Apoio da comunidade residente ao desenvolvimento turístico sustentável: aplicado às aldeias e Vila de Mondim de Basto a Norte de Portugal
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/7938 |
Resumo: | O apoio da comunidade residente tem sido considerado fundamental para o desenvolvimento do turismo, nomeadamente em áreas rurais. Seguindo o caminho aberto por Ap (1992), a maioria dos estudos enquadra-se no referencial da teoria da troca social, considerando que as comunidades locais apoiam o desenvolvimento do turismo em troca da melhoria de condições de vida que ele acarreta. Assim, para além de fatores afetivos e relacionais, como sejam o envolvimento da comunidade ou a ligação dos residentes à comunidade e à localidade, a atitude face ao turismo tem sido estudada como um elemento fundamental para gerar o apoio dos residentes. Essa atitude resulta, na maioria dos estudos, das perceções ou crenças sobre os impactes económicos, sociais e ambientais do turismo. Nesta dissertação explica-se a atitude dos residentes, não apenas a partir de crenças e valores relacionados com cada um destes impactes (componente cognitivo), mas também de um conjunto de impactes afetivos, ou seja, perceção de alterações nos afetos atribuídos à localidade (componente afetivo). Construiu-se, assim, um modelo para avaliar como os componentes cognitivo e afetivo contribuem para a formação de uma atitude global dos residentes face ao turismo e, por outro lado, como essa atitude, conjuntamente com a forma como os residentes se identificam com o local, influencia o apoio ao desenvolvimento do turismo no concelho. O modelo foi empiricamente avaliado numa amostra de 349 indivíduos maiores de 18 anos, residentes no concelho de Mondim de Basto, definida através de quotas proporcionais ao sexo, idade, escolaridade e residência (sede de concelho vs aldeias). Os resultados obtidos permitem concluir que a população residente valoriza, em primeiro lugar, viver numa localidade com ambiente agradável, seguindo-se o valor de viver numa zona tranquila, o que supera as condições económicas, as infraestruturas e as relações entre os habitantes. A implicação deste resultado é que o desenvolvimento do turismo não deve pôr em causa a tranquilidade nem a agradabilidade do local. Isto corresponde às expetativas dos residentes, já que, no plano cognitivo, a esmagadora maioria considera que a tranquilidade do local não é alterada pelo turismo no concelho e, no plano afetivo, é muito mais forte o sentimento de que o turismo aumenta o entusiasmo do que o que aumenta o stresse. |
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Apoio da comunidade residente ao desenvolvimento turístico sustentável: aplicado às aldeias e Vila de Mondim de Basto a Norte de PortugalÁreas ruraisTurismoConcelho de Mondim de Basto (Distrito de Vila Real, Portugal)Desenvolvimento sustentávelImpactes do turismoAtitude dos residentesIdentidade localApoio ao turismoO apoio da comunidade residente tem sido considerado fundamental para o desenvolvimento do turismo, nomeadamente em áreas rurais. Seguindo o caminho aberto por Ap (1992), a maioria dos estudos enquadra-se no referencial da teoria da troca social, considerando que as comunidades locais apoiam o desenvolvimento do turismo em troca da melhoria de condições de vida que ele acarreta. Assim, para além de fatores afetivos e relacionais, como sejam o envolvimento da comunidade ou a ligação dos residentes à comunidade e à localidade, a atitude face ao turismo tem sido estudada como um elemento fundamental para gerar o apoio dos residentes. Essa atitude resulta, na maioria dos estudos, das perceções ou crenças sobre os impactes económicos, sociais e ambientais do turismo. Nesta dissertação explica-se a atitude dos residentes, não apenas a partir de crenças e valores relacionados com cada um destes impactes (componente cognitivo), mas também de um conjunto de impactes afetivos, ou seja, perceção de alterações nos afetos atribuídos à localidade (componente afetivo). Construiu-se, assim, um modelo para avaliar como os componentes cognitivo e afetivo contribuem para a formação de uma atitude global dos residentes face ao turismo e, por outro lado, como essa atitude, conjuntamente com a forma como os residentes se identificam com o local, influencia o apoio ao desenvolvimento do turismo no concelho. O modelo foi empiricamente avaliado numa amostra de 349 indivíduos maiores de 18 anos, residentes no concelho de Mondim de Basto, definida através de quotas proporcionais ao sexo, idade, escolaridade e residência (sede de concelho vs aldeias). Os resultados obtidos permitem concluir que a população residente valoriza, em primeiro lugar, viver numa localidade com ambiente agradável, seguindo-se o valor de viver numa zona tranquila, o que supera as condições económicas, as infraestruturas e as relações entre os habitantes. A implicação deste resultado é que o desenvolvimento do turismo não deve pôr em causa a tranquilidade nem a agradabilidade do local. Isto corresponde às expetativas dos residentes, já que, no plano cognitivo, a esmagadora maioria considera que a tranquilidade do local não é alterada pelo turismo no concelho e, no plano afetivo, é muito mais forte o sentimento de que o turismo aumenta o entusiasmo do que o que aumenta o stresse.Community support has been reckoned as a crucial element of tourism development, namely at rural areas. Following Ap’s (1992) path, most studies resort to the social exchange theory, arguing that local communities support tourism development in exchange to improvements brought by tourism, particularly to the community wellbeing. Thus, besides affective and relational factors, such as community involvement, community attachment, and place attachment, resident’s attitudes to tourism have been considered as a fundamental basis of community support. In most studies the attitude is posited to result from beliefs or perceptions of economic, social, and environmental tourism impacts. This dissertation explains resident’s attitudes not only by its cognitive component (values and beliefs related to each impact), but also by an affective component (perceptions of changes in the affect attributed to the place environment). The correspondent research model assessed how the two components contribute to the overall attitude and, on the other hand, how the attitude, in conjunction with local identity, influences community support to tourist development. The model was assessed in a quota sample of 349 dwellers of Mondim de Basto, older than 18. Quotas were defined by sex, age, schooling and place (county seat vs villages). Results show that residents most value living in a place with a pleasant environment, followed by the value of living in a peaceful area, more than they value economic conditions, infrastructure or relationships with other residents, thus suggesting that tourism development shouldn’t risk the place’s pleasantness and peacefulness. At the cognitive level, a vast majority believe that tourism will not change the tranquility of living. At the affective level, the feeling that tourism enhances place’s enthusiasm is much more strong that the fear of increased stress. However, when explaining the overall attitude to tourism, the economic impact emerges as the strongest factor. Community proud is the most impacted by tourism, but it is also the least valued factor. So we conclude that, as predicted by social exchange theory, resident’s attitude to tourism is dependent on perceived actual community benefits.2017-08-18T11:23:24Z2017-08-18T00:00:00Z2017-08-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/7938TID:202032850porFerreira, Maria do Carmo Costainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:38:45Zoai:repositorio.utad.pt:10348/7938Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:02:07.070950Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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