A nova poética da natureza de Gary Snyder: budismo e ecocrítica na sua obra

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marques, Nuno Filipe da Silva
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/17768
Resumo: Esta dissertação introduz a obra do poeta Gary Snyder (1930-) à Academia Portuguesa para afirmar o seu lugar próprio na história da poesia dos Estados Unidos da América. Encontra-se dividida em três capítulos que determinam os três territórios do mapa do pensamento sincrético do autor. No primeiro capítulo, trata-se o diálogo da obra com os modos de representação da Natureza na literatura dos Estados Unidos, discutindo-se o lugar particular que nesta vem ocupar. Em rutura com a matriz literária do Pastoralismo, mesmo no compromisso ambiental que assume, a poesia de Snyder cristaliza um momento de passagem da escrita da natureza para a literatura ambiental. O segundo capítulo apresenta os elementos da religião Budista que penetram e constituem a obra do autor. Daqui resulta esclarecida a importância da inter-relação entre a mente e a natureza. Um elemento particular da presença do budismo nesta obra é a equivalência feita entre o conceito de interdependência e o conceito de natureza enquanto processo, cujas implicações a nível formal são esclarecidas. O terceiro e último capítulo retira da importância da relação com a Natureza as implicações formais e temáticas para a obra de Snyder. É dada particular atenção à articulação entre lugar geográfico e estrutura do poema que pressupõe uma inter-relação entre ambos. Para a ilustrar, concentro a mediação feita pelo poema e pelo poeta na figura do poeta xamã, evidente na presença de elementos animistas na poesia. É, de seguida, demonstrada a posição do autor sobre a linguagem enquanto ecossistema que decorre dos pressupostos anteriores. Considero ser a postura sincrética de Snyder a sua mais profunda marca de originalidade, cujas repercussões a nível formal e temático são incontornáveis para a compreensão da poesia norte-americana contemporânea. Reunindo elementos das três grandes áreas enunciadas — ecologia, budismo e poesia — a obra de Snyder oferece-se como projeto de revolução social, política, ambiental e poética para um novo (e antigo) lugar do homem na natureza.
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