Famílias monoparentais maternocêntricas em Vila Franca de Xira
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2001 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10174/15070 |
Resumo: | Introdução - O propósito deste trabalho é estudar as famílias monoparentais maternocêntricas no concelho de Vila Franca de xira, tentando perceber os processos de organização/reorganização na monoparentalidade. A opção pelas famílias monoparentais maternocêntricas identifica-se com o facto de se poder considerar a monoparentalidade como um problema essencialmente feminino, pela expressão que as famílias maternocêntricas alcançaram no universo monoparental: mais de 8 famílias monoparentais em cada 10 têm uma mulher como responsável, e pela visibilidade social crescente destas famílias. As famílias monoparentais constituem um grupo minoritãrio no conjunto das famílias do Concelho. Porém, possuem peculiaridades que criam a necessidade de conhecer a sua situação. Acrescenta-se, ainda, que esta tipologia familiar provém de prolongadas mudanças das estruturas familiares. A constatação deste processo suscita da nossa parte a abordagem a esta "nova" realidade familiar. Um determinado número de factores fundamentais devem ser tidas em consideração nos estudos das sequências de vida, após a separação conjugal. O nosso objectivo é estudar as práticas emergentes da monoparentalidade em Vila Franca de xira através da identificação das relações entre os elementos da família monoparental maternocêntrica; análise do processo de reorganização destas famílias; e, a apresentação de sugestões para a definição de uma política de acompanhamento/apoio às famílias monoparentais maternocêntricas. Assim, procuramos não nos limitar a uma leitura das diversas situações sob o ângulo da monoparentalidade maternocêntrica, focalizamos a atenção no processo de mudança que se inaugura com a ruptura conjugal, tanto no plano dos recursos, como no das relações sociais. Os capítulos que seguem referem-se â apresentação e discussão do conceito de família monoparental; a uma abordagem diacrónica da família e a discussão destes conceitos. Procede-se, também, â abordagem da maternidade e do género. Seguidamente, referimos a evolução das representações e comportamentos em matéria familiar e sexual; os custos e consequências da "liberdade familiar, por via da rejeição da referência institucional e a procura dum modelo que dê liberdade às escolhas individuais. Discutimos, posteriormente, a situação de monoparentalidade e as relações entre a monoparentalidade e o depauperamento económico das famílias monoparentais maternocêntricas. Os aspectos metodológicos antecedem uma breve caracterização demogrãfica do concelho de Vila Franca de Xira, e o enquadramento sumãrio diacrónico das famílias em Portugal nas últimas quatro décadas. Procurando evidenciar os aspectos gerais da monoparentalidade maternocêntrica no Concelho, traçamos o perfil destas famílias no contexto regional do concelho de Vila Franca de Xira. Os capítulos seguintes resultam do "trabalho de campo". Apresentamos e discutimos a visão das mulheres responsáveis pelas famílias monoparentais sobre as actuais realidades quotidianas. A ruptura conjugal implica uma divisão, uma partição do lar original em dois pólos, ou seja, dois espaços relacionados entre eles de modo mais ou menos formal e harmonioso (o da mãe responsável directa pela educação dos filhos e o do pai), e não, o desaparecimento de um dos pólos. Desta maneira, cuidamos compreender, também, o laço que tarda ou se esvai entre os cônjuges. Além da dimensão relacional, podemos igualmente compreender em que medida os laços sócio-familiares são o vector de troca e entreajuda, permitindo às mães responsáveis pela família fazer face às dificuldades eventuais que provoca a desunião. Será o conjunto da rede familiar que se pretende apreender na sua evolução. O sentimento de solidão é outro aspecto abordado. Descurando estes aspectos, limitando-nos a comparações com os lares biparentais, normalmente numa perspectiva deficitária, corremos o risco de deixar no esquecimento a dinâmica dos lares monoparentais. |
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