Estudo do impacto farmacoepidemiológico do uso dos antipalúdicos arteméter, artesunato e quinino no 1.º Semestre de 2016 em Luanda no Hospital do Prenda e no Hospital Geral de Luanda

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Wedeingue, Maria Marcelina Fernandes
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/54802
Resumo: Tese de mestrado, Regulação e Avaliação do Medicamento e Produtos de Saúde, 2019, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia.
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spelling Estudo do impacto farmacoepidemiológico do uso dos antipalúdicos arteméter, artesunato e quinino no 1.º Semestre de 2016 em Luanda no Hospital do Prenda e no Hospital Geral de LuandaMaláriaArteméterArtesunatoQuininoAngolaTeses de mestrado - 2019Ciências da SaúdeTese de mestrado, Regulação e Avaliação do Medicamento e Produtos de Saúde, 2019, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia.Em África, a resistência à Cloroquina e à combinação terapêutica Sulfadoxina Pirimetamina, assinalada pela Organização Mundial de Saúde, obrigou, na última década, a que vários países tivessem de alterar as suas políticas de saúde. Angola adotou as Terapias de Combinação de Artemisinina (ACTs) à base dos antipalúdicos Arteméter e Artesunato como primeiro tratamento para o paludismo. Ficou então estabelecido pelo Protocolo Nacional de Tratamento que, com as devidas exceções, se deve administrar aos doentes uma das seguintes combinações Artémeter-Lumefantrina (AL), Artesunato-Amodiaquina (AS-AQ) ou Dihidroartemisinina-Piperaquina (DHA-PPQ). A literatura tem demonstrado que as ACTs constituem terapêuticas eficazes no tratamento da malária, mas que o uso do Quinino ainda é predominante em muitos países. Objetivos: Com o objetivo de estudar o impacto fármaco-epidemiológico da administração dos antimaláricos Arteméter, Artesunato e Quinino na redução do índice de mortalidade por paludismo, foi conduzida uma investigação descritiva, mista, no Hospital do Prenda e no Hospital Geral de Luanda, em Luanda, Angola, durante o primeiro semestre de 2016. De forma a atingir o objetivo geral, o estudo debruçou-se sobre três objetivos específicos, mormente, caracterizar a população de Luanda acometida pela malária quanto à idade e ao sexo, identificar os antipalúdicos mais prescritos nas unidades sanitárias de Luanda e avaliar a eficiência dos antipalúdicos Arteméter e Artesunato face ao Quinino. Método: Entre janeiro a novembro de 2016, foi aplicado um questionário estruturado, com perguntas fechadas, a uma amostra de 1166 doentes cujo critério de inclusão foi o diagnóstico de paludismo. A investigação compreendeu ainda a observação em campo, que contou também com informações apuradas por meio de conversas informais com gestores, técnicos de saúde e doentes. Resultados: A faixa etária mais infetada correspondeu a crianças e jovens, estendendo se dos 11 aos 20 anos. Os antipalúdicos mais medicados foram o Quinino 600 mg –ampolas (66,87%) e o Arteméter 80 mg – ampolas (31,99%). Os fármacos mais administrados aos doentes internados foram o Quinino 600 mg – ampolas (92,1%), o Arteméter 80mg – ampolas (84,7%) e o Quinino 300 mg – comprimidos (83,3%). Os antipalúdicos administrados mais eficazes foram: o Arteméter 80 mg – ampolas (66,7%) e o Quinino 600 mg – ampolas (32,2%), com o resultado de alta hospitalar, e o Quinino 600 mg – ampolas (73,9%) e o Arteméter 80 mg – ampolas (25,4%), com o resultado de melhoria. O Quinino 600 mg – ampolas foi o antipalúdico mais medicado para a malária quer simples quer complicada. Os antipalúdicos iii mais medicados por hospital foram o Quinino 600 mg – ampolas (92,4%), no Hospital do Prenda, e o Arteméter 80 mg – ampolas (68,1%), no Hospital Geral de Luanda. Os antipalúdicos mais medicados por área de residência foram o Quinino 600 mg – ampolas, na província de Luanda, e o Arteméter 80 mg – ampolas, nas províncias de Kilamba Kiaxi e Talatona. Os antipalúdico mais medicado por tipo de plasmódio foi o Quinino 600 mg – ampolas para o P. falciparum, que corresponde ao vírus da grande maioria dos infetados em ambas as unidades sanitárias em estudo. Discussão: Ficou confirmado, à luz da literatura investigada, que tanto o Arteméter quanto o Artesunato tiveram um impacto positivo no tratamento da malária nas unidades de saúde estudadas durante o primeiro semestre de 2016. Mas, na realidade, hospitais do Prenda e Geral de Luanda não, contudo, cumpriram as diretrizes do Programa Nacional de Controlo da Malária que recomenda as combinações terapêuticas AL, AS-AQ ou DHA-PPQ em vez de monoterapia. Não se verificou, além disso, uniformização de procedimentos de utilização dos fármacos entre os dois hospitais. Conclusões: O Arteméter e o Artesunato mostraram-se eficazes no tratamento da malária. Todavia, o sucesso dos prognósticos pode ficar comprometido devido não só a uma inadequada gestão hospitalar, como também, e principalmente, à falta de falta de recursos financeiros por parte do Estado Angolano para a aquisição dos fármacos recomendados, em alternativa ao Quinino, que, em Angola, deve, segundo o Programa Nacional de Controlo da Malária, estar reservado ao tratamento da malária grave e em casos clínicos de exceção.Background: As noted by the World Health Organization, in Africa, resistance to chloroquine and sulfadoxine-pyrimethamine has driven several countries to change their health policies in the last decade. Angola adopted Artemisinin Combination Therapies (ACTs) based on artemether and artesunate as the first line treatment for malaria. It was then established by the National Treatment Protocol that, with due exceptions, patients should be treated with one of the following combinations: artemether-lumefantrine (AL), artesunate-amodiaquine (ASAQ) or dihydroartemisinin-piperaquine (DHA/P). The literature has shown the effectiveness of ACTs in the treatment of malaria and that the use of quinine still prevails in many countries. Objectives: Aiming to study the drug-epidemiological impact of the administration of the antimalarials artemether, artesunate and quinine in reducing malaria mortality rate, a mixed descriptive investigation was conducted at Prenda Hospital and General Hospital of Luanda, both in Luanda, Angola, during the first half of 2016. To achieve the main objective, the study focused on three specific objectives, namely: to characterize the population of Luanda affected by malaria regarding age and sex; to identify the most prescribed antimalarial drugs in the health units of Luanda and to evaluate the effectiveness of the antimalarial drugs artemether and artesunate vs quinine. Method: Between January and November 2016, a structured questionnaire with closed ended questions was applied to a sample of 1166 patients diagnosed with malaria. The investigation also included observation in the field, comprising information obtained through informal conversations with managers, health technicians and patients. Results: The most affected age group corresponded to children and adolescents, ranging from 11 to 20 years. The most medicated antimalarials were quinine 600 mg ampoule (66.87%) and artemether 80 mg ampoule (31.99%). Drugs most frequently administered to inpatients were quinine 600 mg ampoule (92.1%), artemether 80 mg ampoule (84.7%) and quinine 300 mg tablet (83.3%). The most effective antimalarials were the following: hospital discharge— artemether 80 mg ampoule (66.7%) and quinine 600 mg ampoule (32.2%); clinical improvement—quinine 600 mg ampoule (73, 9%) and artemether 80 mg ampoule (25.4%). Quinine 600 mg ampoule was the most medicated antimalarial for both simple and complicated malaria. The most medicated antimalarials per hospital were the following: Prenda Hospital— quinine 600 mg ampoule (92.4%); General Hospital of Luanda—artemether 80 mg ampoule (68.1%). Quinine 600 mg ampoule was the most medicated antimalarial in the province of v Luanda and Artemether 80 mg ampoule in the provinces of Kilamba Kiaxi and Talatona. Quinine 600 mg ampoule was the most medicated antimalarial for P. falciparum malaria, the main type observed during this study. Discussion: In the health units studied during the first half of 2016, a positive impact on the treatment of malaria of both artemether and artesunate, as reported by literature, was confirmed. However, Prenda Hospital and General Hospital of Luanda did not comply with the guidelines of the National Malaria Control Program which recommends AL, ASAQ or DHA/P therapeutic combinations instead of monotherapy. In addition, there was no uniformity of drug use procedures between the two hospitals. Conclusions: Artemether and artesunate were effective in the treatment of malaria. Yet, the success of the prognostics can be compromised due to not only inadequate hospital management, but also to the lack of the State’s financial resources for the acquisition of alternatives to quinine. In Angola, the use of quinine is intended solely for the treatment of severe malaria and in exceptional cases, according to the National Malaria Control Program.Martins, Ana PaulaFilipe, Helder Dias MotaRepositório da Universidade de LisboaWedeingue, Maria Marcelina Fernandes2023-03-29T00:32:03Z2019-03-262019-03-26T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/54802TID:202272567porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T17:01:19Zoai:repositorio.ul.pt:10451/54802Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:05:31.134420Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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