Desenvolvimento de um modelo de comunicação organizacional estratégica para unidades de saúde pública em Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: BRITO, Duarte José Vital de
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/116921
Resumo: Introdução: A comunicação em saúde é essencial para envolver comunidades e capacitar a população para adotar comportamentos que permitam melhorar a sua saúde. A comunicação estratégica permite nortear as instituições de saúde para a persecução dos seus objetivos organizacionais, com repercussão na saúde da população. Neste contexto, o planeamento da comunicação estratégica é essencial para a sua implementação, contemplando uma vertente de comunicação interna e externa. Na área da saúde, a comunicação estratégica é sobretudo desenvolvida em contexto hospitalar. As Unidades de Saúde Pública, enquanto instituições de saúde vocacionada para a intervenção comunitária, carecem de modelos orientadores, ferramentas, recursos especializados e formação na área da comunicação em saúde. O investimento nesta área ganha importância pela necessidade de comunicar para grupos populacionais e envolver vários parceiros comunitários em prol da melhoria da saúde de todos. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo desenvolver um modelo conceptual de comunicação organizacional estratégica aplicável pelas Unidades de Saúde Pública, em Portugal. Material e métodos: Foi desenvolvida uma investigação qualitativa através da obtenção de consensos por painel Delphi modificado online, envolvendo 37 especialistas na área da saúde pública, comunicação e membros da comunidade. Após revisão de literatura narrativa, foi elaborado um modelo conceptual inicial, sujeito a revisão e validação ao longo de três rondas de discussão. Os dados obtidos foram alvo de uma análise qualitativa temática e refletidos nas propostas subsequentes do modelo conceptual. O consenso foi considerado face à discordância ou concordância entre, pelo menos, 70% dos participantes em cada ronda. Resultados: A maioria dos especialistas considera que as Unidades de Saúde Pública não estão preparadas para comunicar eficazmente e que beneficiariam de um adequado planeamento e definição de responsáveis pela área. A utilização de websites e redes sociais foi também identificada como essencial para uma comunicação eficaz. O modelo conceptual validado integra diferentes parceiros na área da saúde e na comunidade, com destaque para as relações com a rede nacional de autoridades de saúde, outras Unidades de Saúde Pública, unidades funcionais dos cuidados de saúde primários, autarquias e escolas. Os canais de comunicação preferenciais identificados para comunicar com estes parceiros incluem as relações interpessoais, o correio eletrónico e telemóvel. Entre as principais prioridades identificadas destaca-se a alocação de tempo específico para dedicar à comunicação, a necessidade de um planeamento estratégico, a criação de relações com parceiros e o reforço de meios humanos, financeiros e materiais. Foi igualmente desenvolvido e validado um modelo de planeamento para a comunicação de programas e projetos, destinado a facilitar a sua implementação. Conclusões: A comunicação em saúde é fundamental para o sucesso de intervenções comunitárias e não pode continuar a ser negligenciada nas Unidades de Saúde Pública. O planeamento estratégico com base no modelo conceptual proposto, envolvendo os diferentes parceiros na área da saúde e na comunidade, poderá melhorar a eficácia da comunicação interna e externa e facilitar a implementação de programas e projetos em saúde pública.
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As Unidades de Saúde Pública, enquanto instituições de saúde vocacionada para a intervenção comunitária, carecem de modelos orientadores, ferramentas, recursos especializados e formação na área da comunicação em saúde. O investimento nesta área ganha importância pela necessidade de comunicar para grupos populacionais e envolver vários parceiros comunitários em prol da melhoria da saúde de todos. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo desenvolver um modelo conceptual de comunicação organizacional estratégica aplicável pelas Unidades de Saúde Pública, em Portugal. Material e métodos: Foi desenvolvida uma investigação qualitativa através da obtenção de consensos por painel Delphi modificado online, envolvendo 37 especialistas na área da saúde pública, comunicação e membros da comunidade. Após revisão de literatura narrativa, foi elaborado um modelo conceptual inicial, sujeito a revisão e validação ao longo de três rondas de discussão. Os dados obtidos foram alvo de uma análise qualitativa temática e refletidos nas propostas subsequentes do modelo conceptual. O consenso foi considerado face à discordância ou concordância entre, pelo menos, 70% dos participantes em cada ronda. Resultados: A maioria dos especialistas considera que as Unidades de Saúde Pública não estão preparadas para comunicar eficazmente e que beneficiariam de um adequado planeamento e definição de responsáveis pela área. A utilização de websites e redes sociais foi também identificada como essencial para uma comunicação eficaz. O modelo conceptual validado integra diferentes parceiros na área da saúde e na comunidade, com destaque para as relações com a rede nacional de autoridades de saúde, outras Unidades de Saúde Pública, unidades funcionais dos cuidados de saúde primários, autarquias e escolas. Os canais de comunicação preferenciais identificados para comunicar com estes parceiros incluem as relações interpessoais, o correio eletrónico e telemóvel. Entre as principais prioridades identificadas destaca-se a alocação de tempo específico para dedicar à comunicação, a necessidade de um planeamento estratégico, a criação de relações com parceiros e o reforço de meios humanos, financeiros e materiais. Foi igualmente desenvolvido e validado um modelo de planeamento para a comunicação de programas e projetos, destinado a facilitar a sua implementação. Conclusões: A comunicação em saúde é fundamental para o sucesso de intervenções comunitárias e não pode continuar a ser negligenciada nas Unidades de Saúde Pública. O planeamento estratégico com base no modelo conceptual proposto, envolvendo os diferentes parceiros na área da saúde e na comunidade, poderá melhorar a eficácia da comunicação interna e externa e facilitar a implementação de programas e projetos em saúde pública.Introduction: Health communication is essential to involve communities and empower people to adopt behaviours that improve their health. Strategic communication allows health institutions to be guided towards the pursuit of organizational objectives, which will also have repercussions on population's health. In this context, strategic communication planning plays a decisive role for its implementation, covering both internal and external communication. In healthcare, strategic communication is mainly developed by hospital. Public Health Units, responsible for community interventions, still lack guiding models, tools, specialized resources and training in health communication. Investment in this area is extremely important due to the need to communicate to population groups and to involve several community partners in order to improve health. Objective: This work aims to develop a conceptual model of strategic organizational communication for Public Health Units, in Portugal. Material and methods: A qualitative investigation was carried out through a modified Delphi panel online, involving 37 specialists in public health, communication and community members. An initial conceptual model was developed after an initial narrative literature review. It was subject to further review and validation over three rounds of discussion. A qualitative thematic analysis of the collected data was reflected in the subsequent proposals of the conceptual model. Consensus was considered by disagreement or agreement of 70% of participants in each round, at least. Results: Most consulted experts believe that Public Health Units are not prepared to communicate effectively and that they would benefit from adequate planning and definition of those responsible for the area. Websites and social networks were also identified as essential for effective communication. The validated conceptual model integrates different partners in health and community, with emphasis on relations with the national network of health authorities, other Public Health Units, other primary health care units, municipalities and schools. Preferred communication channels identified for communicating with these partners include interpersonal relationships, email and mobile phone. Allocation of specific time to dedicate to communication stands out, the need for strategic planning, the creation of relationships with partners and the strengthening of human, financial and material resources were identified as main priorities. A planning model for the communication of programs and projects was also developed and validated, aimed at facilitating its implementation. Conclusions: Health communication is key to the success of community interventions and cannot be neglected in Public Health Units. Strategic planning based on the proposed conceptual model, involving different partners of health and the community, can improve the effectiveness of internal and external communication and facilitate the implementation of public health programs and projects.ESPANHA, RitaCRAVEIRO, IsabelRUNBRITO, Duarte José Vital de202120212024-12-13T00:00:00Z2021-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/116921TID:202715523porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:59:49Zoai:run.unl.pt:10362/116921Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:43:22.612803Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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