Retenções escolares, comportamentos delinquentes autorrelatados, autoestima e resiliência − estudo comparativo em adolescentes (14-17 anos) de agrupamentos de escolas do concelho de Odivelas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Jorge, Hugo Marques Pereira Santos
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11144/3070
Resumo: Enquadrada na problemática do insucesso escolar, formalizado na Retenção Escolar, esta investigação teve três objetivos específicos. Por um lado, analisar, através de um estudo comparativo, as diferenças ao nível da Autoestima, da Resiliência e do Comportamento Delinquente Autorrelatado, em alunos do 3º ciclo do Ensino Básico com retenções e alunos do mesmo ciclo de ensino que não apresentam retenções; por outro lado, analisar a relação existente entre Retenções Escolares e os constructos Comportamentos Delinquentes (como percecionados pelo adolescente), Autoestima e Resiliência, assim como as associações que se estabelecem entre estes constructos. O estudo comparativo de índole quantitativa, correlacional e transversal, decorreu em agrupamentos de escolas do concelho de Odivelas e a amostra foi constituída por 211 alunos do 3º ciclo do ensino básico, distribuídos em dois grupos (n = 101 grupo com retenções; n = 110 grupo sem retenções). Foram utilizados instrumentos de medida de autorrelato. Face aos objetivos enunciados, ao nível da comparação entre os dois grupos de participantes, postulou-se que os alunos com retenções escolares apresentavam maior número de comportamentos delinquentes autorrelatados e níveis mais baixos de resiliência. As hipóteses colocadas foram confirmadas sendo o grau de significância moderado a forte. No entanto, um dado discrepante ressalta da nossa pesquisa, os participantes com retenções apresentam, ao nível do fator optimismo, valores mais elevados. No que respeita ao contruto autoestima não existe uma diferença significativa entre os dois grupos de participantes. Considerando o score de comportamentos delinquentes, a correlação de Pearson demonstra a existência de uma correlação significativa positiva moderada a forte entre o número de retenções e os comportamentos delinquentes (r = .68, p < .001), uma correlação significativa negativa fraca (r = - .27, p = .007) entre o número de retenções e a autoestima (quando o número de retenções aumenta, a autoestima diminui, apesar da sua interação ser reduzida); verifica-se, ainda, a existência de uma correlação significativa negativa moderada entre Retenções e Resiliência (r = - .45, p < .001), quando o número de retenções aumenta, diminui, em certa medida, a Resiliência. Contrastando com este padrão de associação entre estas duas variáveis, ao nível do fator otimismo, verifica-se uma correlação significativa positiva, embora fraca (r = .32, p < .001). Por último, ao nível das correlações entre os constructos em análise, os dados vieram confirmar a existência de uma correlação significativa positiva entre as variáveis Resiliência e Autoestima (r = .34, p < .001), exceto ao nível do fator optimismo (r = - .03, p = .674), e a correlação de Pearson demonstra, também, que existe uma correlação significativa negativa, embora fraca, entre as variáveis Autoestima e Comportamentos Delinquentes (r = - .16, p < .005), ou seja, a autoestima diminui, em certa medida, quando o número de comportamentos delinquentes aumenta, e vice-versa. Os resultados, embora não possam ser generalizados, apontam para a interação de fatores de risco e de proteção no âmbito da problemática em estudo e levantam pistas para novas investigações.
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O estudo comparativo de índole quantitativa, correlacional e transversal, decorreu em agrupamentos de escolas do concelho de Odivelas e a amostra foi constituída por 211 alunos do 3º ciclo do ensino básico, distribuídos em dois grupos (n = 101 grupo com retenções; n = 110 grupo sem retenções). Foram utilizados instrumentos de medida de autorrelato. Face aos objetivos enunciados, ao nível da comparação entre os dois grupos de participantes, postulou-se que os alunos com retenções escolares apresentavam maior número de comportamentos delinquentes autorrelatados e níveis mais baixos de resiliência. As hipóteses colocadas foram confirmadas sendo o grau de significância moderado a forte. No entanto, um dado discrepante ressalta da nossa pesquisa, os participantes com retenções apresentam, ao nível do fator optimismo, valores mais elevados. No que respeita ao contruto autoestima não existe uma diferença significativa entre os dois grupos de participantes. Considerando o score de comportamentos delinquentes, a correlação de Pearson demonstra a existência de uma correlação significativa positiva moderada a forte entre o número de retenções e os comportamentos delinquentes (r = .68, p < .001), uma correlação significativa negativa fraca (r = - .27, p = .007) entre o número de retenções e a autoestima (quando o número de retenções aumenta, a autoestima diminui, apesar da sua interação ser reduzida); verifica-se, ainda, a existência de uma correlação significativa negativa moderada entre Retenções e Resiliência (r = - .45, p < .001), quando o número de retenções aumenta, diminui, em certa medida, a Resiliência. Contrastando com este padrão de associação entre estas duas variáveis, ao nível do fator otimismo, verifica-se uma correlação significativa positiva, embora fraca (r = .32, p < .001). Por último, ao nível das correlações entre os constructos em análise, os dados vieram confirmar a existência de uma correlação significativa positiva entre as variáveis Resiliência e Autoestima (r = .34, p < .001), exceto ao nível do fator optimismo (r = - .03, p = .674), e a correlação de Pearson demonstra, também, que existe uma correlação significativa negativa, embora fraca, entre as variáveis Autoestima e Comportamentos Delinquentes (r = - .16, p < .005), ou seja, a autoestima diminui, em certa medida, quando o número de comportamentos delinquentes aumenta, e vice-versa. Os resultados, embora não possam ser generalizados, apontam para a interação de fatores de risco e de proteção no âmbito da problemática em estudo e levantam pistas para novas investigações.Within the context of school failure, defined as Grade Retention, this research had three specific objectives. On the one hand, to analyze, through a comparative study, the differences regarding Self-esteem, Resilience and Self-Report Delinquent Behaviour in two groups of 7th, 8th and 9th grade students, one group with retentions and another group of students that do not present school retentions; On the other hand, it aimed to analyze the relationship established between Grade Retention and Delinquent Behaviours (as perceived by the adolescent), Self-Esteem and Resilience, as well as the associations among these constructs. The quantitative, correlational and cross-sectional comparative study was carried out in schools of the Odivelas council, and the sample consisted of 211 students in the 7th, 8th and 9th grades, subdivided into two groups (n = 101 group with retentions; n = 110 group without retentions). Self-report measurement instruments were used. In view of the stated objectives, when comparing the two groups of participants, it was postulated that students with school retention would present a higher number of self-reported delinquent behaviours and lower levels of resilience. The hypotheses were confirmed, with a high degree of significance. However, a discrepant fact emerges from our research, the retained group presents, at the level of the optimism factor, a higher score. Regarding the contruct self-esteem, the participants without retentions scored higher than the retained group; Yet there is no significant difference. It was also found that, overall, considering the delinquent behaviour score, the Pearson's correlation demonstrates the existence of a significant positive correlation (moderate to high) between the number of delinquent behaviours and retention (r = .68, p <.001 ), a significant negative correlation (r = -.27, p = .007) between the number of retentions and self-esteem (when the number of retention increases, self-esteem decreases, although their interaction is reduced); There is also a significant negative correlation between Retention and Resilience (r = -.45, p <.001). Contrasting with this pattern of association, when focussing the optimism factor, the retained group presented a significant positive correlation, although low (r = .32, p <.001). Finally, at the level of correlations between the constructs under analysis, the data confirmed a significant positive correlation between the variables Resilience and Self-esteem (r = .34, p <.001), except at the level of the optimism factor (r = - .03, p = .674), and the Pearson's correlation also shows that there is a significant negative correlation, although low, between the variables Self-Esteem and Delinquent Behaviours (r = -16, p <.005), meaning that there is an association between these two variables, in all its aspects, although their interaction is weak, ie, self-esteem decreases to a certain extent when the number of delinquent behaviors increases, and vice versa. The results suggest the interaction of risk and protection factors within the scope of the problem studied, as well as new lines of research.2017-06-06T15:32:56Z2017-04-26T00:00:00Z2017-04-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11144/3070TID:201688921porJorge, Hugo Marques Pereira Santosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-11T02:12:42Zoai:repositorio.ual.pt:11144/3070Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:32:26.681648Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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