Ofélia Marques (1902-1952): mulher artista no modernismo português. A menina Ophelia Cruz que é hoje Ofélia Marques

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Andreia Filipa Santos
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/127737
Resumo: O presente estudo concentra-se sobretudo na análise da vida e obra de Ofélia Marques, artista da segunda geração do modernismo português. Nascida no dia 14 de novembro de 1902, na freguesia de Santos-O-Velho em Lisboa, Ofélia Gonçalves Pereira da Cruz, matriculou-se em 1911 no Liceu Maria Pia em Lisboa, e teve o seu primeiro contacto com o desenho, neste liceu feminino. Concluiu essa etapa de aprendizagem em 1916, e em 1918, inscreveu-se na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Na Licenciatura de Filologia Românica, onde se matriculou, conheceu e foi colega de turma de Bernardo Loureiro Marques. Ofélia Marques estreou-se na cena artística em 1926, com ilustrações na secção infantil da Informação e no ABC-zinho, e com alguns trabalhos decorativos, no II Salão de Outono na S.N.B.A. em Lisboa. Até à década de 30, ilustrou ainda para o Casino, a Civilização, e Maria cotovia, o primeiro livro infantil de Maria Lamas. Importante foi a convivência com Bernardo Marques, com quem casou em 1924. Possivelmente por impulso próprio, a que certamente a influência de Bernardo Marques e dos meios artísticos modernos lisboetas não foi alheia, a partir dos anos 30, e nos que se seguiram, dedicou-se exclusivamente à prática artística. Concebeu inúmeras ilustrações, sobretudo, para histórias de universos infantojuvenis, publicadas tanto em periódicos, como em livros. Paralelamente, Ofélia Marques marcou presença, apresentando principalmente desenhos, mas também pinturas a óleo, em mais de uma dezena de exposições, contando com mostras gerais e de arte moderna. Entre elas salienta-se a 5ª. Exposição de Arte Moderna (1940), onde foi distinguida dos seus pares com o «Prémio Sousa Cardoso». Em fevereiro de 1952, esteve presente na Exposição dos Artistas Premiados pelo Secretariado Nacional da Informação. Faleceu no dia 17 de dezembro do mesmo ano. Postumamente, esteve representada em mais de uma vintena de exposições e, em algumas, com obras inéditas. De salientar também as referências à sua atividade e produções artísticas, espalhadas em semanários, jornais diários, mas sobretudo, em alguns estudos sobre a arte portuguesa contemporânea, em artigos científicos, e em ensaios de catálogos de exposições. Ambiciona-se com esta dissertação conseguir responder, de alguma maneira, aos apelos feitos para não deixá-la morrer duas vezes, como na Eva de 1967 e, em particular, pelos historiadores que sobre ela se têm dedicado a investigar. Mediante a apresentação e análise de novos dados e da problematização de novas questões sobre a sua vida e obra, pretende-se contribuir também, para que não continue a perdurar em segunda linha, ou até mesmo, em nenhuma, na historiografia de arte portuguesa do século XX.
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Ofélia Marques estreou-se na cena artística em 1926, com ilustrações na secção infantil da Informação e no ABC-zinho, e com alguns trabalhos decorativos, no II Salão de Outono na S.N.B.A. em Lisboa. Até à década de 30, ilustrou ainda para o Casino, a Civilização, e Maria cotovia, o primeiro livro infantil de Maria Lamas. Importante foi a convivência com Bernardo Marques, com quem casou em 1924. Possivelmente por impulso próprio, a que certamente a influência de Bernardo Marques e dos meios artísticos modernos lisboetas não foi alheia, a partir dos anos 30, e nos que se seguiram, dedicou-se exclusivamente à prática artística. Concebeu inúmeras ilustrações, sobretudo, para histórias de universos infantojuvenis, publicadas tanto em periódicos, como em livros. Paralelamente, Ofélia Marques marcou presença, apresentando principalmente desenhos, mas também pinturas a óleo, em mais de uma dezena de exposições, contando com mostras gerais e de arte moderna. Entre elas salienta-se a 5ª. 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Mediante a apresentação e análise de novos dados e da problematização de novas questões sobre a sua vida e obra, pretende-se contribuir também, para que não continue a perdurar em segunda linha, ou até mesmo, em nenhuma, na historiografia de arte portuguesa do século XX.This study focuses on the analysis of the life and art work of Ofélia Marques, artist of the second generation of Portuguese modernism. Ofélia Gonçalves Pereira da Cruz was born on November 14, 1902, in the civil parish of Santos-O-Velho, in Lisbon. In 1911, she enrolled at Lyceum Maria Pia in Lisbon, and had her first contact with drawing in the female school. She completed her studies in 1916, and in 1918, she entered the Faculty of Letters of the University of Lisbon. She attended the degree of Romance Philology, where she met Bernardo Loureiro Marques. Ofélia Marques made her debut in the portuguese art scene in 1926, with illustrations in the children’s column in the Informação and ABC-zinho, and with some decorative works, at the II Salão de Outono, at S.N.B.A. in Lisbon. Until the 1930s, she did illustrations for the Casino, the Civilização and Maria cotovia, the first children's book written by Maria Lamas. Her interaction with Bernardo Marques, whom she married in 1924, was important. Possibly on her own impulse, to which was certainly not unrelated the influence of Bernardo Marques and the modern artistic milieu in Lisbon, from the 1930s, and in the years that followed, she devoted herself exclusively to artistic practice. She conceived numerous illustrations, especially for stories of children universe, published both for the press and in books. At the same time, Ofélia Marques was presented in more than a dozen exhibitions, both in general and modern art exhibitions. Among them, the 5ª. Exposição de Arte Moderna (1940), where she was distinguished with the prize «Sousa Cardoso". In February 1952, she was present at the Exposição dos Artistas Premiados pelo Secretariado Nacional da Informação. She died on December 17 this same year. Posthumously, she was represented in about twenty exhibitions and, in some of them, with works seen for the first time. References to her activity and artistic productions are also to be noted in diaries but, above all, in some studies on contemporary Portuguese art, in scientific articles, and in essays of exhibition catalogues. This study aims to respond to the calls made not to let her die twice, as in Eva of 1967, and in particular by the historians who carried out some research on her work. By presenting and analyzing new facts, as well as by problematizing new questions about her life and art work, it is also intended to contribute to her not continuing to be present at a second line, or even at no line at all, in the historiography of the portuguese art of the twentieth century.Leandro, SandraSilva, Raquel Henriques daRUNSilva, Andreia Filipa Santos2022-09-06T00:31:21Z2021-09-062021-04-252021-09-06T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/127737TID:202783200porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:07:36Zoai:run.unl.pt:10362/127737Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:46:11.745267Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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