A racionalidade escolar como processo civilizador: a moral que captura almas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Boto,Carlota
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-91872010000200003
Resumo: O objetivo deste artigo é o de enfocar o tema da civilização e das práticas de ensino da moral e da civilidade na escola. Tomando por referência teórica principal a obra de Norbert Elias, foram estudados livros didáticos portugueses utilizados em escolas entre meados do século XIX e os primeiros anos do século XX. Trata-se de uma pesquisa no campo da História da Educação, na qual os textos escolares são tomados como fontes. Verifica-se, por meio dos livros, o intuito da escola de ensinar um roteiro de comportamentos tidos como universalmente válidos. Há, por sua vez, nos compêndios, diferentes concepções de moralidade e diversas maneiras de se conceber o ensino da moral. Nota-se a existência de estratégias claras para acoplar, ao ensino do ler, do escrever e do contar, o ensino das formas de se comportar. Os saberes da escola primária constituem claramente uma forma de civilizar. O conceito de civilização traz implícita a suposição de superioridade de uma cultura sobre as outras. Os conhecimentos escolares aliam-se ao ensino de certas competências, de um dado repertório, que coincide com a orientação de valores e de saberes a serem percorridos; para que fossem formadas, inclusive, idéias de pátria, de família, de criança, de disciplina, etc.. A escola fala do mundo às crianças; de um mundo para o qual são necessários alguns sutis ensinamentos: o aprendizado do silêncio, da modéstia, da aceitação do existente como necessário, da obediência como valor na vida cotidiana.
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