A condição territorial: contributos para uma filosofia da geopolítica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/55786 |
Resumo: | Estes perenes esforços humanos em - partindo de certa experiência prévia - depreender um senso de permanência em meio à mudança, desde a busca pela proporcionalidade intrínseca (logos) daquilo que vigora, daquilo que é; que surge a partir da depuração das formas simbólicas em elementos irredutíveis, em unidades racionais, eis o que caracteriza, preliminarmente, a atividade filosófica. Em razão desse esforço (próprio de uma ‘ciência procurada’, doravante zetouméne epistéme, segundo Aristóteles) se pode avaliar que o objeto da filosofia é latente, de modo que empenha o próprio filosofante a (buscando-a) contemplá-la; e, eventualmente, contemplando-a, vislumbrar as suas próprias compensações. Se, como diria o Estagirita: “tantas são as partes da filosofia (...) quantas são as substâncias” (Metafísica Γ 1004a 2), se pode avaliar que o empenho vital de tal busca bifurca-se em quantas veredas e o quanto de Verdade se suporta. Nesta tese, o empenho se volta para a substância da Geopolítica clássica que, como um substrato para os seus atributos (sem os quais não teriam em si mesmos razão de ser), a diferencia de ciências afins (Geografia Política e Relações Internacionais) por meio de seu conteúdo formal: o território como correlato espacial que, por vias políticas, se torna autônomo a este próprio ato. Concomitantemente, interessa responder qual a implicação entre o surgimento da Geopolítica como expressão da cosmovisão ocidental, cujos condicionantes epocais e filosóficos (expressivos ao redor da Paz de Vestfália, além do enfoque moderno, e não menos gnoseológico voltado à Natureza) moldaram os símbolos espaciais (constantes nas idealizações dos impérios, soberanias e nações) até libertar o território de quaisquer constrangimentos confessionais ou religiosos. Portanto, interessa a esta Filosofia da Geopolítica um duplo movimento que, buscando-a em sua contínua diferença específica (dos saberes afins e dentre as cosmovisões), procura intuir os poderes que (empenhados no reordenamento espacial de certa porção de terra) são capazes de extrapolar os limites territoriais de sua própria circunscrição, manifestando - simultaneamente - tanto uma mudança histórica substancial, como o impacto incidente sobre vidas humanas. |
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A condição territorial: contributos para uma filosofia da geopolíticaFilosofia políticaGeopolíticaTerritório nacionalEspaço políticoSignos e símbolosImpérioSoberaniaNaçãoTeses de doutoramento - 2022Domínio/Área Científica::Humanidades::Filosofia, Ética e ReligiãoEstes perenes esforços humanos em - partindo de certa experiência prévia - depreender um senso de permanência em meio à mudança, desde a busca pela proporcionalidade intrínseca (logos) daquilo que vigora, daquilo que é; que surge a partir da depuração das formas simbólicas em elementos irredutíveis, em unidades racionais, eis o que caracteriza, preliminarmente, a atividade filosófica. Em razão desse esforço (próprio de uma ‘ciência procurada’, doravante zetouméne epistéme, segundo Aristóteles) se pode avaliar que o objeto da filosofia é latente, de modo que empenha o próprio filosofante a (buscando-a) contemplá-la; e, eventualmente, contemplando-a, vislumbrar as suas próprias compensações. Se, como diria o Estagirita: “tantas são as partes da filosofia (...) quantas são as substâncias” (Metafísica Γ 1004a 2), se pode avaliar que o empenho vital de tal busca bifurca-se em quantas veredas e o quanto de Verdade se suporta. Nesta tese, o empenho se volta para a substância da Geopolítica clássica que, como um substrato para os seus atributos (sem os quais não teriam em si mesmos razão de ser), a diferencia de ciências afins (Geografia Política e Relações Internacionais) por meio de seu conteúdo formal: o território como correlato espacial que, por vias políticas, se torna autônomo a este próprio ato. Concomitantemente, interessa responder qual a implicação entre o surgimento da Geopolítica como expressão da cosmovisão ocidental, cujos condicionantes epocais e filosóficos (expressivos ao redor da Paz de Vestfália, além do enfoque moderno, e não menos gnoseológico voltado à Natureza) moldaram os símbolos espaciais (constantes nas idealizações dos impérios, soberanias e nações) até libertar o território de quaisquer constrangimentos confessionais ou religiosos. Portanto, interessa a esta Filosofia da Geopolítica um duplo movimento que, buscando-a em sua contínua diferença específica (dos saberes afins e dentre as cosmovisões), procura intuir os poderes que (empenhados no reordenamento espacial de certa porção de terra) são capazes de extrapolar os limites territoriais de sua própria circunscrição, manifestando - simultaneamente - tanto uma mudança histórica substancial, como o impacto incidente sobre vidas humanas.These perennial human efforts in - starting from a certain previous experience - reveal a sense of permanence in the midst of change, from the search for the intrinsic proportionality (logos) of what prevails, of what of what is while it is; which arises from the purification of symbolic forms in irreducible elements, in rational units, this is what characterizes, preliminarily, the philosophical activity. Due to this effort (typical of a 'science that seeks itself', henceforth zetouméne epistéme, according to Aristotle), it can be assessed that the object of philosophy is latent, so that the philosopher himself is committed to (seeking it) to contemplate it, and, eventually, contemplating it, envision its own compensations. If, as the Stagirite would say: “there are as many parts of philosophy (...) as there are substances” (Metaphysics Γ 1004a 2), one can appreciate that the vital endeavor of such a search forks in how many paths and how much Truth is supported. In this thesis, the commitment turns to the substance of classical Geopolitics, which, as a substrate for its attributes (without which they would not have a reason in themselves), differentiates them from related sciences (Political Geography and International Relations) through of it’s formal content: the territory as a spatial correlate that, through political way, becomes autonomous to this very act. Concomitantly, it is interesting to answer what is the implication between the emergence of Geopolitics as an expression of the Western worldview, whose historical and philosophical conditions (expressive around the Peace of Westphalia, in addition to the modern, and no less gnosisological approach focused on Nature) shaped the spatial symbols (constant in the idealizations of empires, sovereignties and nations) until liberating the territory from any confessional or religious constraints. Therefore, this Philosophy of Geopolitics is interested in a double movement that, seeking it in its continuous specific difference (of related knowledge and among worldviews), seeks to intuit the powers that (engaged in the spatial reordering of a certain portion of land) are capable of to extrapolate the territorial limits of its own circumscription, manifesting - simultaneously - both a substantial historical change and the impact on human lives.André, José Manuel Gomes da SilvaMarques, Viriato SoromenhoRepositório da Universidade de LisboaPessoa, Ivan Jorge Sousa2023-01-10T14:30:32Z2022-02-152021-03-122022-02-15T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/55786TID:101616830porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T17:02:58Zoai:repositorio.ul.pt:10451/55786Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:06:22.860073Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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