Fibromialgia: o desafio do diagnóstico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Braga, Beatriz Pavão
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/1165
Resumo: Introdução: A Fibromialgia é definida como uma síndrome dolorosa crónica, que se manifesta no sistema músculo-esquelético através de dor generalizada e com múltiplos pontos anatómicos dolorosos detetáveis ao exame físico. Está muitas vezes associada a sono não reparador, fadiga, perturbações cognitivas e alterações do humor. A sua prevalência situa-se em 3,6% na população portuguesa, podendo muitos casos estar subdiagnosticados, e muitos dos doentes permanecem numa incerteza diagnóstica durante vários meses ou anos. Objetivos: Com o presente estudo pretende-se caracterizar as dificuldades sentidas no diagnóstico da Fibromialgia, quantificar a demora ocorrida na definição do diagnóstico e conhecer o procedimento seguido após o diagnóstico, pelos médicos de Medicina Geral e Familiar. Métodos: Durante os meses de Janeiro de 2010 a Fevereiro de 2012 foi aplicado um questionário a médicos de Medicina Geral e Familiar, num universo de 257 médicos, com questões que abordavam: variáveis destinadas à caracterização da amostra; variáveis destinadas a apreender o conhecimento sobre a patologia, bem como a sua dificuldade diagnóstica; variáveis destinadas à avaliação da demora na definição do diagnóstico da Fibromialgia; variáveis relativas ao procedimento após a definição do diagnóstico (tratamento e/ou referenciação). Foram distribuídos 100 formulários, dos quais 56 foram preenchidos tendo sido todos contabilizados. Resultados: A perceção de que a Fibromialgia representa uma entidade nosológica difícil de definir foi referida por 91% da amostra; 81% dos médicos sentiram dificuldades no diagnóstico, sendo que 28.2% salientaram a dificuldade no diagnóstico diferencial. A demora média do diagnóstico foi de 12,3 meses. Relativamente ao procedimento médico após o diagnóstico verificou-se que 39% dos inquiridos tratam e/ou referenciam os doentes para outras especialidades; 22% tratam os utentes; 39% apenas referenciam para outras especialidades, sendo a Reumatologia a especialidade de maior referência (63%). Conclusão: A demora média do diagnóstico foi de 12,3 meses, com desvio padrão de 4,943. Os inquiridos reconhecem que deveria haver maior celeridade no diagnóstico apontando como sugestões: maior facilidade na referenciação para especialidade; desenvolvimento de programas de formação para os profissionais de saúde, nomeadamente os médicos de Medicina Geral e Familiar.
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Métodos: Durante os meses de Janeiro de 2010 a Fevereiro de 2012 foi aplicado um questionário a médicos de Medicina Geral e Familiar, num universo de 257 médicos, com questões que abordavam: variáveis destinadas à caracterização da amostra; variáveis destinadas a apreender o conhecimento sobre a patologia, bem como a sua dificuldade diagnóstica; variáveis destinadas à avaliação da demora na definição do diagnóstico da Fibromialgia; variáveis relativas ao procedimento após a definição do diagnóstico (tratamento e/ou referenciação). Foram distribuídos 100 formulários, dos quais 56 foram preenchidos tendo sido todos contabilizados. Resultados: A perceção de que a Fibromialgia representa uma entidade nosológica difícil de definir foi referida por 91% da amostra; 81% dos médicos sentiram dificuldades no diagnóstico, sendo que 28.2% salientaram a dificuldade no diagnóstico diferencial. A demora média do diagnóstico foi de 12,3 meses. Relativamente ao procedimento médico após o diagnóstico verificou-se que 39% dos inquiridos tratam e/ou referenciam os doentes para outras especialidades; 22% tratam os utentes; 39% apenas referenciam para outras especialidades, sendo a Reumatologia a especialidade de maior referência (63%). Conclusão: A demora média do diagnóstico foi de 12,3 meses, com desvio padrão de 4,943. Os inquiridos reconhecem que deveria haver maior celeridade no diagnóstico apontando como sugestões: maior facilidade na referenciação para especialidade; desenvolvimento de programas de formação para os profissionais de saúde, nomeadamente os médicos de Medicina Geral e Familiar.Introduction: Fibromyalgia is defined as a chronic pain syndrome, which manifests itself in the musculoskeletal system through widespread pain and multiple anatomical tender points detectable on physical examination. It is often associated with non-restorative sleep, fatigue, cognitive disturbances and mood swings. Its prevalence stands at 3.6% in the Portuguese population. Many cases may be undiagnosed, and many patients remain in a diagnostic uncertainty for several months or years. Goals: The goal of the present study is to characterize the difficulties experienced in the diagnosis of fibromyalgia, to quantify the delay occurring in the definition of the diagnosis and to know the procedure after the diagnosis by general practice doctors. Methods: During the months of January 2010 to February 2012 was applied a questionnaire to general practice doctors, a total of 257 physicians, with questions that addressed: variables for the characterization of the sample; variables designed to capture the knowledge of the pathology as well as its diagnostic difficulty; variables designed to assess the delay in defining the diagnosis of fibromyalgia; variables related to the procedure after the definition of the diagnosis (treatment and/or referral to other specialties). 100 forms were distributed, of which 56 were filled and counted. Results: The perception that fibromyalgia represents an entity difficult to define was reported by 91% of the physicians; 81% felt difficulties in diagnosis, and 28.2% pointed out the difficulty in differential diagnosis. The average delay of diagnosis was 12.3 months. For the medical procedure after diagnosis, 39% of the surveyed treat and/or refer the patient to other specialties, 22% treat them, and 39% refer to other specialties, mostly to Rheumatology (63 %). Conclusions: The average delay of diagnosis was 12.3 months, with standard deviation of 4.943. Physicians recognize that there should be a reduction in the time to make the diagnosis, and they point some suggestions: greater accessibility to specialist referral; development of training programs to health professionals, namely doctors from general practice.Universidade da Beira InteriorSequeira, Maria Cristina Fidalgo FernandesuBibliorumBraga, Beatriz Pavão2013-05-16T10:27:17Z2012-052012-05-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/1165porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:40Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1165Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:43:04.571613Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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