Transferências Inter-Hospitalares de Adolescentes a partir de uma Urgência Pediátrica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Arriaga, Cláudia
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Jerónimo, Mónica, Luz, Alexandra, Moleiro, Pascoal
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v24.i1.8571
Resumo: Introdução: A Rede de Referenciação Materno-Infantil, estabelecida em Portugal desde 2001, permite uma complementaridade no atendimento e apoio entre unidades prestadoras de cuidados, garantindo o acesso universal aos cuidados de saúde. Objetivo: Caraterização das transferências inter-hospitalares de adolescentes a partir da Urgência Pediátrica (UP) de um hospital de tipologia B1. Material e Métodos: Estudo retrospetivo analítico. Consultaram-se os registos dos episódios de urgência dos adolescentes transferidos da UP, em 2011. Definiram-se e compararam-se dois grupos etários: dos 10 aos 14 anos (G1) e dos 15 aos 18 anos (G2), caraterizando as transferências quanto à demografia, diagnóstico, exames complementares e motivo de transferência. A análise estatística foi efetuada com recurso ao programa PASW 18.0® (p<0,05). Resultados: Registaram-se 43.409 admissões na UP, sendo que 24,2% (n=10.498) eram adolescentes, com idade média de 14,5 (±2,1) anos, sendo 67% do sexo masculino. Foram transferidos 1,2% (n=131) dos adolescentes, correspondendo a 46% do total de transferências. Dos adolescentes admitidos, 65,8% pertenciam ao G1 e dos transferidos 57,3 % pertenciam ao G2 (p< 0,001). Nos transferidos, registou-se patologia traumática em 45%, médica em 37,4% e cirúrgica em 17,6%. Os principais diagnósticos de saída pertenciam a patologia otorrinolaringológica (ORL), urológica e psiquiátrica. Realizaram-se exames complementares de diagnóstico em 42,7%, 82,1% dos quais imagiológicos. A falta de especialidades, em regime de urgência, no hospital de origem foi o motivo de transferência em 90,8%, e a especialidade em falta foi cirúrgica em 72,2%. A patologia psiquiátrica foi mais frequentemente diagnóstico de saída no G2 (22,7% versus 9,1%, p=0,037). Dos adolescentes transferidos para o hospital de nível A1 ficaram internados 28,2%. Conclusões: Embora totalizando um quarto do movimento da UP, os adolescentes representaram uma importante percentagem de transferências, predominantemente os mais velhos. Transferiram-se maioritariamente por falta de especialidades na UP, nomeadamente ORL e Pedopsiquiatria.
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A análise estatística foi efetuada com recurso ao programa PASW 18.0® (p<0,05). Resultados: Registaram-se 43.409 admissões na UP, sendo que 24,2% (n=10.498) eram adolescentes, com idade média de 14,5 (±2,1) anos, sendo 67% do sexo masculino. Foram transferidos 1,2% (n=131) dos adolescentes, correspondendo a 46% do total de transferências. Dos adolescentes admitidos, 65,8% pertenciam ao G1 e dos transferidos 57,3 % pertenciam ao G2 (p< 0,001). Nos transferidos, registou-se patologia traumática em 45%, médica em 37,4% e cirúrgica em 17,6%. Os principais diagnósticos de saída pertenciam a patologia otorrinolaringológica (ORL), urológica e psiquiátrica. Realizaram-se exames complementares de diagnóstico em 42,7%, 82,1% dos quais imagiológicos. A falta de especialidades, em regime de urgência, no hospital de origem foi o motivo de transferência em 90,8%, e a especialidade em falta foi cirúrgica em 72,2%. A patologia psiquiátrica foi mais frequentemente diagnóstico de saída no G2 (22,7% versus 9,1%, p=0,037). Dos adolescentes transferidos para o hospital de nível A1 ficaram internados 28,2%. Conclusões: Embora totalizando um quarto do movimento da UP, os adolescentes representaram uma importante percentagem de transferências, predominantemente os mais velhos. Transferiram-se maioritariamente por falta de especialidades na UP, nomeadamente ORL e Pedopsiquiatria.Introduction: The maternal-infant referral network, established in Portugal since 2001, allows a complementarity between all healthcare units, providing universal access to healthcare. Aim: To characterize adolescents interhospital transfers from the Pediatric Urgency (PU) of a B1 hospital.. Methods: Retrospective analytic study. Data from clinical files of adolescents transferred from the PU in 2011 were collected. We defined and compared two age groups: 10 to 14 years old (G1) and 15 to 18 years old (G2) and characterized these about demographics, diagnosis, diagnostic procedures and reason for transfer. Statistical analysis was performed with PASW 18.0® software (p<0,05). Results: There were 43.409 admissions to the PU, 24,2%(n=10.498) from adolescents, with an average age of 14,5 (±2,1) years; 67% were males. Around 1,2% (n=131) of the adolescents were transferred, which counted for 46% of all transfers in pediatric age. When analyzing admissions by age group, 65,8% belonged to G1 from all transfers and 57,3% to G2 (p<0,001). The reason for transfer was trauma in 45%, medical in 37,4%, and surgical in 17,6%. The main diagnosis of the adolescents transferred were ear-nose-throat problems, urologic and psychiatric conditions. Diagnostic procedures were performed in 42,7% of the adolescents and 82,1% were imaging exams. The lack of specialities, in the emergency department, in the local hospital was the reason for the transfer in 90,8%, and the missing speciality was surgical in 72,2%. Psychiatric conditions were more frequently diagnosed in adolescents transferred from G2 (22,7%) than G1 (9,1%), p=0,037. Of all the adolescents transferred to A1 hospital, 28,2% were admitted for hospitalization. Conclusions: Although adolescents comprised only a quarter of the admissions of the PU, they represented an important percentage of all transfers, mainly the older ones. The main reason for transfers was the lack of medical and surgical specialities in the PU, namely otorhinolaryngology and psychiatry.  Centro Hospitalar Universitário do Porto2016-02-22T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v24.i1.8571por2183-9417Arriaga, CláudiaJerónimo, MónicaLuz, AlexandraMoleiro, Pascoalinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-21T14:54:57Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/8571Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:56:05.864901Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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