Caracterização de variedades de arroz e desenvolvimento de novos produtos alimentares
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/35098 |
Resumo: | O arroz (Oryza sativa) é o cereal mais consumido no mundo e é constituído maioritariamente por amido, apresentando quantidades menores de proteínas, lipídios e fibra. O amido apresenta-se no arroz na forma de grânulos que resultam da interação das estruturas de amilose e amilopectina. Durante a cozedura do arroz, a água penetra nos grânulos de amido, ocorrendo o processo de gelatinização. Com o arrefecimento, ocorre o processo de retrogradação que corresponde à reorganização das moléculas de amilose e amilopectina influenciando o comportamento reológico deste cereal. Neste trabalho, foram caracterizadas as variedades de arroz da colheita de 2021/2022, pertencentes às subespécies Indica e Japónica, através de análises biométricas e reológicas. A humidade do arroz variou entre 11,6% e 16,8% e verificou-se que as variedades de Indica têm menor largura e apresentam valores mais elevados da razão comprimento/largura quando comparados com as variedades de Japónica. De um modo geral, as variedades de Japónica apresentaram um maior grau de brancura (kett) e maior percentagem de grãos gessados do que a subespécie Indica. Os testes de cozedura demonstraram que as variedades de Indica cozem mais rápido que as da subespécie Japónica, sendo o tempo de cozedura correlacionado negativamente com a razão comprimento/largura. Através das análises reológicas verificou-se que a maioria das variedades de Japónica (menor teor de amilose) apresentaram um pico da viscosidade e breakdown superiores às variedades da subespécie Indica. Por outro lado, a maioria das variedades da subespécie Indica apresentaram uma viscosidade final e retrogradação superiores às variedades de Japónica. Como o comportamento reológico do arroz também depende da presença de proteínas, lípidos e comprimento das cadeias laterais de amilopectina, estes podem explicar os desvios observados às tendências reológicas para ambas as subespécies. Neste trabalho foi também testada a produção de um snack proteico à base de arroz com a incorporação da microalga Chlorella vulgaris, utilizando as técnicas de expansão por micro-ondas e de desidratação. Apesar da técnica de expansão por micro-ondas se ter mostrado industrialmente inviável, a desidratação revelou-se promissora na obtenção de um snack crocante que, através de análises nutricionais, mostrou ter um alto teor de fibra e ser uma fonte de proteína. Através de análises microbiológicas foi possível garantir a segurança alimentar dos produtos obtidos, sendo necessários mais estudos para avaliar a estabilidade e conservação das suas características ao longo do tempo. |
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Caracterização de variedades de arroz e desenvolvimento de novos produtos alimentaresOryza sativaIndicaJapónicaAmidoAmiloseAmilopectinaGelatinizaçãoChlorella vulgarisSnacksExpansão por micro-ondasDesidrataçãoO arroz (Oryza sativa) é o cereal mais consumido no mundo e é constituído maioritariamente por amido, apresentando quantidades menores de proteínas, lipídios e fibra. O amido apresenta-se no arroz na forma de grânulos que resultam da interação das estruturas de amilose e amilopectina. Durante a cozedura do arroz, a água penetra nos grânulos de amido, ocorrendo o processo de gelatinização. Com o arrefecimento, ocorre o processo de retrogradação que corresponde à reorganização das moléculas de amilose e amilopectina influenciando o comportamento reológico deste cereal. Neste trabalho, foram caracterizadas as variedades de arroz da colheita de 2021/2022, pertencentes às subespécies Indica e Japónica, através de análises biométricas e reológicas. A humidade do arroz variou entre 11,6% e 16,8% e verificou-se que as variedades de Indica têm menor largura e apresentam valores mais elevados da razão comprimento/largura quando comparados com as variedades de Japónica. De um modo geral, as variedades de Japónica apresentaram um maior grau de brancura (kett) e maior percentagem de grãos gessados do que a subespécie Indica. Os testes de cozedura demonstraram que as variedades de Indica cozem mais rápido que as da subespécie Japónica, sendo o tempo de cozedura correlacionado negativamente com a razão comprimento/largura. Através das análises reológicas verificou-se que a maioria das variedades de Japónica (menor teor de amilose) apresentaram um pico da viscosidade e breakdown superiores às variedades da subespécie Indica. Por outro lado, a maioria das variedades da subespécie Indica apresentaram uma viscosidade final e retrogradação superiores às variedades de Japónica. Como o comportamento reológico do arroz também depende da presença de proteínas, lípidos e comprimento das cadeias laterais de amilopectina, estes podem explicar os desvios observados às tendências reológicas para ambas as subespécies. Neste trabalho foi também testada a produção de um snack proteico à base de arroz com a incorporação da microalga Chlorella vulgaris, utilizando as técnicas de expansão por micro-ondas e de desidratação. Apesar da técnica de expansão por micro-ondas se ter mostrado industrialmente inviável, a desidratação revelou-se promissora na obtenção de um snack crocante que, através de análises nutricionais, mostrou ter um alto teor de fibra e ser uma fonte de proteína. Através de análises microbiológicas foi possível garantir a segurança alimentar dos produtos obtidos, sendo necessários mais estudos para avaliar a estabilidade e conservação das suas características ao longo do tempo.Rice (Oryza sativa) is the most consumed cereal in the world and is mainly composed of starch, with smaller amounts of proteins, lipids and fibre. Starch is found in rice in the form of granules that result from the interaction of amylose and amylopectin structures. During rice cooking, water penetrates the starch granules, causing the gelatinization process. During cooling, the retrogradation process occurs, which corresponds to the reorganization of amylose and amylopectin molecules, influencing the rheological behaviour of this cereal. In this work, rice varieties from the 2021/2022 crop, belonging to the Indica and Japonica subspecies, were characterized through biometric and rheological analyses. Rice moisture varied between 11,6% and 16,8% and it was found that the Indica varieties have a smaller width, presenting higher length/width ratios when compared to the Japonica varieties. In general, the Japonica varieties showed a higher whiteness degree (kett) and a higher percentage of chalky grains than the Indica subspecies. Cooking tests showed that the Indica varieties cook faster than the Japonica varieties, with the cooking time being negatively correlated with the length/width ratio. Through rheological analysis, it was found that most varieties of Japonica (low amylose content) showed a higher viscosity peak and breakdown than the varieties of the Indica subspecies. On the other hand, most varieties of the Indica subspecies showed a higher final viscosity and retrogradation than the Japonica varieties. As the rheological behaviour of rice also depends on the presence of proteins, lipids and length of amylopectin side chains, these may explain the observed deviations to the rheological trends for both subspecies. In this work, it was also tested the production of a protein snack based on rice, with the incorporation of the microalgae Chlorella vulgaris, using the techniques of microwave expansion and dehydration. Despite the microwave expansion technique having proved to be industrially unfeasible, dehydration proved to be promising in obtaining a crispy snack which, through nutritional analysis, was shown to have a high fibre content and to be a source of protein. Through microbiological analyses it was possible to guarantee the food safety of the products obtained, being necessary more studies to evaluate the stability and conservation of its characteristics over time.2023-07-30T00:00:00Z2022-07-27T00:00:00Z2022-07-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/35098porGodinho, Patrícia Maria de Oliveirainfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T12:07:33Zoai:ria.ua.pt:10773/35098Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:06:11.563665Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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O arroz (Oryza sativa) é o cereal mais consumido no mundo e é constituído maioritariamente por amido, apresentando quantidades menores de proteínas, lipídios e fibra. O amido apresenta-se no arroz na forma de grânulos que resultam da interação das estruturas de amilose e amilopectina. Durante a cozedura do arroz, a água penetra nos grânulos de amido, ocorrendo o processo de gelatinização. Com o arrefecimento, ocorre o processo de retrogradação que corresponde à reorganização das moléculas de amilose e amilopectina influenciando o comportamento reológico deste cereal. Neste trabalho, foram caracterizadas as variedades de arroz da colheita de 2021/2022, pertencentes às subespécies Indica e Japónica, através de análises biométricas e reológicas. A humidade do arroz variou entre 11,6% e 16,8% e verificou-se que as variedades de Indica têm menor largura e apresentam valores mais elevados da razão comprimento/largura quando comparados com as variedades de Japónica. De um modo geral, as variedades de Japónica apresentaram um maior grau de brancura (kett) e maior percentagem de grãos gessados do que a subespécie Indica. Os testes de cozedura demonstraram que as variedades de Indica cozem mais rápido que as da subespécie Japónica, sendo o tempo de cozedura correlacionado negativamente com a razão comprimento/largura. Através das análises reológicas verificou-se que a maioria das variedades de Japónica (menor teor de amilose) apresentaram um pico da viscosidade e breakdown superiores às variedades da subespécie Indica. Por outro lado, a maioria das variedades da subespécie Indica apresentaram uma viscosidade final e retrogradação superiores às variedades de Japónica. Como o comportamento reológico do arroz também depende da presença de proteínas, lípidos e comprimento das cadeias laterais de amilopectina, estes podem explicar os desvios observados às tendências reológicas para ambas as subespécies. Neste trabalho foi também testada a produção de um snack proteico à base de arroz com a incorporação da microalga Chlorella vulgaris, utilizando as técnicas de expansão por micro-ondas e de desidratação. Apesar da técnica de expansão por micro-ondas se ter mostrado industrialmente inviável, a desidratação revelou-se promissora na obtenção de um snack crocante que, através de análises nutricionais, mostrou ter um alto teor de fibra e ser uma fonte de proteína. Através de análises microbiológicas foi possível garantir a segurança alimentar dos produtos obtidos, sendo necessários mais estudos para avaliar a estabilidade e conservação das suas características ao longo do tempo. |
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