A “língua desportuguesa”.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://ojs.letras.up.pt/index.php/EL/article/view/11055 |
Resumo: | A expansão da próclise em contextos que tipicamente a excluem no português europeu tem sido descrita como um traço sintático caracterizador do português angolano. Neste artigo estuda-se a presença deste traço na língua literária, a partir de um corpus de textos de autores angolanos e moçambicanos, representativos de duas gerações: autores nascidos no período colonial (o angolano Pepetela e os moçambicanos Mia Couto e Paulina Chiziane) e autores nascidos após a independência dos seus países (o angolano Ondjaki e o moçambicano Lucílio Manjate). Os resultados do estudo mostram que a próclise tem uma presença mais forte nas obras dos autores angolanos do que dos autores moçambicanos, sugerindo que a mudança no sentido da generalização da próclise está mais avançada, socialmente difundida e aceite no português angolano do que no português moçambicano, embora seja visível em ambos. É nos domínios não finitos que o contraste entre as duas variedades africanas é mais forte. Não só a frequência da próclise ao infinitivo é mais elevada no corpus de português angolano como só aí se atesta a próclise ao particípio passado. Na comparação entre as duas gerações de escritores vê-se um forte crescimento da próclise ao infintivo entre Pepetela e Ondjaki e é nas obras de Ondjaki que ocorre a próclise ao particípio passado. Já relativamente ao corpus de português moçambicano parece ver-se uma regressão no avanço da próclise entre Mia Couto e Manjate. Uma observação mais atenta de Rabhia, de Manjate (2017), sugere que falantes jovens com um nível de educação alto poderão percecionar o espraiamento da próclise como um traço socialmente marcado. |
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