Racionalização irracional : uma crítica ao uso da teoria de Becker na Ciência Política

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Castro, Catarina de Brito Carreira Tello de
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/32451
Resumo: Gary S. Becker (1930-2014) dedicou toda a sua carreira científica ao aperfeiçoamento de uma teoria da maximização da utilidade que pudesse contemplar mais facetas humanas do que apenas meras manifestações de preferências pontuais, em contextos particulares. A inovação de Becker é a inclusão do factor do tempo no processo de formação de preferências, e é a partir daí que reinterpreta a mesma teoria. Desta forma, o seu entendimento de racionalidade passa pela pertinência da acção como resultado de um acumular de experiências. De acordo com esta ideia de somatório, é possível a predição daquilo que serão as (próximas) futuras escolhas tal como é possível compreender as presentes. O modelo que Becker propõe é bastante certeiro tendo em vista os seus resultados e é fundamentalmente útil para a economia familiar e pública. As preocupações que Becker levanta e que alicerçam esta dissertação prendem-se 1) com a ambiguidade com que usa a noção de racionalidade, 2) com a aleatoriedade moral e ética que decorre dessa ideia e, finalmente, 3) com a submissão da política a uma lógica económica complexa, autónoma e maior, abrindo um vazio naquilo que se pode pensar do Homem e das suas sociedades. A partir da obra Accounting for Tastes, abriremos a discussão destes pontos e faremos um caminho que começará na apresentação dos conceitos basilares da obra e que terminará nas conclusões políticas de base moral e ética que retiramos da sua leitura. O nosso objectivo será, assim, explorar a raiz de preocupações filosóficas e políticas maiores, como a Globalização e o homem da era tecnológica ou a falta de uma linguagem política autónoma e emancipada da economia. Pretendemos, então, que se leia Becker com um olhar filosófico e politicamente informado e não com um pendor técnico ou economicista.
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