As responsabilidades parentais das mulheres vítimas de violência doméstica residentes em casas de abrigo : pelo discurso das mulheres vítimas de violência doméstica e dos profissionais das casas de abrigo

• Autor(a) principal: Domingues, Beatriz Morais
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/37253
• topic: Mulher; Crianças; Violência doméstica; Violência conjugal; Maternidade; Competências parentais; Vinculação; Projetos de vida; Casas de abrigo; Women; Children; Domestic violence; Conjugal violence; Maternity; Parent skills; Linking; Life projects; Shelter homes; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Sociologia

A violência conjugal contra as mulheres é uma problemática complexa presente no quotidiano da nossa sociedade. Esta afirmação é comprovada estatisticamente, pois o número de denúncias e de “femicídios” tem vindo a aumentar de ano para ano. Até 15 de novembro de 2020 ocorreram 30 femicídios (UMAR, 2020). A violência conjugal cria consequências nas vítimas e em todos aqueles que residem no espaço onde esta decorre. As crianças e jovens são frequentemente vítimas. Uma das medidas de proteção das vítimas de violência doméstica, são as casas de abrigo. Devemos ter em conta que as vítimas para além de mulheres muitas vezes são mães, por isso vão para as casas de abrigo com os seus filhos. Assim, torna-se pertinente perceber a vinculação mãe-filho e como são desenvolvidas as competências parentais destas mães neste contexto. O objeto de estudo desta investigação refere-se às Responsabilidades Parentais das Mulheres Vítimas de Violência Doméstica Residentes em Casas de Abrigo. O objetivo é perceber como é que as mães (vítimas de violência conjugal), residentes em casas de abrigo, exercem as responsabilidades/competências parentais, reforçam a sua maternidade e também, perceber como é que os seus projetos de vida integram a maternidade. Esta investigação recorreu à metodologia qualitativa, com base em entrevistas semiestruturadas de resposta aberta, aplicadas a (sete) mulheres-mães (residentes em casas de abrigo) e a (sete) profissionais. As entrevistas ocorreram presencialmente e em streaming. Os dados foram recolhidos em três casas de abrigo de zonas distintas do país. Houve também oportunidade de fazer observação direta a uma das casas de abrigo. Os testemunhos das mulheres e dos profissionais apontam para a necessidade de se reforçarem as medidas de acolhimento e proteção das mães e crianças, nomeadamente atribuindo-lhes o direito de permanecerem na sua própria habitação e referem a necessidade das casas de abrigo integrarem profissionais de diferentes formações disciplinares onde as crianças são também acompanhadas como vítimas e como residentes.