Antropização da paisagem e gestão das matérias-primas: estudo arqueopetrográfico de monumentos megalíticos do Alto Ribatejo, Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moleiro, Vera Lúcia da Silva
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/6502
Resumo: Este trabalho baseia-se no estudo arqueopetrográfico de quatro antas situadas no Alto Ribatejo, designadamente a Anta 1 de Val da Laje (Tomar), a Anta da Lajinha (Mação), a Anta da Foz do Rio Frio (Mação), e a Anta do Penedo Gordo (Gavião). Neste território afloram rochas pertencentes ao Maciço Hespérico (onde estão situados os sítios arqueológicos estudados), ao Maciço Calcário Estremenho (que inclui monumentos megalíticos mais tardios, não incluídos neste estudo) e à Bacia Sedimentar do Rio Tejo, distando as duas últimas unidades geomorfológicas escassos quilómetros dos sítios estudados. Desde os primórdios da sua ocupação, o ser humano soube aproveitar a grande diversidade de recursos oferecidos por esta região, entre eles os recursos líticos, utilizados para vários fins e de que são exemplos as indústrias líticas, a construção de antas, e as estruturas defensivas e habitacionais. A aquisição de matérias-primas constitui o primeiro passo da qualquer cadeia operatória, logo o estudo arqueopetrográfico daquelas que foram utilizadas na construção das antas pode fornecer dados paleoeconómicos relevantes sobre as comunidades que as utilizaram e o território que exploravam, ao mesmo tempo que pode proporcionar dados que permitam descortinar os critérios que levaram à sua escolha. Neste trabalho foi realizada uma abordagem geoarqueológica às antas referenciadas, caraterizando as matérias-primas utilizadas na sua construção e comparando-as com os afloramentos geológicos da região, numa tentativa de identificar a origem da sua proveniência. Foram analisados macroscopicamente os esteios de cada uma das antas e as lajes de cobertura da Anta 1 de Val da Laje, por ser a única que ainda as possui. O estudo microscópico em lâmina delgada foi feito em amostras provenientes de alguns esteios selecionados para o efeito. Estes dados foram posteriormente comparados com aqueles obtidos em amostras recolhidas em afloramentos situados nas suas proximidades, permitindo no caso da Anta 1 de Val da Laje identificar a Fonte da Matéria-prima como localizada a aproximadamente 100 metros do monumento. Para os restantes monumentos não foi possível identificar os afloramentos fonte da matéria-prima, no entanto foi possível reconhecer a sua Área Mãe de Procedência. Relativamente a estes monumentos confirmouse a proveniência local das matérias-primas dentro de um raio de ação de 1 a 2 km, em conformidade com tendência apontada para outras áreas europeias por THORPE e WILLIAMS-THORPE (1991). Durante o trabalho de campo foi também efetuada uma recolha de amostras geológicas de matérias-primas aflorantes na região envolvente dos sítios arqueológicos do Alto Ribatejo, inseridos na unidade geomorfológica do Maciço Hespérico. As amostras geológicas, depois de estudadas do ponto de vista petrográfico, passaram a integrar a coleção de referência georreferenciada de matérias-primas da Litoteca do Instituto Terra e Memória, localizada em Mação, a qual servirá como padrão de comparação para estudos arqueopetrográficos futuros. Além disso, permitirá estudar as matérias-primas utilizadas no passado e constituir-se-á como uma importante ferramenta didática de apoio e complemento das aprendizagens dos alunos de vários graus de ensino, que poderão contactar num só espaço com as litologias desta região e perceber a longa diacronia que houve em termos da sua utilização.
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Desde os primórdios da sua ocupação, o ser humano soube aproveitar a grande diversidade de recursos oferecidos por esta região, entre eles os recursos líticos, utilizados para vários fins e de que são exemplos as indústrias líticas, a construção de antas, e as estruturas defensivas e habitacionais. A aquisição de matérias-primas constitui o primeiro passo da qualquer cadeia operatória, logo o estudo arqueopetrográfico daquelas que foram utilizadas na construção das antas pode fornecer dados paleoeconómicos relevantes sobre as comunidades que as utilizaram e o território que exploravam, ao mesmo tempo que pode proporcionar dados que permitam descortinar os critérios que levaram à sua escolha. Neste trabalho foi realizada uma abordagem geoarqueológica às antas referenciadas, caraterizando as matérias-primas utilizadas na sua construção e comparando-as com os afloramentos geológicos da região, numa tentativa de identificar a origem da sua proveniência. Foram analisados macroscopicamente os esteios de cada uma das antas e as lajes de cobertura da Anta 1 de Val da Laje, por ser a única que ainda as possui. O estudo microscópico em lâmina delgada foi feito em amostras provenientes de alguns esteios selecionados para o efeito. Estes dados foram posteriormente comparados com aqueles obtidos em amostras recolhidas em afloramentos situados nas suas proximidades, permitindo no caso da Anta 1 de Val da Laje identificar a Fonte da Matéria-prima como localizada a aproximadamente 100 metros do monumento. Para os restantes monumentos não foi possível identificar os afloramentos fonte da matéria-prima, no entanto foi possível reconhecer a sua Área Mãe de Procedência. Relativamente a estes monumentos confirmouse a proveniência local das matérias-primas dentro de um raio de ação de 1 a 2 km, em conformidade com tendência apontada para outras áreas europeias por THORPE e WILLIAMS-THORPE (1991). Durante o trabalho de campo foi também efetuada uma recolha de amostras geológicas de matérias-primas aflorantes na região envolvente dos sítios arqueológicos do Alto Ribatejo, inseridos na unidade geomorfológica do Maciço Hespérico. As amostras geológicas, depois de estudadas do ponto de vista petrográfico, passaram a integrar a coleção de referência georreferenciada de matérias-primas da Litoteca do Instituto Terra e Memória, localizada em Mação, a qual servirá como padrão de comparação para estudos arqueopetrográficos futuros. Além disso, permitirá estudar as matérias-primas utilizadas no passado e constituir-se-á como uma importante ferramenta didática de apoio e complemento das aprendizagens dos alunos de vários graus de ensino, que poderão contactar num só espaço com as litologias desta região e perceber a longa diacronia que houve em termos da sua utilização.This thesis is based on the archeopetrographic study of four dolmens located on the Alto Ribatejo, namely the Val da Laje’s (Tomar) dolmen, the Lajinha’s (Mação) dolmen, the Foz do Rio Frio’s (Mação) dolmen, and the Penedo Gordo’s (Gavião) dolmen. In this territory thrive stones belonging to the Maciço Hespérico (where the archaeological places studied are located), to the Maciço Calcário Estremenho (which includes later megalithic monuments, not included in this study) and to the Tejo’s Sedimentary Basin , being the two above mentioned geomorphologic units just a few miles away from the studied places. Since the earlier times of its occupation, the human being knew how to use the large variety of resources offered in this region, amongst them, the lithic ones, used in several ways such as the lithic industries, the dolmen’s construction, and on the defensive and housing structures. The acquisition of raw material constitutes the first step of any operational chain, so the archeopetrographic study of those that were used in the dolmen’s construction can provide relevant paleo economic data about the communities that used them and about the territory they explored, as it can also provide us data that allows us to understand the criteria that led to its choice. In this study it was made a geoarchaeological approach to the above mentioned dolmens, characterizing the raw materials used in its construction and comparing them to the region’s geological outcrops, in an attempt to identify its providence’s origin. Macroscopically each one of these dolmen and stabs’ mainstays from the Val da Laje’s dolmen 1’s coverage were analysed, as it is the only one that still has them. It was done the microscopic study in thin blade with samples from some mainstays chosen to serve it. These data was later compared to those obtained in collected samples on outcrops located in the surrounding area, in the case of Val da Laje’s dolmen 1, allowing to identify the raw materials’ source as located at around 100 meters from the monument. To the remaining monuments it was not possible to recognise its precedence mother area. Concerning these monuments it has been confirmed the raw materials’ provenience in an action ray of 1 to 2 km, in conformity to the tendency stated to other European areas by THORPE and WILLIAM-THORPE (1991). During the field work it was also made a collection of geologic samples from raw materials’ outcrops in the surrounding region of the Alto Ribatejo’s archaeological spots, included in the Maciço Hespérico’s geomorphological unit. The geologic samples, after studied from the petrographic point of view, started integrating the georeferenced reference’s collection of raw materials from the Mação’s Lithotheca do Instituto Terra e Memória, which will serve as comparative pattern to future archeopetrographic studies. Besides, it will allow the study of raw materials used in the past and it will constitute an important didactic tool on supporting and complementing the learning process of students from several degrees of education, who will be able to know, in a single place, the lithology of this region and to acknowledge the long diachronic in terms of its usage.2016-09-26T15:41:52Z2015-01-01T00:00:00Z2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/6502porMoleiro, Vera Lúcia da Silvainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:58:14Zoai:repositorio.utad.pt:10348/6502Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:06:46.954881Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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