Identificação da refratariedade plaquetária em recém-nascidos
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/365 http://hdl.handle.net/20.500.11816/365 |
Resumo: | A trombocitopenia neonatal aloimune (TNAI) é a causa mais comum de trombocitopenia isolada no recém-nascido saudável, com uma incidência que varia entre 1:2000 a 1:3000 nados vivos, devendo-se à destruição das plaquetas fetais/neonatais induzida por aloanticorpos plaquetários maternos dirigidos contra antigénios plaquetários fetais herdados do pai, ocorrendo, no entanto, na primeira gravidez, em mais de 50% dos casos1. O tratamento desta identidade clínica passa na maior parte dos casos pelo recurso à transfusão de componentes sanguíneos plaquetários, o controlo da eficácia do procedimento transfusional fica restrito à avaliação do médico assistente, e na grande maioria dos recém-nascidos observa-se que desenvolvem refratariedade plaquetária. Em termos laboratoriais, o controlo de transfusão de plaquetas é feito pelo cálculo do incremento corrigido da contagem (ICC) ou da percentagem de recuperação plaquetária pós-transfusão (RPP), prática raramente observada nos serviços de Imunohemoterapia. Para o cálculo do ICC e RPP utilizam-se as seguintes fórmulas: ICC= (Nº Plaquetas Pós-transfusão – Nº Plaquetas Pré-transfusão) X 1011 x SC (m2) Nº Plaquetas x1011 RPP (%)= (Nº Plaquetas Pós-transfusão – Nº Plaquetas Pré-transfusão) x1011 x VS (mL) Nº Plaquetas x1011 Quando o incremento é insatisfatório, o recém-nascido é denominado como “refratário” à transfusão de plaquetas. De forma geral, a refratariedade é definida de acordo com os valores do incremento corrigido com 10-60 minutos e com 18-24 horas após a transfusão e devem ser iguais ou inferiores a 5.000 e 2500 plaqueta/μL, respetivamente. Os valores que indicam refratariedade apresentam percentagem de RPP menor que 20% até uma hora ou menor que 10% com 16 horas. Enquanto a contagem de plaquetas uma hora após a transfusão avalia, principalmente, a ii resposta imediata à transfusão, a contagem com 24 horas monitoriza a sobrevida das plaquetas.2 A definição do limiar de refratariedade à transfusão de plaquetas com base no ICC e no RPP é muito útil, desde que os resultados sejam bem interpretados. No contexto clínico, é considerado importante o aumento maior ou igual a 20% no ICC (5×109 plaquetas/L com uma hora e 2,4×109 plaquetas/L com 24 horas) e no intervalo até próxima transfusão (≥8,4 horas).2 Se o ICC (com colheita após uma hora da transfusão) for inferior a 5000/μL no mínimo após dois eventos transfusionais, considera-se que a transfusão foi ineficaz e o paciente apresenta refratariedade plaquetária de causa imune e, se estamos na presença de aloanticorpos plaquetários, sendo considerado de importância clínica e o causador de ineficácia à transfusão de plaquetas. Se o ICC (com colheita após uma hora de transfusão) for superior ou igual a 5.000/μL considera-se a transfusão eficaz e o paciente sem refratariedade plaquetária de causa imune, independente da presença ou não de anticorpos. Se o anticorpo estiver presente, não manifestou importância clínica para a transfusão. |
id |
RCAP_bf387dacb856062e920f40ee310e5cda |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.cespu.pt:20.500.11816/365 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Identificação da refratariedade plaquetária em recém-nascidosTransfusão de plaquetasRefratariedade plaquetáriaAloimunização HLAAloimunização HPARendimento plaquetárioTrombocitopenial neonatal aloimuneA trombocitopenia neonatal aloimune (TNAI) é a causa mais comum de trombocitopenia isolada no recém-nascido saudável, com uma incidência que varia entre 1:2000 a 1:3000 nados vivos, devendo-se à destruição das plaquetas fetais/neonatais induzida por aloanticorpos plaquetários maternos dirigidos contra antigénios plaquetários fetais herdados do pai, ocorrendo, no entanto, na primeira gravidez, em mais de 50% dos casos1. O tratamento desta identidade clínica passa na maior parte dos casos pelo recurso à transfusão de componentes sanguíneos plaquetários, o controlo da eficácia do procedimento transfusional fica restrito à avaliação do médico assistente, e na grande maioria dos recém-nascidos observa-se que desenvolvem refratariedade plaquetária. Em termos laboratoriais, o controlo de transfusão de plaquetas é feito pelo cálculo do incremento corrigido da contagem (ICC) ou da percentagem de recuperação plaquetária pós-transfusão (RPP), prática raramente observada nos serviços de Imunohemoterapia. Para o cálculo do ICC e RPP utilizam-se as seguintes fórmulas: ICC= (Nº Plaquetas Pós-transfusão – Nº Plaquetas Pré-transfusão) X 1011 x SC (m2) Nº Plaquetas x1011 RPP (%)= (Nº Plaquetas Pós-transfusão – Nº Plaquetas Pré-transfusão) x1011 x VS (mL) Nº Plaquetas x1011 Quando o incremento é insatisfatório, o recém-nascido é denominado como “refratário” à transfusão de plaquetas. De forma geral, a refratariedade é definida de acordo com os valores do incremento corrigido com 10-60 minutos e com 18-24 horas após a transfusão e devem ser iguais ou inferiores a 5.000 e 2500 plaqueta/μL, respetivamente. Os valores que indicam refratariedade apresentam percentagem de RPP menor que 20% até uma hora ou menor que 10% com 16 horas. Enquanto a contagem de plaquetas uma hora após a transfusão avalia, principalmente, a ii resposta imediata à transfusão, a contagem com 24 horas monitoriza a sobrevida das plaquetas.2 A definição do limiar de refratariedade à transfusão de plaquetas com base no ICC e no RPP é muito útil, desde que os resultados sejam bem interpretados. No contexto clínico, é considerado importante o aumento maior ou igual a 20% no ICC (5×109 plaquetas/L com uma hora e 2,4×109 plaquetas/L com 24 horas) e no intervalo até próxima transfusão (≥8,4 horas).2 Se o ICC (com colheita após uma hora da transfusão) for inferior a 5000/μL no mínimo após dois eventos transfusionais, considera-se que a transfusão foi ineficaz e o paciente apresenta refratariedade plaquetária de causa imune e, se estamos na presença de aloanticorpos plaquetários, sendo considerado de importância clínica e o causador de ineficácia à transfusão de plaquetas. Se o ICC (com colheita após uma hora de transfusão) for superior ou igual a 5.000/μL considera-se a transfusão eficaz e o paciente sem refratariedade plaquetária de causa imune, independente da presença ou não de anticorpos. Se o anticorpo estiver presente, não manifestou importância clínica para a transfusão.2015-05-04T09:22:32Z2013-01-01T00:00:00Z2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/365http://hdl.handle.net/20.500.11816/365TID:201405709porSilva, Angelina Maria Saraiva Vieira dainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-05-07T11:18:04Zoai:repositorio.cespu.pt:20.500.11816/365Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-05-07T11:18:04Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Identificação da refratariedade plaquetária em recém-nascidos |
title |
Identificação da refratariedade plaquetária em recém-nascidos |
spellingShingle |
Identificação da refratariedade plaquetária em recém-nascidos Silva, Angelina Maria Saraiva Vieira da Transfusão de plaquetas Refratariedade plaquetária Aloimunização HLA Aloimunização HPA Rendimento plaquetário Trombocitopenial neonatal aloimune |
title_short |
Identificação da refratariedade plaquetária em recém-nascidos |
title_full |
Identificação da refratariedade plaquetária em recém-nascidos |
title_fullStr |
Identificação da refratariedade plaquetária em recém-nascidos |
title_full_unstemmed |
Identificação da refratariedade plaquetária em recém-nascidos |
title_sort |
Identificação da refratariedade plaquetária em recém-nascidos |
author |
Silva, Angelina Maria Saraiva Vieira da |
author_facet |
Silva, Angelina Maria Saraiva Vieira da |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Silva, Angelina Maria Saraiva Vieira da |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Transfusão de plaquetas Refratariedade plaquetária Aloimunização HLA Aloimunização HPA Rendimento plaquetário Trombocitopenial neonatal aloimune |
topic |
Transfusão de plaquetas Refratariedade plaquetária Aloimunização HLA Aloimunização HPA Rendimento plaquetário Trombocitopenial neonatal aloimune |
description |
A trombocitopenia neonatal aloimune (TNAI) é a causa mais comum de trombocitopenia isolada no recém-nascido saudável, com uma incidência que varia entre 1:2000 a 1:3000 nados vivos, devendo-se à destruição das plaquetas fetais/neonatais induzida por aloanticorpos plaquetários maternos dirigidos contra antigénios plaquetários fetais herdados do pai, ocorrendo, no entanto, na primeira gravidez, em mais de 50% dos casos1. O tratamento desta identidade clínica passa na maior parte dos casos pelo recurso à transfusão de componentes sanguíneos plaquetários, o controlo da eficácia do procedimento transfusional fica restrito à avaliação do médico assistente, e na grande maioria dos recém-nascidos observa-se que desenvolvem refratariedade plaquetária. Em termos laboratoriais, o controlo de transfusão de plaquetas é feito pelo cálculo do incremento corrigido da contagem (ICC) ou da percentagem de recuperação plaquetária pós-transfusão (RPP), prática raramente observada nos serviços de Imunohemoterapia. Para o cálculo do ICC e RPP utilizam-se as seguintes fórmulas: ICC= (Nº Plaquetas Pós-transfusão – Nº Plaquetas Pré-transfusão) X 1011 x SC (m2) Nº Plaquetas x1011 RPP (%)= (Nº Plaquetas Pós-transfusão – Nº Plaquetas Pré-transfusão) x1011 x VS (mL) Nº Plaquetas x1011 Quando o incremento é insatisfatório, o recém-nascido é denominado como “refratário” à transfusão de plaquetas. De forma geral, a refratariedade é definida de acordo com os valores do incremento corrigido com 10-60 minutos e com 18-24 horas após a transfusão e devem ser iguais ou inferiores a 5.000 e 2500 plaqueta/μL, respetivamente. Os valores que indicam refratariedade apresentam percentagem de RPP menor que 20% até uma hora ou menor que 10% com 16 horas. Enquanto a contagem de plaquetas uma hora após a transfusão avalia, principalmente, a ii resposta imediata à transfusão, a contagem com 24 horas monitoriza a sobrevida das plaquetas.2 A definição do limiar de refratariedade à transfusão de plaquetas com base no ICC e no RPP é muito útil, desde que os resultados sejam bem interpretados. No contexto clínico, é considerado importante o aumento maior ou igual a 20% no ICC (5×109 plaquetas/L com uma hora e 2,4×109 plaquetas/L com 24 horas) e no intervalo até próxima transfusão (≥8,4 horas).2 Se o ICC (com colheita após uma hora da transfusão) for inferior a 5000/μL no mínimo após dois eventos transfusionais, considera-se que a transfusão foi ineficaz e o paciente apresenta refratariedade plaquetária de causa imune e, se estamos na presença de aloanticorpos plaquetários, sendo considerado de importância clínica e o causador de ineficácia à transfusão de plaquetas. Se o ICC (com colheita após uma hora de transfusão) for superior ou igual a 5.000/μL considera-se a transfusão eficaz e o paciente sem refratariedade plaquetária de causa imune, independente da presença ou não de anticorpos. Se o anticorpo estiver presente, não manifestou importância clínica para a transfusão. |
publishDate |
2013 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2013-01-01T00:00:00Z 2013 2015-05-04T09:22:32Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/365 http://hdl.handle.net/20.500.11816/365 TID:201405709 |
url |
https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/365 http://hdl.handle.net/20.500.11816/365 |
identifier_str_mv |
TID:201405709 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
mluisa.alvim@gmail.com |
_version_ |
1817544177136697344 |