Financeirização na cidade: como gerir necessidades locais e interesses dos mercados globais?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Margarida
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.34624/tpu.v0i1.847
Resumo: The article discusses the process of financialization of the city, associated with the liberalization of the circulation of capital and the deregulation of the financial system since the 1980s. The contrary in the real estate sector causes changes in the structure of the city, through: urban regeneration mega-projects, occasional urban regeneration operations, intensive urbanization and its extension, privatization or the contractualization of social reproduction functions. Interventions, focused on the rapid accumulation of capital gains, accentuate socio-spatial segregation. Portugal is particularly influenced by the logics of neoliberal urban development. Underpinned by territorial planning and other sectoral public policies (in particular the massive infrastructure of the territory and the policy of home ownership), urban growth is supported by extensive expansion and urban regeneration operations, along with the degradation and abandonment of housing in consolidated urban areas (with underutilization of infrastructures and an increase in empty housing). Capital reproduction takes place in three ways: the classification and qualification of the soil on which the zoning is based, the policy to support home ownership and massive public infrastructure financed by structural funds. The persistence of this model, increasingly disconnected from local socio-economic dynamics, generates a supply of urban land, infrastructure networks and housing far greater than effective demand. The crisis that began in 2008, indissociable from "real estate bubbles", emphasizes the over-sizing of the urban and the problems associated with housing credit (banks have lost liquidity, many debtors are forced to give up their property through foreclosures). The excess of urban areas, the scarcity of public resources and the expected demographic decline for the coming decades require a rethinking of urban planning. Traditionally geared to working in contexts of demographic and economic growth, it now has to act in a restrictive framework and manage "urban waste". The paradigm changes are necessary, and some priority lines of action are pointed out.
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Underpinned by territorial planning and other sectoral public policies (in particular the massive infrastructure of the territory and the policy of home ownership), urban growth is supported by extensive expansion and urban regeneration operations, along with the degradation and abandonment of housing in consolidated urban areas (with underutilization of infrastructures and an increase in empty housing). Capital reproduction takes place in three ways: the classification and qualification of the soil on which the zoning is based, the policy to support home ownership and massive public infrastructure financed by structural funds. The persistence of this model, increasingly disconnected from local socio-economic dynamics, generates a supply of urban land, infrastructure networks and housing far greater than effective demand. The crisis that began in 2008, indissociable from "real estate bubbles", emphasizes the over-sizing of the urban and the problems associated with housing credit (banks have lost liquidity, many debtors are forced to give up their property through foreclosures). The excess of urban areas, the scarcity of public resources and the expected demographic decline for the coming decades require a rethinking of urban planning. Traditionally geared to working in contexts of demographic and economic growth, it now has to act in a restrictive framework and manage "urban waste". The paradigm changes are necessary, and some priority lines of action are pointed out.O artigo aborda o processo de financeirização da cidade, associado à liberalização da circulação do capital e à desregulação do sistema financeiro desde os anos 1980. A oposta no setor imobiliário provoca mudanças na estruturação da cidade, através de: mega-projetos de regeneração urbana, operações pontuais de regeneração urbana, urbanização intensiva e em extensão, privatização ou contratualização das funções de reprodução social. As intervenções, focadas na rápida acumulação de mais-valias, acentuam a segregação socio-espacial. Portugal é particularmente influenciado pelas lógicas do desenvolvimento urbano neoliberal. Enquadrado pelo planeamento territorial e outras políticas públicas setoriais (em particular a infraestruturação massiva do território e a política de aquisição de casa própria), o crescimento urbano está suportado numa expansão extensiva e operações de regeneração urbana, a par da degradação e abandono de edificado nas áreas urbanas consolidadas (com sub-utilização de infraestruturas e aumento de alojamentos vazios). A reprodução do capital ocorre por três vias: a classificação e qualificação do solo em que se apoia o zonamento, a política de apoio à aquisição de casa própria e a infraestruturação pública massiva financiada pelos fundos estruturais. A persistência deste modelo, cada vez mais desligado das dinâmicas socio-económicas locais, gera uma oferta de solo urbano, de redes de infraestruturas e de alojamentos muito superior à procura efetiva. A crise iniciada em 2008, indissociável das “bolhas imobiliárias”, enfatiza o sobredimensionamento do urbano e os problemas associados ao crédito para habitação (a banca perde liquidez, muitos devedores são forçados a abdicar da sua propriedade através de execuções hipotecárias). O excesso de áreas urbanas, a escassez de recursos públicos e o declínio demográfico previsto para as próximas décadas impõem repensar o planeamento urbano. Tradicionalmente vocacionado para atuar em contextos de crescimento demográfico e económico, tem agora de agir num quadro restritivo e gerir o “desperdício urbano”. A mudança de paradigma é necessária, apontando-se algumas linhas prioritárias de atuação.TPU: Território, Planeamento e Urbanismo: teoria e práticaTPU: Território, Planeamento e Urbanismo: teoria e prática2019-03-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://doi.org/10.34624/tpu.v0i1.847https://doi.org/10.34624/tpu.v0i1.847TPU: Território, Planeamento e Urbanismo: teoria e prática; No 1 (2018); 127-138TPU: Território, Planeamento e Urbanismo: teoria e prática; n.º 1 (2018); 127-1382184-1802reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttps://proa.ua.pt/index.php/tpu/article/view/847https://proa.ua.pt/index.php/tpu/article/view/847/700Pereira, Margaridainfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-08-30T15:30:22Zoai:proa.ua.pt:article/847Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:27:45.995088Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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