Cefaleias numa população pediátrica portuguesa em contexto de urgência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alves, Conceição
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Campos, Teresa, Paula Fernandes, Ana
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2011.4240
Resumo: Introdução: As cefaleias são muito frequentes em Pediatria,podendo ser manifestação duma patologia grave que exija intervenção urgente. A investigação das cefaleias em contexto urgente é um desafio. Foi objectivo descrever o espectro diagnósticoe a abordagem das cefaleias numa urgência pediátrica e associar dados clínicos aos casos mais graves de cefaleias. Metodologia: Estudo prospectivo histórico baseado na revisão casuística da população pediátrica admitida, durante um ano, no serviço de urgência de um hospital distrital português em que a queixa principal era cefaleias. Resultados: As cefaleias representaram 0,95% das admissões na urgência. Analisaram-se 179 crianças com idade entre os dois e catorze anos. O espectro diagnóstico foi de 70,4% cefaleias secundárias (46,8% infecções respiratórias), 16,2% primárias (41,4% enxaquecas) e 13,4% inclassificáveis.Houve três casos patológicos graves, todos comalterações no exame neurológico. Em51,7%das cefaleias primárias realizaram-se exames complementares (neuroimagemem26,7%). Oparacetamol foi o fármaco de primeira linha. Em 81,0% dos casos houve alta para o exterior. Em 31,0% das cefaleias primárias existiu nova recorrência ao serviço de urgência. Discussão: As cefaleias como queixa principal são um motivo incomum de recurso à urgência, sendo na maioria secundárias a infecções, predominantemente do sistema respiratório. O recurso a exames complementares, nomeadamente de neuroimagem, foi excessivo. A investigação da localização e qualidade da cefaleia e dos antecedentes familiares, bem como um exame neurológico completo, podem melhorar a abordagem diagnóstica e terapêutica. As recorrências à urgência nas cefaleias primárias evidenciam a necessidade de melhorar o acompanhamento, bem como as medidas terapêuticas e profiláticas para o ambulatório. Conclusões: Amaioria das cefaleias em contexto de urgência na população pediátrica é benigna. Um exame neurológico minucioso sem alterações é primordial na exclusão de patologia grave e remete para segundo plano o recurso urgente à neuroimagem.
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