Fernand Pouillon : do habitar e do construir em Argel nos anos 1950

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nequinha, Mário Vicente Fernandes
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/36913
Resumo: A presente dissertação procura entender o arquitecto francês Fernand Pouillon como definição de uma via alternativa aos dogmas estabelecidos pelo Movimento Moderno perante os desafios com que os arquitectos se confrontavam na primeira metade do século XX. Pouillon, céptico em relação ao ensino da arquitectura assente na tradição Beaux-Arts e as condições que estavam a definir a actividade de arquitecto, revelaria uma atitude perante a arquitectura comprometida com a prática e a experiência. A influência exercida pelos seus mestres no início da sua carreira seria representativa da sua compreensão da história da arquitectura como ferramenta de entendimento da cidade e da construção. Ainda, da conjuntura vivida no período pós-guerra, Fernand Pouillon revelaria a sua concepção da responsabilidade social do arquitecto em resposta aos desafios sociais colocados. Argel, então colónia francesa, representava a par de outros países no território norte-africano um laboratório de experimentação para as políticas coloniais. Da crise de habitação daí resultante surgia um interesse por parte dos arquitectos modernos para a aplicação das suas pesquisas sobre a cidade e o habitar. No entanto, a insuficiência das soluções por eles encontradas na resolução da problemática da habitação levaria a municipalidade da capital argelina a convidar Fernand Pouillon para a construção de três cités de habitação social entre 1953 e 1957. Ali, revelando um entendimento de um contexto específico como suporte de projecto, evidenciado pela cité Climat de France, manifestaria a sua postura perante a arquitectura na afinidade entre o habitar e o construir. O interesse em recuperar para o presente a prática de Fernand Pouillon em Argel prende-se com o facto de, através da sua obra, sermos confrontados com a consciência da fabricação de cidade como produção de espaço em estreita relação com o homem e os seus valores.
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