Análise de medicamentos perigosos vendidos em Portugal: a controvérsia da nimesulida
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/968 |
Resumo: | A nimesulida é um AINE que inibe preferencialmente a COX-2. Este fármaco está indicado como segunda linha no tratamento da dor aguda e dismenorreia primária. Desde o início da sua comercialização, a nimesulida tem estado envolvida numa grande controvérsia, nomeadamente o aparecimento de casos de hepatite graves em consumidores deste fármaco, levando mesmo à morte em algumas situações; estes casos tiveram como consequência uma revisão dos efeitos adversos deste princípio activo por parte da EMEA. Este anti-inflamatório já foi retirado do mercado em alguns países Europeus, como por exemplo a Finlândia e a Espanha, enquanto noutros, incluindo Portugal, é ainda comercializado. O objectivo do trabalho é Conhecer o perfil de consumo da nimesulida na população portuguesa residente na região centro de Portugal. Para tal foi efectuada a distribuição de um questionário a utentes das farmácias comunitárias nacionais que consumam nimesulida. Foram analisados vários parâmetros, como a posologia, frequência e motivo da toma, por quem lhe tinha sido indicada, efeitos adversos e possíveis interacções com outros fármacos ou substâncias. Para análise destes dados foi utilizado o software Excell 2007. Deste estudo destacam-se os principais resultados, nomeadamente que a maioria dos utentes consumiu nimesulida para o alívio da dor de cabeça e 35% dos consumidores iniciou o tratamento com este anti-inflamatório por iniciativa própria e sem receita médica. Verificou-se que 18% dos inquiridos não respeitaram a posologia da nimesulida recomendada pelo INFARMED e pela EMEA e 9% tomaram este anti-inflamatório por mais de 15 dias, o que se traduz num aumento da probabilidade de toxicidade hepática em ambas as situações. Além disso, 10% afirmaram tomar este fármaco concomitantemente com paracetamol, interacção esta que pode incrementar maior risco de danos hepáticos. Registaram-se ainda dois casos de problemas hepáticos. Perante estes resultados pode constatar-se que uma percentagem significativa da população portuguesa consumidora de nimesulida não está ciente do perigo inerente ao uso irracional deste fármaco nem das restrições que advêm do seu consumo fármaco. |
id |
RCAP_c08cf92b14942dd7062cb2d8e055f87d |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/968 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Análise de medicamentos perigosos vendidos em Portugal: a controvérsia da nimesulidaNimesulidaNimesulida - FarmacocinéticaNimesulida - FarmacologiaNimesulida - Indicação terapêuticaNimesulida - Reacções adversas - Avaliação do riscoA nimesulida é um AINE que inibe preferencialmente a COX-2. Este fármaco está indicado como segunda linha no tratamento da dor aguda e dismenorreia primária. Desde o início da sua comercialização, a nimesulida tem estado envolvida numa grande controvérsia, nomeadamente o aparecimento de casos de hepatite graves em consumidores deste fármaco, levando mesmo à morte em algumas situações; estes casos tiveram como consequência uma revisão dos efeitos adversos deste princípio activo por parte da EMEA. Este anti-inflamatório já foi retirado do mercado em alguns países Europeus, como por exemplo a Finlândia e a Espanha, enquanto noutros, incluindo Portugal, é ainda comercializado. O objectivo do trabalho é Conhecer o perfil de consumo da nimesulida na população portuguesa residente na região centro de Portugal. Para tal foi efectuada a distribuição de um questionário a utentes das farmácias comunitárias nacionais que consumam nimesulida. Foram analisados vários parâmetros, como a posologia, frequência e motivo da toma, por quem lhe tinha sido indicada, efeitos adversos e possíveis interacções com outros fármacos ou substâncias. Para análise destes dados foi utilizado o software Excell 2007. Deste estudo destacam-se os principais resultados, nomeadamente que a maioria dos utentes consumiu nimesulida para o alívio da dor de cabeça e 35% dos consumidores iniciou o tratamento com este anti-inflamatório por iniciativa própria e sem receita médica. Verificou-se que 18% dos inquiridos não respeitaram a posologia da nimesulida recomendada pelo INFARMED e pela EMEA e 9% tomaram este anti-inflamatório por mais de 15 dias, o que se traduz num aumento da probabilidade de toxicidade hepática em ambas as situações. Além disso, 10% afirmaram tomar este fármaco concomitantemente com paracetamol, interacção esta que pode incrementar maior risco de danos hepáticos. Registaram-se ainda dois casos de problemas hepáticos. Perante estes resultados pode constatar-se que uma percentagem significativa da população portuguesa consumidora de nimesulida não está ciente do perigo inerente ao uso irracional deste fármaco nem das restrições que advêm do seu consumo fármaco.Nimesulide is a NSAID and a preferencial COX-2 inhibitor. This compound is used as secondary line of treatment for acute pain and dysmenorrhoea. Since it was first commercialized, this drug has been involved in great controversy, namely the occurrence of hepatitis which, in some cases, resulted in death; such events lead to the revision of the adverse effects of its active principle by the EMEA. This anti-inflammatory drug has already been withdrawn from the market in some European countries, such as Finland and Spain. However it is still sold in others, as is the case with Portugal. The main goal fo this work is to know the intake profile of nimesulide in the Portuguese population resident in the centre region of the country. A questionnaire was distributed to nimesulide users in community pharmacies in Portugal. Several parameters were analysed, such as posology, frequency, motive for taking this drug, who indicated it, possible adverse effects and interactions. The data gathered was analysed using the statistical software Excell 2007. This study revealed that the majority of the patients took nimesulide for headaches and 35% of the consumers initiated their treatment by self-initiative without prescription. It was also verified that 18% of the inquired population do not respect the recommended posology by the INFARMED and EMEA and 9% took this medication for a period over 15 days, which translates itself in an increase of probable toxicity in both situations. Moreover 10% affirmed tacking nimesulide with paracetamol, such interaction also leads to a probable increase in liver damage. During the course of this study were registered 2 cases of liver problems. According these results we can conclude that the portuguese population which consume nimesulide is neither aware of the risks inherent with its irrational use nor of the restrictions that its usage requires.Universidade da Beira InteriorAlba, Maria Eugénia GallardouBibliorumMangas, Jónatas Miguel Borralho2013-01-24T18:00:33Z2011-102011-10-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/968porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:23Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/968Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:42:55.692009Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Análise de medicamentos perigosos vendidos em Portugal: a controvérsia da nimesulida |
title |
Análise de medicamentos perigosos vendidos em Portugal: a controvérsia da nimesulida |
spellingShingle |
Análise de medicamentos perigosos vendidos em Portugal: a controvérsia da nimesulida Mangas, Jónatas Miguel Borralho Nimesulida Nimesulida - Farmacocinética Nimesulida - Farmacologia Nimesulida - Indicação terapêutica Nimesulida - Reacções adversas - Avaliação do risco |
title_short |
Análise de medicamentos perigosos vendidos em Portugal: a controvérsia da nimesulida |
title_full |
Análise de medicamentos perigosos vendidos em Portugal: a controvérsia da nimesulida |
title_fullStr |
Análise de medicamentos perigosos vendidos em Portugal: a controvérsia da nimesulida |
title_full_unstemmed |
Análise de medicamentos perigosos vendidos em Portugal: a controvérsia da nimesulida |
title_sort |
Análise de medicamentos perigosos vendidos em Portugal: a controvérsia da nimesulida |
author |
Mangas, Jónatas Miguel Borralho |
author_facet |
Mangas, Jónatas Miguel Borralho |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Alba, Maria Eugénia Gallardo uBibliorum |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Mangas, Jónatas Miguel Borralho |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Nimesulida Nimesulida - Farmacocinética Nimesulida - Farmacologia Nimesulida - Indicação terapêutica Nimesulida - Reacções adversas - Avaliação do risco |
topic |
Nimesulida Nimesulida - Farmacocinética Nimesulida - Farmacologia Nimesulida - Indicação terapêutica Nimesulida - Reacções adversas - Avaliação do risco |
description |
A nimesulida é um AINE que inibe preferencialmente a COX-2. Este fármaco está indicado como segunda linha no tratamento da dor aguda e dismenorreia primária. Desde o início da sua comercialização, a nimesulida tem estado envolvida numa grande controvérsia, nomeadamente o aparecimento de casos de hepatite graves em consumidores deste fármaco, levando mesmo à morte em algumas situações; estes casos tiveram como consequência uma revisão dos efeitos adversos deste princípio activo por parte da EMEA. Este anti-inflamatório já foi retirado do mercado em alguns países Europeus, como por exemplo a Finlândia e a Espanha, enquanto noutros, incluindo Portugal, é ainda comercializado. O objectivo do trabalho é Conhecer o perfil de consumo da nimesulida na população portuguesa residente na região centro de Portugal. Para tal foi efectuada a distribuição de um questionário a utentes das farmácias comunitárias nacionais que consumam nimesulida. Foram analisados vários parâmetros, como a posologia, frequência e motivo da toma, por quem lhe tinha sido indicada, efeitos adversos e possíveis interacções com outros fármacos ou substâncias. Para análise destes dados foi utilizado o software Excell 2007. Deste estudo destacam-se os principais resultados, nomeadamente que a maioria dos utentes consumiu nimesulida para o alívio da dor de cabeça e 35% dos consumidores iniciou o tratamento com este anti-inflamatório por iniciativa própria e sem receita médica. Verificou-se que 18% dos inquiridos não respeitaram a posologia da nimesulida recomendada pelo INFARMED e pela EMEA e 9% tomaram este anti-inflamatório por mais de 15 dias, o que se traduz num aumento da probabilidade de toxicidade hepática em ambas as situações. Além disso, 10% afirmaram tomar este fármaco concomitantemente com paracetamol, interacção esta que pode incrementar maior risco de danos hepáticos. Registaram-se ainda dois casos de problemas hepáticos. Perante estes resultados pode constatar-se que uma percentagem significativa da população portuguesa consumidora de nimesulida não está ciente do perigo inerente ao uso irracional deste fármaco nem das restrições que advêm do seu consumo fármaco. |
publishDate |
2011 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2011-10 2011-10-01T00:00:00Z 2013-01-24T18:00:33Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10400.6/968 |
url |
http://hdl.handle.net/10400.6/968 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade da Beira Interior |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade da Beira Interior |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799136329547644928 |