Tabagismo e síndrome coronário agudo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.19/4537 |
Resumo: | Tabagismo e Síndrome Coronário Agudo Contexto: O tabagismo é um importante fator de risco, modificável, responsável por um conjunto substancial de patologias, nomeadamente o Síndrome Coronário Agudo, pelo que as campanhas antitabágicas são uma realidade das nossas políticas de saúde, contudo, vários estudos apontam para taxas de mortalidade paradoxalmente contrárias àquilo que inicialmente se previa, dada a maior mortalidade junto dos não-fumadores. Objetivo: analisar as diferenças entre fumadores e não-fumadores com quadro de Síndrome Coronário Agudo, e com isso melhor compreender a viabilidade deste interessante, e perigoso, “paradoxo dos fumadores”. Métodos: A revisão sitemática da literatura integrou 6 estudos que avaliaram as diferenças entre fumadores e não fumadores vítimas do Síndrome Coronário Agudo. Foi efetuada uma pesquisa na PUBMED, EBSCO e SCIELO de estudos publicados entre 1 de Janeiro de 2003 a 31 de Março de 2016. Os estudos encontrados foram seguidamente avaliados tendo em consideração os critérios de inclusão previamente estabelecidos. Dois revisores avaliaram a qualidade dos estudos a incluir utilizando uma grelha para avaliação crítica, o “JBI Critical Appraisal Checklist for Cohort and Case-control studies”. Na meta-análise utilizou-se o método Mantel-Haenszel, recorrendo ao modelo aleatório. Resultados: Seis estudos de coorte preencheram os critérios de inclusão, envolvendo 24674 participantes, 15301 do grupo de não fumadores e 9373 do grupo de fumadores. A análise dos estudos revelou que existiu um risco superior de mortalidade intra-hospitalar (RR=0,66; IC 95%= 0,53-0,84; p<0,05), a 1 mês (RR=0,78; IC 95%= 0,68-0,9; p<0,05) e a 1 ano (RR=0,74; IC 95%= 0,67-0,83; p<0,05) no grupo dos não fumadores, resultado estatisticamente significativo, enquanto que na mortalidade a 6 meses se verifica um risco superior (RR=0,53; IC 95%= 0,26-1,11; p=0,09) sendo que no grupo dos não fumadores não são estatisticamente significativos. Os fumadores apresentam idade significativamente mais baixa em todos os estudos e apresentaram globalmente menos fatores de risco (Diabetes Mellitus, Dislipidémia e HTA). Verificou-se ainda um risco superior no grupo dos fumadores (RR=1,43; IC 95%= 1,11-1,83; p<0,05) para desenvolverem SCAceST e um risco superior no grupo dos não fumadores (RR=0,8; IC 95%= 0,75-0,86; p<0,05) para desenvolverem SCAseST. Conclusão: Os doentes fumadores são significativamente mais jovens e com menos fatores de risco, o que poderá explicar as diferenças encontradas na mortalidade entre os dois grupos. Conclui-se assim que o “paradoxo dos fumadores” é uma visão minimalista de um problema verdadeiramente complexo, pelo que deverá ser proferido com enorme cautela, dada a sua lacuna de consensos nas evidências científicas. |
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Tabagismo e síndrome coronário agudoRevisãoSíndrome coronária agudaTabagismoAcute coronary syndromeReviewSmokingDomínio/Área Científica::Ciências MédicasTabagismo e Síndrome Coronário Agudo Contexto: O tabagismo é um importante fator de risco, modificável, responsável por um conjunto substancial de patologias, nomeadamente o Síndrome Coronário Agudo, pelo que as campanhas antitabágicas são uma realidade das nossas políticas de saúde, contudo, vários estudos apontam para taxas de mortalidade paradoxalmente contrárias àquilo que inicialmente se previa, dada a maior mortalidade junto dos não-fumadores. Objetivo: analisar as diferenças entre fumadores e não-fumadores com quadro de Síndrome Coronário Agudo, e com isso melhor compreender a viabilidade deste interessante, e perigoso, “paradoxo dos fumadores”. Métodos: A revisão sitemática da literatura integrou 6 estudos que avaliaram as diferenças entre fumadores e não fumadores vítimas do Síndrome Coronário Agudo. Foi efetuada uma pesquisa na PUBMED, EBSCO e SCIELO de estudos publicados entre 1 de Janeiro de 2003 a 31 de Março de 2016. Os estudos encontrados foram seguidamente avaliados tendo em consideração os critérios de inclusão previamente estabelecidos. Dois revisores avaliaram a qualidade dos estudos a incluir utilizando uma grelha para avaliação crítica, o “JBI Critical Appraisal Checklist for Cohort and Case-control studies”. Na meta-análise utilizou-se o método Mantel-Haenszel, recorrendo ao modelo aleatório. Resultados: Seis estudos de coorte preencheram os critérios de inclusão, envolvendo 24674 participantes, 15301 do grupo de não fumadores e 9373 do grupo de fumadores. A análise dos estudos revelou que existiu um risco superior de mortalidade intra-hospitalar (RR=0,66; IC 95%= 0,53-0,84; p<0,05), a 1 mês (RR=0,78; IC 95%= 0,68-0,9; p<0,05) e a 1 ano (RR=0,74; IC 95%= 0,67-0,83; p<0,05) no grupo dos não fumadores, resultado estatisticamente significativo, enquanto que na mortalidade a 6 meses se verifica um risco superior (RR=0,53; IC 95%= 0,26-1,11; p=0,09) sendo que no grupo dos não fumadores não são estatisticamente significativos. Os fumadores apresentam idade significativamente mais baixa em todos os estudos e apresentaram globalmente menos fatores de risco (Diabetes Mellitus, Dislipidémia e HTA). Verificou-se ainda um risco superior no grupo dos fumadores (RR=1,43; IC 95%= 1,11-1,83; p<0,05) para desenvolverem SCAceST e um risco superior no grupo dos não fumadores (RR=0,8; IC 95%= 0,75-0,86; p<0,05) para desenvolverem SCAseST. Conclusão: Os doentes fumadores são significativamente mais jovens e com menos fatores de risco, o que poderá explicar as diferenças encontradas na mortalidade entre os dois grupos. Conclui-se assim que o “paradoxo dos fumadores” é uma visão minimalista de um problema verdadeiramente complexo, pelo que deverá ser proferido com enorme cautela, dada a sua lacuna de consensos nas evidências científicas.Abstract Smoking and Acute Coronary Syndrome Context: Smoking is an important risk factor, modifiable, responsible for a substantial number of diseases, including the Acute Coronary Syndrome, so the anti-smoking campaigns are a reality of our health policies, however, several studies indicate, paradoxically, contrary mortality rates, what we initially expected, given the higher mortality among non-smokers. Objective: To analyze the differences between smokers and non-smokers with Acute Coronary Syndrome, and better understand the viability of this interesting and danger, "smoker’s paradox". Methods: A systematic review of literature about 6 studies that evaluated the differences between smokers and non-smokers victims of Acute Coronary Syndrome. After a search in the PubMed, EBSCO and Scielo for studies published between January 1, 2003 and March 31, 2016, were found studies and subjected to analysis, taking into account the inclusion and exclusion criteria previously established. Two reviewers evaluated the quality of the studies using the critical evaluation scale, o “JBI Critical Appraisal Checklist for Cohort and Case-control studies”.). In the metha-analysis the Mantel-Haenszel Method was used, by appealing the random models. Results: Six cohort studies matched the inclusion criteria, gathering 24674 participants, 15301 from the non-smoking group and 9373 from the smoking group. The data analysis shows a bigger risk of in-hospital mortality (RR=0,66; IC 95%= 0,53-0,84; p<0,05),in 1 month (RR=0,78; IC 95%= 0,68-0,9; p<0,05) and in 1 year (RR=0,74; IC 95%= 0,67-0,83; p<0,05) in the non-smoking group, being this result statistically significant, while in the mortality in 6 months there is a bigger risk (RR=0,53; IC 95%= 0,26-1,11; p=0,09) in the non-smoking group, this data is not statistically significant. The smoking people had a significantly lower age in all the studies and globally shown less risk factors (Mellitus Diabetes, dyslipidemia, HTA and family history). It was also found a bigger risk in the smoking group (RR=1,43; IC 95%= 1,11-1,83; p<0,05) to develop SCAceST and a bigger risk in the non-smoking group (RR=0,8; IC 95%= 0,75-0,86; p<0,05) SCAseST. Conclusions: The smokers are significantly youngers and with fewer risk factors, which may explain the differences in mortality between the two groups. We conclude that the "smoker’s paradox" is a minimalist vision of a truly complex problem and should be used with great caution, given their limited consensus on the scientific evidence.Cunha, MadalenaRepositório Científico do Instituto Politécnico de ViseuMota, Mauro Alexandre Lopes2018-02-27T01:30:10Z2017-02-272016-11-282017-02-27T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.19/4537TID:201661705porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-01-16T15:27:18Zoai:repositorio.ipv.pt:10400.19/4537Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:43:07.024648Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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