O desbordar do filme: o extracampo catártico no cinema de Emir Kusturica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/52082 |
Resumo: | Este trabalho tenciona refletir como o realizador sérvio Emir Kusturica se apropria do conceito de extracampo na elaboração de suas narrativas fílmicas – nomeadamente, Arizona dream (1993) e Underground (1995) – a fim de suscitar a catarse no espectador. No intuito de alargar a reflexão, a pesquisa terá a análise fílmica das obras em estudo enquanto suporte adjacente a colaborar com os fundamentos expostos quando se julgar pertinente. O fundamento do extracampo se refere ao espaço imaginário fora do campo visual da tela, a “reivindicar” a abstração do espectador para que nele “ocorra” a narrativa, e, assim, o filme ganhe outros sentidos. A partir desse pressuposto, o trabalho evocará uma filmografia que opere de modo antagônico ao explorado por Kusturica, a propor uma dialética entre ambas. A cinematografia selecionada é aquela em que se nota em sua operacionalidade os conceitos de hiper-realidade e simulacro, noções propostas por Jean Baudrillard (1991). A pesquisa também irá evocar as reflexões de Roland Barthes (2015) e Gilles Deleuze (2005) a respeito da fotografia e dos atributos da imagem. Tal escolha se deve ao fato de ambas as artes partilharem dos mesmos fundamentos e recursos técnicos. A perspectivar o tema abordado e encerrar um sistema básico do cinema – de emissão e recepção de mensagem –, o trabalho evocará as reflexões de Jacques Rancière (2014) e Robert Sklar (1975), a respeito de espectatorialidade, cinema de mercado e a indústria de cinema norte-americana. Esses temas figuram como elementos basilares à compreensão do modus operandi do cinema de Kusturica, “franqueado” à abstração do espectador, condição favorável à experiência catártica. A pesquisa também terá como apoio as investigações do psicólogo russo Lev Vigotski (1999) a respeito da catarse, assim como tenciona refletir sobre como tal reação emocional provoca a “transformação” do ser humano e, por conseguinte, seu desdobramento no corpo social. |
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O desbordar do filme: o extracampo catártico no cinema de Emir KusturicaKusturica, Emir, 1954-. - CinemaUnderground (Filme)Arizona dream (Filme)Cinema - Produção e realização - França - séc-20-21ExtracampoCinema - EstéticaCatarseHiper-realidadeFotografia e cinemaCinema - Públicos - Aspectos psicológicosTeses de mestrado - 2022Domínio/Área Científica::Humanidades::Línguas e LiteraturasDomínio/Área Científica::Humanidades::ArtesEste trabalho tenciona refletir como o realizador sérvio Emir Kusturica se apropria do conceito de extracampo na elaboração de suas narrativas fílmicas – nomeadamente, Arizona dream (1993) e Underground (1995) – a fim de suscitar a catarse no espectador. No intuito de alargar a reflexão, a pesquisa terá a análise fílmica das obras em estudo enquanto suporte adjacente a colaborar com os fundamentos expostos quando se julgar pertinente. O fundamento do extracampo se refere ao espaço imaginário fora do campo visual da tela, a “reivindicar” a abstração do espectador para que nele “ocorra” a narrativa, e, assim, o filme ganhe outros sentidos. A partir desse pressuposto, o trabalho evocará uma filmografia que opere de modo antagônico ao explorado por Kusturica, a propor uma dialética entre ambas. A cinematografia selecionada é aquela em que se nota em sua operacionalidade os conceitos de hiper-realidade e simulacro, noções propostas por Jean Baudrillard (1991). A pesquisa também irá evocar as reflexões de Roland Barthes (2015) e Gilles Deleuze (2005) a respeito da fotografia e dos atributos da imagem. Tal escolha se deve ao fato de ambas as artes partilharem dos mesmos fundamentos e recursos técnicos. A perspectivar o tema abordado e encerrar um sistema básico do cinema – de emissão e recepção de mensagem –, o trabalho evocará as reflexões de Jacques Rancière (2014) e Robert Sklar (1975), a respeito de espectatorialidade, cinema de mercado e a indústria de cinema norte-americana. Esses temas figuram como elementos basilares à compreensão do modus operandi do cinema de Kusturica, “franqueado” à abstração do espectador, condição favorável à experiência catártica. A pesquisa também terá como apoio as investigações do psicólogo russo Lev Vigotski (1999) a respeito da catarse, assim como tenciona refletir sobre como tal reação emocional provoca a “transformação” do ser humano e, por conseguinte, seu desdobramento no corpo social.This research intends to reflect on how Serbian director Emir Kusturica appropriates the concept of extra-field in elaborating his film narratives – specifically, Arizona dream (1993) and Underground (1995) – to arouse catharsis in the spectator. To broaden the reflection, the research will analyze the works under study as an adjacent support to collaborate with the exposed foundations, eventually, when deemed pertinent. The concept of extra-field refers to the imaginary space outside the screen’s visual field claiming the spectator’s abstraction so that the narrative occurs in it and thus, the film gains other meanings. Based on this assumption, the work will evoke a filmography that operates in an antagonistic way to that explored by Kusturica, proposing a dialectic between them. The selected cinematography is the one in which one can notice in its operationality the concepts of hyper-reality and simulacrum, notions proposed by Jean Baudrillard (1991). The research will also evoke the reflections of Roland Barthes (2015) and Gilles Deleuze (2005) regarding photography and image attributes. Such choice is since both arts share the same fundamentals and technical resources. To put the topic in perspective and conclude a basic cinema system – of sending and receiving messages – the work will address the reflections of Jacques Rancière (2014) and Robert Sklar (1975) about spectatorship, market cinema, and American cinema industry. These themes appear as basic elements to understanding the modus operandi of Kusturica's cinema, “opened” to the spectator's abstraction, a favorable condition for the cathartic experience. The research will also be based on the investigations of Russian psychologist Lev Vigotski (1999) about catharsis, as well as intends to reflect on how such emotional reaction provokes the “transformation” of human being and, consequently, its unfolding in social body.Morais, Ana Bela dos Ramos da ConceiçãoRepositório da Universidade de LisboaSilva, Alan Minas Ribeiro da2022-03-30T07:29:47Z2022-03-102022-03-282022-03-10T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/52082TID:202969746porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:57:08Zoai:repositorio.ul.pt:10451/52082Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:03:14.483598Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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