Hidropisia Fetal Patologia do Passado, Presente e… Futuro? Estudo Retrospectivo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cálix, M.J.
Data de Publicação: 2009
Outros Autores: Neves, J., Pinto, R., João, A., Torres, J., Mateus, M., Gomes, A.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.16/1429
Resumo: RESUMO Introdução: A hidropisia fetal define-se por uma acumulação anormal de fluído intersticial no feto. Descrita inicialmente como uma entidade patológica única, Ballantyne em 1892 levantou a hipótese de representar um estado final comum a uma variedade de processos patológicos diferentes. Potter distingue 2 tipos: imune (mais frequente na era prévia à utilização da RhoGAM) e não imune (implicada actualmente em cerca de 90% dos casos). Apesar de todos os avanços de diagnóstico, a hidropisia fetal continua a ser uma entidade desafiante na medicina perinatal. O objectivo deste estudo foi analisar os casos de hidropisia fetal numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN), para avaliação de etiologia, morbilidade e mortalidade. Pacientes e métodos: Os autores apresentam cinco casos de hidropisia fetal tratados numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais entre Setembro de 2005 a Janeiro de 2009, ilustrativos de diferentes etiologias. O estudo baseou-se na análise retrospectiva dos processos das mães e recém-nascidos, com avaliação dos dados obstétricos e neonatais. Resultados: De Setembro de 2005 a Janeiro de 2009 foram internados na Unidade 1923 recém-nascidos dos quais cinco com diagnóstico de hidropisia fetal. Destes, três casos foram de causa não imune (fibromatose generalizada congénita; diabetes materna e cardiomiopatia dilatada; quilotórax congénito), um caso por iso-imunização Rh e o outro de causa idiopática. Só um dos casos tinha diagnóstico pré-natal. A mortalidade na nossa série foi de 40%. Conclusão: Apesar da melhoria no diagnóstico e abordagem terapêutica, a elevada taxa de morbilidade e mortalidade permanece, sendo de extrema importância o diagnóstico pré-natal precoce. Este permite determinar a etiologia, antecipar problemas, tomar decisões clínicas de acordo com o prognóstico esperado e também o aconselhamento genético/ DPN. Uma boa coordenação multidisciplinar, envolvendo neonatologistas, obstetras e patologistas é essencial.
id RCAP_c05d3f107fef7e7c48c46fbce9aa0cc1
oai_identifier_str oai:repositorio.chporto.pt:10400.16/1429
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Hidropisia Fetal Patologia do Passado, Presente e… Futuro? Estudo RetrospectivoHydrops fetalis – pathology of past, present and… future? A retrospective studyHidropisia fetalhidropisia imunehidropisia não imuneisoimunizaçãoquilotóraxfibromatose generalizada congénitaHydrops fetalishydrops immunehydrops non immuneiso-immunizationchylothoraxcongenital generalized fibromatosisRESUMO Introdução: A hidropisia fetal define-se por uma acumulação anormal de fluído intersticial no feto. Descrita inicialmente como uma entidade patológica única, Ballantyne em 1892 levantou a hipótese de representar um estado final comum a uma variedade de processos patológicos diferentes. Potter distingue 2 tipos: imune (mais frequente na era prévia à utilização da RhoGAM) e não imune (implicada actualmente em cerca de 90% dos casos). Apesar de todos os avanços de diagnóstico, a hidropisia fetal continua a ser uma entidade desafiante na medicina perinatal. O objectivo deste estudo foi analisar os casos de hidropisia fetal numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN), para avaliação de etiologia, morbilidade e mortalidade. Pacientes e métodos: Os autores apresentam cinco casos de hidropisia fetal tratados numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais entre Setembro de 2005 a Janeiro de 2009, ilustrativos de diferentes etiologias. O estudo baseou-se na análise retrospectiva dos processos das mães e recém-nascidos, com avaliação dos dados obstétricos e neonatais. Resultados: De Setembro de 2005 a Janeiro de 2009 foram internados na Unidade 1923 recém-nascidos dos quais cinco com diagnóstico de hidropisia fetal. Destes, três casos foram de causa não imune (fibromatose generalizada congénita; diabetes materna e cardiomiopatia dilatada; quilotórax congénito), um caso por iso-imunização Rh e o outro de causa idiopática. Só um dos casos tinha diagnóstico pré-natal. A mortalidade na nossa série foi de 40%. Conclusão: Apesar da melhoria no diagnóstico e abordagem terapêutica, a elevada taxa de morbilidade e mortalidade permanece, sendo de extrema importância o diagnóstico pré-natal precoce. Este permite determinar a etiologia, antecipar problemas, tomar decisões clínicas de acordo com o prognóstico esperado e também o aconselhamento genético/ DPN. Uma boa coordenação multidisciplinar, envolvendo neonatologistas, obstetras e patologistas é essencial.ABSTRACT Introduction: Hydrops fetalis is defined by an abnormal accumulation of interstitial fluid in fetuses. Initially described as a unique pathologic entity, in 1892 Ballantyne suggested it might represent a final state common to a variety of different pathologic processes. Potter distinguishes 2 types: immune (more frequent till the discovering of RhoGAM) and non immune (90% of the cases nowadays, with an estimated incidence of 1 in 1500 to 3800 births). Besides all advances in diagnosis, hydrops fetalis still remains a defying entity in perinatal medicine. The aim of this review was to analyze the cases of hydrops fetalis in a Neonatal Intensive Care Unit (NICU) to assess etiology, morbidity and mortality. Patients and methods: The authors present five cases of hydrops fetalis treated in a NICU, from September 2005 to January 2009, illustrating different aetiologies. The study was based on the retrospective analysis of mothers and newborns’ medical files evaluating obstetric and perinatal parameters, diagnosis, treatment and evolution. Results: From September 2005 to January 2009, 1923 newborns were admitted in NICU. Five had the diagnosis of hydrops fetalis. Three of these were of non immune cause (congenital generalized fibromatosis, maternal diabetes and dilated cardiomyopathy and congenital chylothorax), one of Rh iso-immunization and the last of unknown aetiology. Only one of the cases had prenatal diagnosis. The group mortality was of 2/5 cases (40%). Conclusion: Besides the improvement in diagnosis and therapeutic approach, the high mortality and morbidity rates still remain, being extremely important an early prenatal diagnosis. This allows the determination of the aetiology, anticipating problems, making clinical decision based on the expected prognosis and also the genetic counselling. An excellent multidisciplinary coordination, involving neonatologists, obstetricians and pathologists is essential.Nascer e CrescerRepositório Científico do Centro Hospitalar Universitário de Santo AntónioCálix, M.J.Neves, J.Pinto, R.João, A.Torres, J.Mateus, M.Gomes, A.2013-05-08T12:26:39Z2009-122009-12-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.16/1429porNascer e Crescer 2009; 18(4): 261-2660872-0754info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-10-20T10:55:56Zoai:repositorio.chporto.pt:10400.16/1429Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:37:51.931089Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Hidropisia Fetal Patologia do Passado, Presente e… Futuro? Estudo Retrospectivo
Hydrops fetalis – pathology of past, present and… future? A retrospective study
title Hidropisia Fetal Patologia do Passado, Presente e… Futuro? Estudo Retrospectivo
spellingShingle Hidropisia Fetal Patologia do Passado, Presente e… Futuro? Estudo Retrospectivo
Cálix, M.J.
Hidropisia fetal
hidropisia imune
hidropisia não imune
isoimunização
quilotórax
fibromatose generalizada congénita
Hydrops fetalis
hydrops immune
hydrops non immune
iso-immunization
chylothorax
congenital generalized fibromatosis
title_short Hidropisia Fetal Patologia do Passado, Presente e… Futuro? Estudo Retrospectivo
title_full Hidropisia Fetal Patologia do Passado, Presente e… Futuro? Estudo Retrospectivo
title_fullStr Hidropisia Fetal Patologia do Passado, Presente e… Futuro? Estudo Retrospectivo
title_full_unstemmed Hidropisia Fetal Patologia do Passado, Presente e… Futuro? Estudo Retrospectivo
title_sort Hidropisia Fetal Patologia do Passado, Presente e… Futuro? Estudo Retrospectivo
author Cálix, M.J.
author_facet Cálix, M.J.
Neves, J.
Pinto, R.
João, A.
Torres, J.
Mateus, M.
Gomes, A.
author_role author
author2 Neves, J.
Pinto, R.
João, A.
Torres, J.
Mateus, M.
Gomes, A.
author2_role author
author
author
author
author
author
dc.contributor.none.fl_str_mv Repositório Científico do Centro Hospitalar Universitário de Santo António
dc.contributor.author.fl_str_mv Cálix, M.J.
Neves, J.
Pinto, R.
João, A.
Torres, J.
Mateus, M.
Gomes, A.
dc.subject.por.fl_str_mv Hidropisia fetal
hidropisia imune
hidropisia não imune
isoimunização
quilotórax
fibromatose generalizada congénita
Hydrops fetalis
hydrops immune
hydrops non immune
iso-immunization
chylothorax
congenital generalized fibromatosis
topic Hidropisia fetal
hidropisia imune
hidropisia não imune
isoimunização
quilotórax
fibromatose generalizada congénita
Hydrops fetalis
hydrops immune
hydrops non immune
iso-immunization
chylothorax
congenital generalized fibromatosis
description RESUMO Introdução: A hidropisia fetal define-se por uma acumulação anormal de fluído intersticial no feto. Descrita inicialmente como uma entidade patológica única, Ballantyne em 1892 levantou a hipótese de representar um estado final comum a uma variedade de processos patológicos diferentes. Potter distingue 2 tipos: imune (mais frequente na era prévia à utilização da RhoGAM) e não imune (implicada actualmente em cerca de 90% dos casos). Apesar de todos os avanços de diagnóstico, a hidropisia fetal continua a ser uma entidade desafiante na medicina perinatal. O objectivo deste estudo foi analisar os casos de hidropisia fetal numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN), para avaliação de etiologia, morbilidade e mortalidade. Pacientes e métodos: Os autores apresentam cinco casos de hidropisia fetal tratados numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais entre Setembro de 2005 a Janeiro de 2009, ilustrativos de diferentes etiologias. O estudo baseou-se na análise retrospectiva dos processos das mães e recém-nascidos, com avaliação dos dados obstétricos e neonatais. Resultados: De Setembro de 2005 a Janeiro de 2009 foram internados na Unidade 1923 recém-nascidos dos quais cinco com diagnóstico de hidropisia fetal. Destes, três casos foram de causa não imune (fibromatose generalizada congénita; diabetes materna e cardiomiopatia dilatada; quilotórax congénito), um caso por iso-imunização Rh e o outro de causa idiopática. Só um dos casos tinha diagnóstico pré-natal. A mortalidade na nossa série foi de 40%. Conclusão: Apesar da melhoria no diagnóstico e abordagem terapêutica, a elevada taxa de morbilidade e mortalidade permanece, sendo de extrema importância o diagnóstico pré-natal precoce. Este permite determinar a etiologia, antecipar problemas, tomar decisões clínicas de acordo com o prognóstico esperado e também o aconselhamento genético/ DPN. Uma boa coordenação multidisciplinar, envolvendo neonatologistas, obstetras e patologistas é essencial.
publishDate 2009
dc.date.none.fl_str_mv 2009-12
2009-12-01T00:00:00Z
2013-05-08T12:26:39Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.16/1429
url http://hdl.handle.net/10400.16/1429
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Nascer e Crescer 2009; 18(4): 261-266
0872-0754
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Nascer e Crescer
publisher.none.fl_str_mv Nascer e Crescer
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799133640253243392