Transição para a parentalidade: Estudo comparativo entre mulheres e homens primíparos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Abreu, Lília Maria Reis
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.12/4110
Resumo: No contexto do ciclo de vida da família, a maternidade/paternidade surgem como realidades distintas, quer na dimensão temporal quer na dimensão vivencial. Por vezes, confundidas e interpretadas como sinónimas na realidade de ser mãe/pai, sustentam, na sua interligação, todo um processo de transição e adaptação. Entre todas as transições (quer a nível individual quer a nível de casal), aquela que se destaca é a que ocorre quando a mulher e o homem se tornam pais. A transição para a parentalidade é frequentemente descrita como um momento de crise, sobretudo no caso do primeiro filho. Esta acarreta uma série de transformações físicas (do corpo da mulher) e relacionais (da mulher/homem de cada um dos membros e consigo próprios e com as famílias de origem), que envolvem uma reorganização a todos os níveis (biológico, cognitivo, emocional, relacional e social), razão pela qual, esta fase é consensualmente entendida como um período de profunda transformação no desenvolvimento, dos envolvidos. (Colman & Colman, 1998; Canavarro, 2001; Figueiredo, 2005). A este respeito Dickie (1987) acrescenta que a mulher experimenta maior perturbação com os seus novos papéis, nomeadamente pelas mudanças que ocorrem aos mais diversos níveis. Dado que esta reorganização pode ser distinta ao longo do tempo que se segue ao parto pretendeu-se com este estudo da natureza transversal identificar os factores que contribuem para a adaptação materna e paterna, em pais e mães pela primeira vez, durante os seis meses de idade do filho. Para concretizar este objectivo, foi considerada como variável dependente, a adaptação parental ao nascimento do primeiro filho. A amostra de casais foi de conveniência e intencional foi constituída 133 pais que frequentaram a consulta nos centros de saúde da RAM, no período compreendido entre Junho e Agosto de 2009. Relativamente à recolha de dados utilizaram-se o Teste de Transição Parental, a Escala de Percepção de Stress (Perceived Stress Scale) e Escala de Avaliação de Emoções. Na analise os dados verificaram-se diferenças significativas no género relacionadas com as dimensões nas variáveis necessidades individuais e culpa, sendo as mães que apresentando valores mais elevados, que apresentam maiores índices de stress percebido. Esta constatação permite que se considere que as mães possuem maiores, mais dificuldades na adaptação ao nascimento do primeiro filho. O apoio dos profissionais de saúde, quer a nível técnico quer emocional evidencia-se como crucial fundamental nesta etapa do desenvolvimento do casal e do filho. Por último, verifica-se que os resultados concordantes à luz da contextualização teórica.
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Esta acarreta uma série de transformações físicas (do corpo da mulher) e relacionais (da mulher/homem de cada um dos membros e consigo próprios e com as famílias de origem), que envolvem uma reorganização a todos os níveis (biológico, cognitivo, emocional, relacional e social), razão pela qual, esta fase é consensualmente entendida como um período de profunda transformação no desenvolvimento, dos envolvidos. (Colman & Colman, 1998; Canavarro, 2001; Figueiredo, 2005). A este respeito Dickie (1987) acrescenta que a mulher experimenta maior perturbação com os seus novos papéis, nomeadamente pelas mudanças que ocorrem aos mais diversos níveis. Dado que esta reorganização pode ser distinta ao longo do tempo que se segue ao parto pretendeu-se com este estudo da natureza transversal identificar os factores que contribuem para a adaptação materna e paterna, em pais e mães pela primeira vez, durante os seis meses de idade do filho. Para concretizar este objectivo, foi considerada como variável dependente, a adaptação parental ao nascimento do primeiro filho. A amostra de casais foi de conveniência e intencional foi constituída 133 pais que frequentaram a consulta nos centros de saúde da RAM, no período compreendido entre Junho e Agosto de 2009. Relativamente à recolha de dados utilizaram-se o Teste de Transição Parental, a Escala de Percepção de Stress (Perceived Stress Scale) e Escala de Avaliação de Emoções. Na analise os dados verificaram-se diferenças significativas no género relacionadas com as dimensões nas variáveis necessidades individuais e culpa, sendo as mães que apresentando valores mais elevados, que apresentam maiores índices de stress percebido. Esta constatação permite que se considere que as mães possuem maiores, mais dificuldades na adaptação ao nascimento do primeiro filho. O apoio dos profissionais de saúde, quer a nível técnico quer emocional evidencia-se como crucial fundamental nesta etapa do desenvolvimento do casal e do filho. Por último, verifica-se que os resultados concordantes à luz da contextualização teórica.ABSTRACT: In the context of the family’s life cycle, the motherhood/fatherhood appears as distinct realities, either in the secular dimension either in the existential dimension. Sometimes, confounded and interpreted as synonyms in the reality of being mother/father, they support, in its interconnection, a transition and adaptation process. Among all the transitions (either at the individual level either at the couple’s level), the one that is more relevant occurs when the woman and the man become parents. The transition for the parenthood is frequently described as a moment of crisis, above all in the case of the first child. This causes a series of physical transformations (on the body of the woman) and relational (woman/man of each of the members, with themselves and with the families of origin), that involves a reorganization at all levels (biological, cognitive, emotional, relational and social), reason for which, this phase is commonly understood as a period of deep transformation in the development of the involved ones. (Canavarro, 2001; Colman & Colman, 1998; Figueiredo, 2005). Thus, Dickie (1987) adds that the woman experiences greater disturbance with her new roles, namely by the changes that occur at the most diverse levels. Given the fact that this reorganization can be distinct during the time that follows to the childbirth it was intended with this study, of a transversal nature, to identify the factors that contribute for the paternal and maternal adaptation and, in parents and mothers for the first time, during the six months of the child. To materialize this objective, it was considered as dependent variable, the parental adaptation to the birth of the first child. The sample of couples was one of convenience and intentional and it was constituted by 133 parents who attended the appointments in the Health Care Centres of RAM, in the period between June and August of 2009. To collect the data it was used the Test of Parental Transition, the Perceived Stress Scale and the Emotional Evaluation Scale. Analysing the data, it was verified significant differences in gender related with the dimensions in the individual needs and guilt, being the mothers who presented higher scores and presented greater indices of perceived stress. These evidences allow to conclude that mothers possess greater and more difficulties in the adaptation to the birth of the first child. The support of the health professionals, either at technical level either at the emotional level proves itself as crucial and fundamental in this stage of the development of the couple and the child. Finally, it was verified that the results are in agreement with the theoretical framework.Pocinho, MargaridaLeal, Isabel PereiraRepositório do ISPAAbreu, Lília Maria Reis2015-11-23T15:56:08Z2009-01-01T00:00:00Z2009-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.12/4110porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-05T16:39:51Zoai:repositorio.ispa.pt:10400.12/4110Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:21:56.462592Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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