Avaliação das crises epiléticas como efeito adverso de medicamentos em idosos

• Autor(a) principal: Carrilho, Ana Margarida Rijo
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/13798
• topic: Crise Epilética; Epilepsia; Farmacovigilância; Idoso; Reação Adversa a Medicamentos; Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Ciências Farmacêuticas

O presente relatório encontra-se dividido em 3 capítulos, onde está descrita a minha investigação e a minha experiência profissionalizante para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas. O primeiro capítulo, intitulado “Avaliação das crises epiléticas como efeito adverso de medicamentos em idosos”, inclui um estudo das crises epiléticas como Reações Adversas a Medicamentos (RAM) em pessoas com mais de 65 anos, notificadas entre janeiro de 2000 e dezembro de 2021 para o Sistema Nacional de Farmacovigilância. Uma crise epilética é um processo caracterizado por uma alteração da regulação da atividade elétrica cerebral, apresentando descargas elétricas anómalas corticais e subcorticais. Tendo em conta todos os riscos associados às mesmas, estas são consideradas RAMs graves, especialmente numa população mais vulnerável como a população idosa. Os idosos, devido às alterações fisiológicas, farmacocinéticas e farmacodinâmicas causadas pelo envelhecimento, estão mais suscetíveis à ocorrência de RAM. A farmacovigilância tem um papel fundamental na deteção, avaliação, compreensão e prevenção de RAM em idosos, contribuindo para o aumento da segurança dos medicamentos na população idosa. De um total de 225 notificações foram eliminadas as notificações duplicadas, incompletas e as que não foi possível confirmar a ocorrência de crises epiléticas, englobando este estudo 54 notificações de crises epiléticas como RAMs. Foram avaliados vários parâmetros entre os quais a caracterização da população, o tipo de crises epiléticas reportados, os critérios de gravidade associados a cada notificação, a evolução das RAM, os efeitos adversos mais comumente notificados juntamente com as crises epiléticas, as classes farmacoterapêuticas dos medicamentos suspeitos, a prevalência de polimedicação, a qualificação do notificador e o número de notificações por ano. No estudo realizado foi possível constar que a taxa de notificações aumentou ao longo dos anos, existindo uma maior percentagem de notificação nos idosos jovens e uma menor tendência de notificação de RAM em idosos mais velhos. Na população inserida no estudo foi estimado que 38% da mesma é polimedicada acarretando mais risco de ocorrência de RAM. Os maiores notificadores deste estudo foram os Titulares de Autorização de introdução no Mercado (AIM), seguidos pelos médicos. Todas as RAM foram consideradas graves, sendo a maioria das notificações referentes a crises tónicoclónicas, os fármacos mais responsáveis por estas foram os que atuam no Sistema Nervoso Central (SNC) destacando-se os psicolépticos, os anti-infeciosos, os imunossupressores e as vacinas víricas. É importante haver um especial cuidado na administração de fármacos nos idosos, devendo a população idosa ser alvo de uma vigilância mais apertada, evitando assim os principais riscos associados à medicação nesta população. No segundo capítulo são abordadas as competências adquiridas e as atividades desempenhadas durante o estágio realizado em farmácia comunitária na Farmácia Romba, em Portalegre, no período de 6 de fevereiro a 28 de abril de 2023. O terceiro capítulo engloba a minha experiência no estágio em farmácia hospitalar, desenvolvido nos Serviços Farmacêuticos (SF) do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB), no período de 2 de maio de 2023 a 23 de junho de 2023.