“Cinderela”: do conto de fadas à realidade. Perspectiva sobre os maus‑tratos infantis
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2006 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/13734 |
Resumo: | A violência infantil é um fenómeno dramático que afecta, de formas diversas, todas as sociedades, tradicionais ou desenvolvidas. O fenómeno tem vertentes psicológicas, sociológicas e económicas conhecidas, embora permaneça difícil de caracterizar. Uma abordagem evolutiva oferece um novo quadro conceptual que permite explicar algumas características dos maus‑tratos infantis. Este estudo aplica a hipótese de que a presença de um pai adoptivo constitui um importante factor de risco de ocorrência de violência infantil intrafamiliar (Daly e Wilson, 1988a e b), porque o parentesco entre pai/mãe adoptivo e criança é nulo, não havendo, evolutivamente mecanismos inibitórios da agressividade entre indivíduos não aparentados, como os que existem entre parentes. A amostra incluiu 100 crianças maltratadas, diagnosticadas no Instituto de Medicina Legal de Coimbra, em 2002 e 2003, com idades compreendidas entre os 0 e os 16 anos. Os resultados sugerem haver maior propensão para a violência nas famílias reconstituídas, destacando‑se a figura masculina como principal agressor. A violência atingiu crianças de todas as idades e sexos, sendo mais frequente o abuso sexual em raparigas com idades compreendidas entre os 10 e os 16 anos. |
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“Cinderela”: do conto de fadas à realidade. Perspectiva sobre os maus‑tratos infantisMaus‑tratos infantisViolência familiarInvestimento parentalVinculação parentalSolicitude parentalChild abuseparental investmentParental attachmentFamily violenceA violência infantil é um fenómeno dramático que afecta, de formas diversas, todas as sociedades, tradicionais ou desenvolvidas. O fenómeno tem vertentes psicológicas, sociológicas e económicas conhecidas, embora permaneça difícil de caracterizar. Uma abordagem evolutiva oferece um novo quadro conceptual que permite explicar algumas características dos maus‑tratos infantis. Este estudo aplica a hipótese de que a presença de um pai adoptivo constitui um importante factor de risco de ocorrência de violência infantil intrafamiliar (Daly e Wilson, 1988a e b), porque o parentesco entre pai/mãe adoptivo e criança é nulo, não havendo, evolutivamente mecanismos inibitórios da agressividade entre indivíduos não aparentados, como os que existem entre parentes. A amostra incluiu 100 crianças maltratadas, diagnosticadas no Instituto de Medicina Legal de Coimbra, em 2002 e 2003, com idades compreendidas entre os 0 e os 16 anos. Os resultados sugerem haver maior propensão para a violência nas famílias reconstituídas, destacando‑se a figura masculina como principal agressor. A violência atingiu crianças de todas as idades e sexos, sendo mais frequente o abuso sexual em raparigas com idades compreendidas entre os 10 e os 16 anos.Child abuse is a dramatic phenomenon affecting in different ways all societies, being traditional or developed. Psychological, sociological and economic perspectives are known, although it remains difficult to characterize. An evolutionary approach provides a new conceptual framework allowing for an explanation of some relevant characteristics of child abuse and violence. This study tests the hypothesis that the presence of an adoptive parent is an important risk factor of children intra‑familiar maltreatment (Daly e Wilson, 1988a and b) as kinship between stepparent and children is absent, with aggressiveness inhibitory mechanisms being absent, unlike between parents and their offspring. Our sample included 100 cases of maltreated children, diagnosed by the Institute of Legal Medicine of Coimbra in 2002 and 2003 with ages between the 0 and the 16 years from the Center of the country. The results suggest that there is propensity for more violence in the reconstituted families, while the masculine element stands out as main aggressor. Violence hit victims of all ages and sexes, being more frequent in females between the 10 and 16 years, which suffered sexual abuses, generally severe.Universidade de Coimbra. Centro de Investigação em Antropologia e Saúde2006info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/13734http://hdl.handle.net/10316/13734porAntropologia Portuguesa 22/23 (2006) 119-1320870-0990Simões, DoraMota, Paulo GamaLoureiro, Eugéniainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2020-05-29T09:42:11Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/13734Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:56:11.402419Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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