Na sabedoria de uma quietude: Três rostos de Fiama

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa, Carlos Mendes de
Data de Publicação: 2001
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1822/29313
Resumo: Propõe-se neste artigo uma leitura de Três Rostos (1989) de Fiama Hasse Pais Brandão. Procurando sublinhar o forte sentido estruturante do livro, faz-se um enquadramento, em perspectiva, relativamente ao resto da obra da autora, marcada por um forte pendor experimental. O modo de o acto criador assegurar uma estabilidade geradora de harmonias passa pela busca de correspondências (o mundo, a palavra) que projetam a utopia de uma disposição ordenadora, forma de resgatar o ouro do verso ao fluxo energético da desordem. Em Três Rostos, o apelo às identificações faz sobressair um extraordinário efeito metonímico: tudo é contíguo a tudo. Assim como o extratextual se projecta no poema, de igual modo essa mesma realidade referenciável (a casa e a quinta de Carcavelos) é uma extensão da realidade (voz) poética. O vasto mundo é epifanicamente entrevisto nas coisas miúdas. Restringe-se a focagem para amplificar, mas a amplificação continua ao serviço da infinitamente pequena perspectiva. No interior de Três Rostos somos conduzidos ao âmago de uma teoria poética: a apresentação da figura da Autora/Leitora propõe o “horizonte da voz” como horizonte aureolado contraposto ao “horizonte do texto”. A voz é fundadora. A grafia, o verso escrito são mera transcrição, mero reflexo do real e a obra toda, infinita errância de ecos disseminados, é a celebração da fertilidade onomatopaica.
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