Medicina Dentária e Saúde Ocupacional em Portugal: estudo exploratório

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Mónica
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Almeida, Armando, Lopes, Catarina, Oliveira, Tiago
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/31944
Resumo: Introdução/ enquadramento/ objetivos Segundo a bibliografia consultada, os principais fatores de risco/ riscos laborais dos médicos dentistas e auxiliares de dentária, são o eventual contato com agentes biológicos, posturas mantidas/ forçadas, movimentos repetitivos, vibrações, ruido, radiações eletromagnéticas, radiações ionizantes por Rx, esforço visual e agentes químicos. Apesar dos riscos estarem bem identificados, não se encontraram estudos em Portugal, que explorassem a consciencialização dos profissionais face aos riscos, o seu comportamento face ao uso de equipamentos de proteção individual, descrição de acidentes laborais, existência de doença profissional ou o recurso à equipa de Saúde Ocupacional, pelo que se projetou este estudo exploratório com o objetivo de identificar necessidades passíveis de intervenção. Metodologia Estudo observacional, descritivo e transversal, realizado através de um questionário anónimo, respondido por via eletrónica. A amostra foi obtida por conveniência após contato com diversas instituições ligadas ao setor. Cada profissional tinha a possibilidade de responder apenas uma vez, utilizando o link disponibilizado. Resultados A amostra é constituída apenas por 33 trabalhadores, na sua grande maioria do género feminino, com ensino superior concluído, a exercer na área da saúde dentária e com mais de dez anos de experiência profissional acumulada; os fatores de risco/ riscos mais valorizados foram as posturas mantidas/ forçadas, movimentos repetitivos, ruído, agentes biológicos, turnos prolongados e o stress; o agente químico mais citado/ valorizado foi o hipoclorito; os equipamentos de proteção mais usados foram a bata/ farda, máscara e luvas e os menos usados os protetores auriculares, as viseiras e os gorros; a maioria nunca teve um acidente laboral e os sinistros mais frequentes foram o corte e o contato com fluidos capazes de transmitir patologias infeciosas; contudo, no global, 82% negou limitações laborais pós-acidente; as hérnias, bursites e tendinites, foram as patologias mais referenciadas como atribuídas à atividade laboral, mas nenhuma declarada como suspeita de doença profissional; é muito comum a existência de sintomas associados ao trabalho, sobretudo algias em diversas zonas corporais; a perceção sobre a utilização dos serviços de Saúde Ocupacional é inferior à recomendada e exigida por lei. Conclusões O estudo não pode ser considerado representativo deste setor profissional uma vez que o reduzido tamanho da amostra não possibilita a generalização dos achados, nem fornecer informações que permitam inferir relações de causa efeito. No entanto, a leitura dos resultados permitiu identificar algumas áreas potencialmente problemáticas ao nível da consciencialização face aos riscos laborais, utilização de equipamentos de proteção individual, acompanhamento da sintomatologia e utilização dos serviços de Saúde Ocupacional.
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Apesar dos riscos estarem bem identificados, não se encontraram estudos em Portugal, que explorassem a consciencialização dos profissionais face aos riscos, o seu comportamento face ao uso de equipamentos de proteção individual, descrição de acidentes laborais, existência de doença profissional ou o recurso à equipa de Saúde Ocupacional, pelo que se projetou este estudo exploratório com o objetivo de identificar necessidades passíveis de intervenção. Metodologia Estudo observacional, descritivo e transversal, realizado através de um questionário anónimo, respondido por via eletrónica. A amostra foi obtida por conveniência após contato com diversas instituições ligadas ao setor. Cada profissional tinha a possibilidade de responder apenas uma vez, utilizando o link disponibilizado. Resultados A amostra é constituída apenas por 33 trabalhadores, na sua grande maioria do género feminino, com ensino superior concluído, a exercer na área da saúde dentária e com mais de dez anos de experiência profissional acumulada; os fatores de risco/ riscos mais valorizados foram as posturas mantidas/ forçadas, movimentos repetitivos, ruído, agentes biológicos, turnos prolongados e o stress; o agente químico mais citado/ valorizado foi o hipoclorito; os equipamentos de proteção mais usados foram a bata/ farda, máscara e luvas e os menos usados os protetores auriculares, as viseiras e os gorros; a maioria nunca teve um acidente laboral e os sinistros mais frequentes foram o corte e o contato com fluidos capazes de transmitir patologias infeciosas; contudo, no global, 82% negou limitações laborais pós-acidente; as hérnias, bursites e tendinites, foram as patologias mais referenciadas como atribuídas à atividade laboral, mas nenhuma declarada como suspeita de doença profissional; é muito comum a existência de sintomas associados ao trabalho, sobretudo algias em diversas zonas corporais; a perceção sobre a utilização dos serviços de Saúde Ocupacional é inferior à recomendada e exigida por lei. Conclusões O estudo não pode ser considerado representativo deste setor profissional uma vez que o reduzido tamanho da amostra não possibilita a generalização dos achados, nem fornecer informações que permitam inferir relações de causa efeito. No entanto, a leitura dos resultados permitiu identificar algumas áreas potencialmente problemáticas ao nível da consciencialização face aos riscos laborais, utilização de equipamentos de proteção individual, acompanhamento da sintomatologia e utilização dos serviços de Saúde Ocupacional.Introduction / framework / objectives According to the consulted bibliography, the main risk/ risk factors of dental professionals are the eventual contact with biological agents, maintained/ forced postures, repetitive movements, vibrations, noise; electromagnetic radiation and Rx ionizing radiation, visual efford and chemical agents. 3/15 Despite the risks being well identified, no studies were found in Portugal that explored the professionals’ awareness of the risks, their behavior regarding the use of personal protective equipment, the description of occupational accidents, the existence of occupational disease or the recourse to the occupational health team. This exploratory study was designed to identify possible occupational health needs that are not described, which may be subject to intervention. Methodology This is an observational, descriptive and cross-sectional study, carried out through an anonymous questionnaire, answered by electronic means. The sample was obtained for convenience after contacting several institutions related to the sector. Each professional contacted had the possibility to respond only once using the link provided. Results The sample consists of only 33 workers. The vast majority are female, with higher education completed, practicing dentistry and with more than 10 years of accumulated professional experience. The most valued risk/ risk factors were maintained/ forced postures, repetitive movements, noise, biological agents, prolonged shifts and stress. The most cited/ valued chemical agent was hypochlorite. The most used protective equipment was the uniform, mask and gloves and the least used was ear protectors, visors and caps. Only few had an accident at work and the most frequent were cutting and contact with fluids capable of transmitting infectious pathologies; however, 82% denied post-accident work limitations. The most referenced pathologies were hernias, bursitis and tendinitis, attributed to work activity, but none was declared as a suspected occupational disease. It was very common to have symptoms associated with work, especially pain in different body areas. The perception of the use of Occupational Health services is lower than that recommended and required by law. Conclusions The study cannot be considered representative of this professional sector since the small sample size does not allow the generalization of the findings, nor does it provide information that allows inferring cause-and-effect relationships. However, reading the results allowed to identify some potentially problematic areas in terms of awareness of occupational risks, use of personal protective equipment, monitoring of symptoms and use of Occupational Health services.RPSOVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaSantos, MónicaAlmeida, ArmandoLopes, CatarinaOliveira, Tiago2021-02-08T11:24:09Z2020-06-272020-06-27T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/31944porSantos M, Almeida A, Lopes C, Oliveira T. (2020) Medicina Dentária e Saúde Ocupacional em Portugal- Estudo exploratório. Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional on line. 2020, volume 9, S1-12. DOI: 10.31252/RPSO.27.06.20202183-845310.31252/RPSO.27.06.2020info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-12T17:37:27Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/31944Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:25:45.974460Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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