À procura de um “trabalho” de estágio : reflexão sobre um mercado de trabalho em mudança

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Melo, Maria Leonor Santiago Sottomayor Teixeira de
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/17102
Resumo: Os jovens tendem a ser mais afetados pelos efeitos negativos da flexibilização do mercado de trabalho (Kovács, 2013). Um dos resultados desta flexibilização (e precarização) das formas de trabalho é o surgimento da situação que se propôs estudar: os estágios extracurriculares não-remunerados. Este estudo procura explorar as razões que justificam o facto de os indivíduos consentirem realizar um trabalho não-remunerado enquadrado sob o estatuto de estágio, após o término da sua formação académica, sendo esta a questão que guia a investigação desenvolvida. De cariz quantitativo, por se tratar de uma primeira abordagem a um fenómeno que vem ganhando expressão no país, o estudo contou com a participação de 53 estagiários e exestagiários, entre os 20 e os 36 anos (M = 24,68), que responderam a um questionário concebido para o efeito, tendo por base a literatura e a observação do terreno. Como principais conclusões, destacam-se dois aspetos essenciais: por um lado, ficou claro que é indispensável o debate sobre este fenómeno; sem ele, caminhamos para a naturalização da instabilidade e insegurança no trabalho, que já carateriza e continuará a caraterizar os percursos profissionais de alguns jovens. Por outro lado, detetou-se um foco comum nas razões apresentadas como justificação da aceitação do estágio extracurricular não-remunerado pois, na verdade, a maioria dos motivos apresentados conduzem a um mesmo fim: alcançar um emprego remunerado relativamente estável. É fundamental atentar a estes jovens, às suas trajetórias profissionais e condições de trabalho, que carecem de análise e de enquadramento nos números oficiais sobre o trabalho. Neste sentido, assume-se como determinante o papel da comunidade científica na construção de significados e de conhecimentos sobre esta situação de trabalho, tendo em vista também uma maior regulação.
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