Consumo energético 100% renovável - o caso de uma estação de tratamento de água para consumo humano

• Autor(a) principal: Cruz, João Pedro Cunha da
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/9451
• topic: Setor da Água; Eficiência Energética

A Água é um bem essencial para a vida, do qual a humanidade não pode abdicar. A produção de água potável e a devolução da água ao meio hídrico respeitam parâmetros de qualidade exigentes que dependem de processos produtivos que implicam a utilização de energia. Por todo o mundo civilizado, existem leis e normas que limitam a utilização da Água devido ao seu custo para o meio-ambiente. Em Portugal, mais recentemente, o “Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais (PENSAAR 2020)” estabelece objetivos operacionais para o setor da Água. Este plano tem, entre outros, por objetivo principal a implementação de medidas de eficiência energética e otimização dos custos de exploração, designadamente, através da redução do consumo de energia nos sistemas integrados no sector da Água. Conforme tem sido publicitado pela ADENE (Agência para a Energia), “em termos económico-financeiros, e de acordo com a avaliação da ERSAR no Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal (RASARP 2016), o setor da Água apresenta algumas debilidades no que diz respeito ao correto funcionamento das infraestruturas relativamente aos consumos energéticos e por esse motivo a globalidade das entidades gestoras dos serviços de saneamento de águas residuais, registaram resultados negativos nos últimos anos”. Até 2017 o Grupo Águas de Portugal, que gere a maioria dos sistemas do sector da Água de norte a sul do País, apresentou custos com energia na ordem dos 50% dos custos totais operacionais (excluindo custos com pessoal e amortizações). Com o aumento do preço da energia em Portugal nos últimos anos, caso não se atue de imediato na eficiência energética prevê-se o surgimento de alguns desequilíbrios financeiros no sector. As mesmas conclusões se retirarão dos outros sistemas geridos por outras entidades gestoras. Uma infraestrutura trabalha no seu “ponto ótimo de funcionamento” quando produz com elevada qualidade e com o menor consumo de energia e de recursos, sejam naturais ou outros. Em todos os ramos da indústria os processos produtivos influenciam o maior ou menor consumo energético. Caso o “ponto ótimo de funcionamento” não esteja bem determinado numa infraestrutura, dificilmente se conseguirá determinar o mínimo de consumo energético necessário para a produção. Esta dissertação do Mestrado em Engenharia Mecânica apresenta a análise ao consumo energético, ao processo produtivo e à qualidade de água da ETA da Lapela, infraestrutura explorada pela Águas do Norte S.A., empresa do Grupo Águas de Portugal, SGPS, S.A., com o objetivo de determinar o seu ponto ótimo de funcionamento. Por outro lado, será explorada a possibilidade de dotar a ETA da Lapela de condições técnicas para suportar a produção de água com recurso, exclusivamente, a energia solar.