Crise económica em Portugal: evolução da incidência de depressão e correlação com o desemprego
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Data de Publicação: | 2020 |
Outros Autores: | , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.18/7231 |
Resumo: | Introdução: Estudos anteriores verificaram um aumento da taxa de incidência de depressão entre 2007 e 2013 em Portugal, a qual se correlacionou positivamente com a taxa de desemprego, nomeadamente, em homens. Tal facto levantou a hipótese desse aumento se encontrar relacionado com a situação de crise económica à data. No sentido de testar esta hipótese, este estudo teve como objetivo investigar se a correlação entre taxa de desemprego e incidência de depressão se manteve no período de recuperação económica pós-crise em Portugal (2016 – 2018). Material e Métodos: Realizou-se um estudo ecológico, utilizando dados da rede Médicos Sentinela relativos à incidência de depressão (primeiros episódios e recidiva) e dados do Instituto Nacional de Estatística sobre a taxa de desemprego na população portuguesa. O coeficiente de correlação foi estimado através de regressão linear e os resultados foram desagregados por sexo. Resultados: Entre 2016 e 2018, verificou-se um decréscimo consistente da incidência de depressão em ambos os sexos. Durante o período 1995 – 2018, observou-se uma correlação positiva entre desemprego e depressão, sendo o seu coeficiente de 0,833 (p = 0,005) nos homens e de 0,742 (p = 0,022) nas mulheres. Discussão: A redução da taxa de incidência de depressão em ambos os sexos, observada entre 2016 e 2018, corrobora a existência da correlação positiva entre desemprego e depressão na população portuguesa, observada anteriormente em 2007 – 2013. Conclusão: Este estudo reforça a necessidade de monitorização da ocorrência de doença mental na população portuguesa, em especial em momentos de maior vulnerabilidade social, para instituição de medidas preventivas como forma de mitigar o impacto de futuras crises económicas. |
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Crise económica em Portugal: evolução da incidência de depressão e correlação com o desempregoEconomic crisis in Portugal: trajectory of the incidence of depression and correlation with unemploymentDepressãoDesempregoDeterminantes da Saúde e da DoençaEstados de Saúde e de DoençaMédicos-SentinelaPortugalDepressionEconomic RecessionPrimary Health CareSentinel SurveillanceUnemploymentIntrodução: Estudos anteriores verificaram um aumento da taxa de incidência de depressão entre 2007 e 2013 em Portugal, a qual se correlacionou positivamente com a taxa de desemprego, nomeadamente, em homens. Tal facto levantou a hipótese desse aumento se encontrar relacionado com a situação de crise económica à data. No sentido de testar esta hipótese, este estudo teve como objetivo investigar se a correlação entre taxa de desemprego e incidência de depressão se manteve no período de recuperação económica pós-crise em Portugal (2016 – 2018). Material e Métodos: Realizou-se um estudo ecológico, utilizando dados da rede Médicos Sentinela relativos à incidência de depressão (primeiros episódios e recidiva) e dados do Instituto Nacional de Estatística sobre a taxa de desemprego na população portuguesa. O coeficiente de correlação foi estimado através de regressão linear e os resultados foram desagregados por sexo. Resultados: Entre 2016 e 2018, verificou-se um decréscimo consistente da incidência de depressão em ambos os sexos. Durante o período 1995 – 2018, observou-se uma correlação positiva entre desemprego e depressão, sendo o seu coeficiente de 0,833 (p = 0,005) nos homens e de 0,742 (p = 0,022) nas mulheres. Discussão: A redução da taxa de incidência de depressão em ambos os sexos, observada entre 2016 e 2018, corrobora a existência da correlação positiva entre desemprego e depressão na população portuguesa, observada anteriormente em 2007 – 2013. Conclusão: Este estudo reforça a necessidade de monitorização da ocorrência de doença mental na população portuguesa, em especial em momentos de maior vulnerabilidade social, para instituição de medidas preventivas como forma de mitigar o impacto de futuras crises económicas.Introduction: Previous studies have found an increase in the incidence rate of depression between 2007 – 2013 in Portugal, with a positive correlation with the unemployment rate, namely, in men. So, it was hypothesized that this increase is related with the situation of economic crisis. This study aimed to investigate if the correlation between unemployment rates and the incidence of depression is maintained in the post-crisis period of economic recovery in Portugal (2016 – 2018). Material and Methods: An ecological study was carried out, using data from the General Practitioners Sentinel Network concerning depression incidence (first episodes and relapses) and data from the National Statistics Institute on unemployment rates in the Portuguese population. The correlation coefficient was estimated using linear regression and the results were disaggregated by sex. Results: Between 2016 and 2018, there was a consistent decrease in the incidence of depression in both sexes. During the 1995 – 2018 period, a positive correlation was observed between unemployment and depression, with a coefficient of 0.833 (p = 0.005) in males and of 0.742 (p = 0.022) in females. Discussion: The reduction in the incidence of depression in both sexes observed between 2016 – 2018 corroborates a positive correlation between unemployment and depression in the Portuguese population, previously observed between 2007 – 2013. Conclusion: This study highlights the need to monitor the occurrence of mental illness in the Portuguese population, especially in moments of greatest social vulnerability in order to establish preventive measures, as a way to mitigate the impact of future economic crises.Ordem dos MédicosRepositório Científico do Instituto Nacional de SaúdeLaplanche Coelho, InêsSousa-Uva, MafaldaPina, NunoMarques, SaraMatias-Dias, CarlosRodrigues, Ana Paula2020-11-03T17:06:20Z2020-07-062020-07-06T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.18/7231porActa Med Port. 2020;33(13). doi:10.20344/amp.13574 (Ahead of Print)1646-075810.20344/amp.13574info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-20T15:41:52Zoai:repositorio.insa.pt:10400.18/7231Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:41:52.757946Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Introdução: Estudos anteriores verificaram um aumento da taxa de incidência de depressão entre 2007 e 2013 em Portugal, a qual se correlacionou positivamente com a taxa de desemprego, nomeadamente, em homens. Tal facto levantou a hipótese desse aumento se encontrar relacionado com a situação de crise económica à data. No sentido de testar esta hipótese, este estudo teve como objetivo investigar se a correlação entre taxa de desemprego e incidência de depressão se manteve no período de recuperação económica pós-crise em Portugal (2016 – 2018). Material e Métodos: Realizou-se um estudo ecológico, utilizando dados da rede Médicos Sentinela relativos à incidência de depressão (primeiros episódios e recidiva) e dados do Instituto Nacional de Estatística sobre a taxa de desemprego na população portuguesa. O coeficiente de correlação foi estimado através de regressão linear e os resultados foram desagregados por sexo. Resultados: Entre 2016 e 2018, verificou-se um decréscimo consistente da incidência de depressão em ambos os sexos. Durante o período 1995 – 2018, observou-se uma correlação positiva entre desemprego e depressão, sendo o seu coeficiente de 0,833 (p = 0,005) nos homens e de 0,742 (p = 0,022) nas mulheres. Discussão: A redução da taxa de incidência de depressão em ambos os sexos, observada entre 2016 e 2018, corrobora a existência da correlação positiva entre desemprego e depressão na população portuguesa, observada anteriormente em 2007 – 2013. Conclusão: Este estudo reforça a necessidade de monitorização da ocorrência de doença mental na população portuguesa, em especial em momentos de maior vulnerabilidade social, para instituição de medidas preventivas como forma de mitigar o impacto de futuras crises económicas. |
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