Caracterização e influência dos acompanhantes nas consultas de diabetologia e a relação com a efetividade do tratamento
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/5355 |
Resumo: | Introdução: A diabetes é uma das doenças mais prevalentes mundialmente com enormes consequências socioeconómicas associadas. O controlo glicémico periódico é fundamental para ajustar a terapêutica de forma individual, evitando assim a progressão da doença e o aparecimento precoce das suas complicações. A hemoglobina glicada apresenta inúmeras vantagens em relação a outros métodos para medição da glicemia, especificamente porque esta reflete a média de valores de glicemia durante as 8 a 12 semanas anteriores. Assim, a determinação semestral ou trimestralmente do valor da hemoglobina glicada tem sido preconizado como o método de eleição para o seguimento dos diabéticos. Frequentemente, o doente faz-se acompanhar por alguém durante as consultas médicas. Desta forma, torna-se pertinente perceber quais as causas que motivam o acompanhamento dos doentes, bem como se a presença de um acompanhante beneficia a efetividade do tratamento. Materiais e Métodos: Foi efetuado um estudo prospetivo com doentes seguidos na consulta de diabetologia, com consulta marcada entre maio e julho de 2015. Para cada indivíduo a recolha dos dados foi dividida em dois momentos: na primeira abordagem com o preenchimento de um questionário e recolha de dados do processo clínico, incluindo a hemoglobina glicada; após a consulta seguinte, com a recolha do valor da nova hemoglobina glicada. Recorrendo ao Statistical Package for the Social Sciences, foram testadas variáveis associadas à presença de acompanhante e à efetividade do tratamento. Resultados: 59% dos doentes que participaram no estudo foram à consulta sozinhos e os restantes 41% foram acompanhados. Os doentes com idade superior a 65 anos (p = 0,032) e os que apresentam menor nível de escolaridade (p = 0,003), vão mais frequentemente acompanhados às consultas. A hemoglobina glicada diminuiu em média 0,26%, do primeiro para o segundo momento nos dois grupos (p = 0,011). Houve tendencialmente uma diminuição superior no grupo dos doentes acompanhados (p = 0,425), sem relevância estatística. Conclusões: Os doentes compareceram à consulta acompanhados numa percentagem considerável. Quanto maior a idade e quanto menor o nível de escolaridade, maior é a probabilidade de os doentes se fazerem acompanhar. A influência do acompanhante durante a consulta foi maioritariamente positiva. Os doentes que foram acompanhados apresentaram tendencialmente uma efetividade do tratamento superior, uma vez que tiveram uma diminuição média dos valores da hemoglobina glicada mais pronunciada. |
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Caracterização e influência dos acompanhantes nas consultas de diabetologia e a relação com a efetividade do tratamentoAcompanhanteConsulta MédicaDiabetes Mellitus Tipo 2Hemoglobina GlicadaTratamentoDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: A diabetes é uma das doenças mais prevalentes mundialmente com enormes consequências socioeconómicas associadas. O controlo glicémico periódico é fundamental para ajustar a terapêutica de forma individual, evitando assim a progressão da doença e o aparecimento precoce das suas complicações. A hemoglobina glicada apresenta inúmeras vantagens em relação a outros métodos para medição da glicemia, especificamente porque esta reflete a média de valores de glicemia durante as 8 a 12 semanas anteriores. Assim, a determinação semestral ou trimestralmente do valor da hemoglobina glicada tem sido preconizado como o método de eleição para o seguimento dos diabéticos. Frequentemente, o doente faz-se acompanhar por alguém durante as consultas médicas. Desta forma, torna-se pertinente perceber quais as causas que motivam o acompanhamento dos doentes, bem como se a presença de um acompanhante beneficia a efetividade do tratamento. Materiais e Métodos: Foi efetuado um estudo prospetivo com doentes seguidos na consulta de diabetologia, com consulta marcada entre maio e julho de 2015. Para cada indivíduo a recolha dos dados foi dividida em dois momentos: na primeira abordagem com o preenchimento de um questionário e recolha de dados do processo clínico, incluindo a hemoglobina glicada; após a consulta seguinte, com a recolha do valor da nova hemoglobina glicada. Recorrendo ao Statistical Package for the Social Sciences, foram testadas variáveis associadas à presença de acompanhante e à efetividade do tratamento. Resultados: 59% dos doentes que participaram no estudo foram à consulta sozinhos e os restantes 41% foram acompanhados. Os doentes com idade superior a 65 anos (p = 0,032) e os que apresentam menor nível de escolaridade (p = 0,003), vão mais frequentemente acompanhados às consultas. A hemoglobina glicada diminuiu em média 0,26%, do primeiro para o segundo momento nos dois grupos (p = 0,011). Houve tendencialmente uma diminuição superior no grupo dos doentes acompanhados (p = 0,425), sem relevância estatística. Conclusões: Os doentes compareceram à consulta acompanhados numa percentagem considerável. Quanto maior a idade e quanto menor o nível de escolaridade, maior é a probabilidade de os doentes se fazerem acompanhar. A influência do acompanhante durante a consulta foi maioritariamente positiva. Os doentes que foram acompanhados apresentaram tendencialmente uma efetividade do tratamento superior, uma vez que tiveram uma diminuição média dos valores da hemoglobina glicada mais pronunciada.Introduction: Diabetes is one of the most prevalent diseases worldwide, associated with vast socioeconomical consequences. Periodical glicemic control is fundamental to individually-tailored therapeutic schemes, thus avoiding disease progression and allowing early prevention of its complications. Glycated hemoglobin has numerous advantages when compared to other methods of glycemic measurements, mostly since it reflects the average glycemic levels of the previous 8 to 12 weeks. Trimestral to semestral measurements of glycated haemoglobin have thus become the method of choice for diabetes follow-up. Commonly, patients are accompanied during routine appointments, making it important to understand what leads to patients to be accompanied, and whether or not this has any correlation with therapeutic effectiveness. Methods: We performed a prospective study with patients being followed in diabetology appointments, in appointments scheduled between may and july 2015. For each individual, there were two moments for data collection: first, a questionnaire was filled and information from the clinical file retrieved, including glycated hemoglobin; secondly, on the following appointment, glycated hemoglobin was collected again. We used Statistical Package for the Social Sciences to test several variables associated with accompanied appointments and treatment effectiveness. Results: 59% of patients in our study were alone in their appointments; the remaining 41% had company. Patients older than 65 years (p = 0,032) and those with lower education levels (p = 0,003) were found to attend appointments with a companion more often. Glycated hemoglobin decreased an average of 0,26% between the first and second appointments covered by our study in both groups (p = 0,011). There was a higher decrease in the group of patients who went accompanied to their appointments (p = 0,425), without statistical significance. Conclusion: Patients often attend appointments accompanied, mainly those with increased age and low education. The patients who attended their appointments with a companion tend to have increased treatment effectiveness, once this group of patients achieved in average lower values of glycated hemoglobin.Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro deuBibliorumDias, Pedro Daniel Costa2018-07-23T15:20:49Z2016-06-302016-05-162016-06-30T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/5355TID:201773937porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:43:11Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/5355Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:46:17.349217Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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