNA recuperado. Os resultados obtidos da primeira parte do trabalho demonstraram o enorme potencial dos MWCNTs em adsorver RNA, exibindo uma capacidade máxima de adsorção de aproximadamente 175 mg/g. Quanto à capacidade de reutilizar este material, foram aplicadas estratégias de regeneração química, ultrassónica e térmica, sendo que, quando aplicada a regeneração química seguida de novo ensaio de adsorção de RNA, foi obtida a melhor percentagem de adsorção (73%) comparativamente às restantes estratégias mencionadas. Através da análise FTIR dos MWCNTs, demonstrou-se que o material foi capaz de recuperar as propriedades iniciais de superfície após terem sido aplicadas as estratégias de regeneração química e térmica. Relativamente aos resultados dos ensaios referentes à segunda parte do trabalho, foram realizados ensaios de screening de adsorção e dessorção de RNA a partir de diferentes materiais de carbono. Entre eles, os CNTs dopados com N e oxidados com HNO3 e as fibras de carbono oxidadas com HNO3, apesar de apresentarem capacidades de adsorção de RNA mais baixas, de 42% e 55% respetivamente, quando comparadas com MWCNTs e outros CNTs sem qualquer modificação de superfície, demonstraram ser capazes de dessorver o RNA capturado, obtendo percentagens de dessorção do RNA de 81% e 72%, respetivamente. Além disso, demonstrou-se a possibilidade de reutilização e reaproveitamento dos materiais pois estes foram capazes de manter a capacidade de adsorção de RNA ao longo de vários ciclos. Os resultados obtidos revelaram também a capacidade dos materiais em capturar com alguma seletividade o RNA de amostras complexas e, posteriormente, recuperá-lo sem a presença de DNA, ao longo de 3 ciclos. De notar que os CNTs dopados com N e oxidados com HNO3 apresentaram uma maior seletividade em comparação com as fibras de carbono oxidadas com HNO3. Os resultados evidenciaram também que os materiais foram capazes de capturar totalmente a quantidade de proteínas presente na amostra de lisado, sendo que no caso dos CNTs dopados com N e oxidados com HNO3 foi apenas necessário 1 ciclo de extração para capturar a totalidade de proteínas presente. A par disso, a recuperação final de RNA não foi comprometida, dado que as frações representativas de RNA dessorvido não continham a presença de proteína, possibilitando a clarificação rápida e simples do RNA. Por último, os resultados relativos aos espetros de dicroísmo circular garantiram a manutenção da integridade e estabilidade do RNA recuperado de ambos os materiais. Assim, globalmente, os resultados obtidos neste trabalho demonstram o potencial dos materiais de carbono em capturar e recuperar o RNA, permitindo o desenvolvimento de um método simples, rápido e amigo do ambiente para a captura e pré-purificação eficiente de RNA.In recent years, research has led to remarkable progress in the development of nucleic acid-based therapies. While these approaches had DNA as their starting point, recent investigations have evaluated the therapeutic potential of RNA. Understanding the cellular functions of RNA and its crucial role in various diseases has highlighted its potential application as a therapeutic biomolecule. In this context, the recent development of effective mRNA-based vaccines in response to the COVID-19 pandemic has further aroused research interest in RNA-based therapies. However, effective production processes still face numerous challenges. One of the most critical processes is RNA recovery and purification, since associated with the production process several biomolecules that are considered impurities are present and are difficult to eliminate as they share several characteristics with the RNA. Furthermore, the presence of these impurities in the final product may pose immunogenicity problems when considering the final stage of therapeutic delivery and administration, making their removal process mandatory. However, the methods currently available for RNA isolation are limited, time-consuming, not very efficient, and often require the use of toxic reagents, which, in addition to causing an enormous environmental impact, can compromise the purity, integrity, and biological activity of RNA, essential parameters to consider in the recovery of one product to be biologically applied. To address this problem, the use of carbonbased materials as candidate adsorbents for nucleic acids capture, emerges as a very promising option due to their excellent mechanical, chemical, and thermal properties. Within these carbon materials, carbon nanotubes (CNTs) stand out considerably, mainly due to their excellent adsorption capacity of several biomolecules, which has potentiated their application. Additionally, CNTs have already been shown to be able to adsorb RNA. However, the strong CNT-RNA interaction makes RNA desorption a very critical step. Thus, in this study, an efficient, simple, and cost-effective method for RNA capture and recovery from a complex extract of Escherichia coli using CNTs is described, comparing the process efficiency with other carbon materials with different structures and surface modifications. The cell lysate sample, in addition to containing the biomolecule of interest, RNA, also contains proteins as well as other contaminating nucleic acids such as RNA and genomic DNA (gDNA). The assays performed in the present work can be divided into 2 parts: (1) performing RNA adsorption assays using multi-walled carbon nanotubes (MWCNTs) and evaluating different regeneration strategies of the MWCNTs to be applied in new cycles, once the RNA desorption inability of this material is proven, under conditions favorable to maintain its integrity and stability; (2) performing RNA adsorption and desorption screening assays using CNTs and other carbon materials; studying the reuse of the materials; evaluating the potential selectivity between RNA and pDNA from mixtures of nucleic acids and complex lysate samples, with a subsequent characterization of the relative purity and integrity of the recovered RNA. The results obtained from the first part of the work demonstrated the great potential of MWCNTs to adsorb RNA, exhibiting a maximum adsorption capacity of approximately 175 mg/g. Regarding the ability to reuse this material, chemical, ultrasonic, and thermal regeneration strategies were applied. When chemical regeneration was applied followed by a new RNA adsorption experiment, 73% of RNA adsorption was obtained, which was the highest value, when compared to the other strategies. Through FTIR analysis of the MWCNTs it was demonstrated that the material was able to recover the initial surface properties after the chemical and thermal regeneration strategies. Regarding the second part of the work, RNA adsorption and desorption screening experiments were performed with different carbon materials. N-doped CNTs oxidized with HNO3 and carbon fibers oxidized with HNO3 showed lower RNA adsorption capacities (42% and 55% respectively) than MWCNTs and other CNTs without any surface modification. However, these materials allowed effective desorption of captured RNA, with desorption percentages of 81% and 72%, respectively, which was a great advantage over other materials. In addition, it was demonstrated the possibility of reusing the materials, as they were able to maintain the RNA adsorption capacity over several cycles. The results obtained also revealed the capacity of the materials to capture RNA from complex samples with some selectivity, being subsequently recovered without DNA, over 3 consecutive cycles. Of note, N-doped CNTs oxidized with HNO3 showed higher selectivity compared to carbon fibers oxidized with HNO3. The results also showed that the materials were able to fully capture the amount of protein present in the lysate sample, and in the case of N-doped CNTs oxidized with HNO3, only 1 extraction cycle was required. In addition, the final RNA recovery was not compromised since the representative fractions of desorbed RNA did not contain proteins. Moreover, circular dichroism spectra showed that RNA maintained its integrity and stability when recovered from both materials. Thus, overall, the results obtained in this work demonstrate the potential of carbon materials to capture and recover RNA, enabling the development of a simple, rapid, and environmentally friendly method for efficient RNA capture and pre-purification.Sousa, Fani Pereira deSilva, Cláudia GomesuBibliorumVideira, Ana Margarida Ferreira2022-11-232022-10-102025-10-07T00:00:00Z2022-11-23T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/12899TID:203219805porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:56:16Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/12899Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:52:24.107673Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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Além disso, a presença destas impurezas no produto final pode representar problemas de imunogenicidade quando se considera a etapa final de entrega e administração terapêutica, tornando o seu processo de remoção obrigatório. Contudo, os métodos atualmente disponíveis e utilizados para o isolamento de RNA são limitados, demorados, pouco eficientes e muitas vezes requerem o uso de reagentes tóxicos, o que, para além de causar um enorme impacto a nível ambiental, pode comprometer a pureza, integridade e atividade biológica do RNA, parâmetros considerados imprescindíveis na recuperação do produto a ser aplicado biologicamente. Para responder a este problema, a utilização de materiais à base de carbono como candidatos a adsorventes para a captura de ácidos nucleicos surge como uma opção muito promissora devido às suas excelentes propriedades mecânicas, químicas e térmicas. Dentro destes materiais de carbono, os nanotubos de carbono (CNTs), destacam-se consideravelmente devido principalmente à excelente capacidade de adsorção de várias biomoléculas, o que tem potenciado a sua aplicação em diversas aplicações biológicas. Adicionalmente, os CNTs já demonstraram ser capazes de adsorver RNA. Porém, a forte interação CNT-RNA torna a dessorção de RNA um passo bastante crítico. Deste modo, neste estudo, é descrito um método eficaz, simples e economicamente mais rentável para a captura e recuperação de RNA a partir de um extrato complexo de Escherichia coli usando CNTs, comparando a eficiência do processo com outros materiais de carbono com diferentes estruturas e modificações de superfície. A amostra de lisado celular, além de conter a biomolécula de interesse, o RNA, contém proteínas bem como outros ácidos nucleicos contaminantes, como RNA e DNA genómico (gDNA). Os ensaios realizados no presente trabalho podem ser divididos em 2 partes: (1) realização de ensaios de adsorção de RNA usando CNTs de parede múltipla (multiwalled carbon nanotubes, MWCNTs) e avaliação de diferentes estratégias de regeneração dos MWCNTs para serem aplicados em novos ciclos, uma vez comprovada a incapacidade de dessorção de RNA deste material, em condições favoráveis à manutenção da sua integridade e estabilidade; (2) realização de ensaios de screening de adsorção e dessorção de RNA utilizando CNTs e outros materiais de carbono; estudo da reutilização dos materiais; avaliação do potencial de seletividade entre RNA e pDNA a partir de misturas de ácidos nucleicos e de amostras complexas de lisado, com posterior caraterização da pureza relativa e integridade do RNA recuperado. Os resultados obtidos da primeira parte do trabalho demonstraram o enorme potencial dos MWCNTs em adsorver RNA, exibindo uma capacidade máxima de adsorção de aproximadamente 175 mg/g. Quanto à capacidade de reutilizar este material, foram aplicadas estratégias de regeneração química, ultrassónica e térmica, sendo que, quando aplicada a regeneração química seguida de novo ensaio de adsorção de RNA, foi obtida a melhor percentagem de adsorção (73%) comparativamente às restantes estratégias mencionadas. Através da análise FTIR dos MWCNTs, demonstrou-se que o material foi capaz de recuperar as propriedades iniciais de superfície após terem sido aplicadas as estratégias de regeneração química e térmica. Relativamente aos resultados dos ensaios referentes à segunda parte do trabalho, foram realizados ensaios de screening de adsorção e dessorção de RNA a partir de diferentes materiais de carbono. Entre eles, os CNTs dopados com N e oxidados com HNO3 e as fibras de carbono oxidadas com HNO3, apesar de apresentarem capacidades de adsorção de RNA mais baixas, de 42% e 55% respetivamente, quando comparadas com MWCNTs e outros CNTs sem qualquer modificação de superfície, demonstraram ser capazes de dessorver o RNA capturado, obtendo percentagens de dessorção do RNA de 81% e 72%, respetivamente. Além disso, demonstrou-se a possibilidade de reutilização e reaproveitamento dos materiais pois estes foram capazes de manter a capacidade de adsorção de RNA ao longo de vários ciclos. Os resultados obtidos revelaram também a capacidade dos materiais em capturar com alguma seletividade o RNA de amostras complexas e, posteriormente, recuperá-lo sem a presença de DNA, ao longo de 3 ciclos. De notar que os CNTs dopados com N e oxidados com HNO3 apresentaram uma maior seletividade em comparação com as fibras de carbono oxidadas com HNO3. Os resultados evidenciaram também que os materiais foram capazes de capturar totalmente a quantidade de proteínas presente na amostra de lisado, sendo que no caso dos CNTs dopados com N e oxidados com HNO3 foi apenas necessário 1 ciclo de extração para capturar a totalidade de proteínas presente. A par disso, a recuperação final de RNA não foi comprometida, dado que as frações representativas de RNA dessorvido não continham a presença de proteína, possibilitando a clarificação rápida e simples do RNA. Por último, os resultados relativos aos espetros de dicroísmo circular garantiram a manutenção da integridade e estabilidade do RNA recuperado de ambos os materiais. Assim, globalmente, os resultados obtidos neste trabalho demonstram o potencial dos materiais de carbono em capturar e recuperar o RNA, permitindo o desenvolvimento de um método simples, rápido e amigo do ambiente para a captura e pré-purificação eficiente de RNA.
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