Production of Gordonia alkanivorans strain 1B biomass in bioreactor and further application towards fossil fuels desulfurization

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pacheco, Marta Sofia Lopes
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/22590
Resumo: Tese de mestrado em Microbiologia Aplicada, apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Ciências, 2015
id RCAP_cc7e4dd7225425e291ce5746c38d4a45
oai_identifier_str oai:repositorio.ul.pt:10451/22590
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Production of Gordonia alkanivorans strain 1B biomass in bioreactor and further application towards fossil fuels desulfurizationBiodessulfurizaçãoEnxofrePetróleoGordonia alkanivorans estirpe 1BMinimização de meios de culturaBio-reatorTeses de mestrado - 2015Domínio/Área Científica::Ciências Naturais::Ciências BiológicasTese de mestrado em Microbiologia Aplicada, apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Ciências, 2015A população mundial tem vindo a crescer exponencialmente nos últimos 100 anos, maioritariamente nos países em desenvolvimento como a China ou a India. Estas populações continuam a usar o petróleo como fonte primária de combustível, esperando-se por isso um aumento da procura de 11,25% até 2035 (OPEC 2013). A descoberta da tecnologia necessária para a extração de crude de zonas de difícil perfuração revolucionou o mercado da energia, diminuindo o preço do barril de petróleo até valores históricos (U.S Energy Informaton Administration 2014). Contudo, crudes extraídos destes novos poços possuem na sua composição grandes quantidades de compostos de enxofre e outros contaminantes cuja remoção é extremamente complicada, sendo designados “crudes pesados”. A combustão dos petróleos e derivados leva à libertação destes compostos, para a atmosfera, podendo causar diversos problemas ambientais e de saúde. Desta forma, é imperativa a sua remoção, sendo que diversos países, tais como os Estados Unidos da América, a China e os países pertencentes à União Europeia, começaram a legislar de modo a restringirem a quantidade de enxofre presente nos produtos petrolíferos, exigindo a criação do chamado “ultra-low sulfur oil” (OPEC 2014). Hoje em dia, o processo utilizado nas refinarias para a remoção de enxofre dos crudes é a hidrodessulfurização (HDS). Este processo consiste na utilização de altas temperaturas e pressões e catalisadores de última geração para remover os compostos de enxofre. Contudo, compostos como o dibenzotiofeno (DBT), que são os grandes contribuidores para o enxofre presente nos crudes, são altamente recalcitrantes a este processo, uma vez que a molécula de enxofre se encontra rodeada por dois anéis benzénicos. Para a remoção destes compostos, a indústria desenvolveu a HDS profunda. Esta utiliza temperaturas e pressões mais elevadas que a HDS e catalisadores mais eficientes sendo também menos ecológica e mais dispendiosa (Klein 1999). Existe no entanto uma alternativa biológica à HDS profunda, a biodessulfurização (BDS). Esta é um processo biotecnológico equivalente à HDS, uma vez que remove o enxofre de compostos complexos. Nas últimas décadas, a BDS tem vindo a atrair atenções, visto que tem a capacidade de processar os combustíveis fósseis de uma forma amiga do ambiente. Esta dá-se a temperaturas e pressões iguais às ambientais e é efetuada por microrganismos que têm a capacidade de metabolizar compostos de enxofre (Soleimani et al. 2007; Alves & Paixão 2011). Neste estudo foi utilizada a bactéria Gordonia alkanivorans estirpe 1B. As espécies do género Gordonia são bastante atrativas para usos biotecnológicos, uma vez que, têm a capacidade de degradar inúmeros poluentes ambientais, tais como hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, alquilpiridinas, xenobióticos ou polímeros naturais. Têm também a capacidade de transformar ou sintetizar compostos orgânicos (transformação de esteroides e produção de carotenoides) (Linos et al. 1999; Harner et al. 2011; Grace Liu et al. 2011). A estirpe 1B já tinha sido descrita como tendo a capacidade de converter DBT em 2-HBP (2-hidroxibifenil) por Alves et al. (2005). Foi igualmente demonstrado, por Alves (2007), que a bactéria em questão possui, à semelhança de Rodococcus erythropolis (uma espécie até então muito utilizada em ensaios de dessulfurização), um operão dsz, composto pelos genes dszA, dszB e dszC que codificam as proteínas necessárias para que a célula consiga dessulfurizar. Alves & Paixão (2014b) identificaram também outra característica metabólica interessante na estirpe 1B, nomeadamente o fato de esta crescer preferencialmente utilizando frutose como fonte de carbono. Este comportamento é raro em bactérias, contudo abriu uma nova linha de investigação em que se deu prioridade à pesquisa de fontes de carbono alternativas, ricas em frutose (nomeadamente resíduos agroindustriais), tais como melaço de cana, medronho, alfarroba ou tubérculos de tupinambo (Silva 2012; Silva et al. 2012; Alves & Paixão 2014a; Silva et al. 2015). Todas estas fontes de carbono alternativas produziram melhores resultados de dessulfurização quando comparadas com fontes ricas em glucose, contudo, o sumo de tupinambo (JAJ) foi o melhor, de entre as fontes alternativas ricas em frutose testadas (Silva 2012). Os tubérculos de tupinambo são ricos em inulina, um frutano linear composto por um número variável de moléculas de frutose unidas por ligações β (2 →1) com uma molécula de glucose no final, ligada à cadeia de frutoses por uma ligação α (1 → 2). A inulina é solúvel em água e pode ser facilmente hidrolisada (através de hidrólise ácida ou enzimática), libertando frutose (até 95%) e glucose (Silva 2012; Paixão et al. 2013). Por estas razões, o JAJ foi escolhido como a fonte de carbono alternativa a ser utilizada neste trabalho. Sendo que a BDS é mais eficiente e menos dispendiosa que a HDS profunda, pode ser utilizada nas refinarias como um complemento à HDS de maneira a produzir combustíveis com muito baixo teor de enxofre (Alves et al. 2015). Quando implementada, esta técnica vai diminuir os problemas ambientais levantados pela HDS, reduzindo a emissão de CO2, a produção de resíduos e o consumo de energia. Tudo isto se traduz em menos capital investido (dois terços do capital necessário para a HDS) e menos custos operacionais (Vazquez-Duhalt et al. 2002; Alves et al. 2015). O processo de BDS pode ainda beneficiar da produção simultânea de produtos de alto valor acrescentado, que podem ser valorizados através de outros processos industriais (De Miguel et al. 2000; De Miguel et al. 2001; Veiga-Crespo et al. 2012; Bandyopadhyay & Chowdhury 2014). Este trabalho, teve como objetivo principal a minimização do meio de cultura utilizado para o crescimento da bactéria Gordonia alkanivorans estirpe 1B (meio mínimo sem sulfatos/meio SFM). Para isso, avaliou-se quais os componentes do meio mais importantes para o crescimento e desenvolvimento celular, tendo sido selecionados para minimização a fonte de azoto (NH4Cl), a fonte de magnésio (MgCl2.6H20) e a solução de micronutrientes (TES), primeiro em frasco agitado e de seguida em cultura em contínuo. O azoto (N) é um grande interveniente no crescimento celular e um dos nutrientes necessários à vida como a conhecemos. Faz parte da composição de aminoácidos, ácidos nucleicos e enzimas/coenzimas e no meio mínimo utilizado para crescer a bactéria G. alkanivorans é o nutriente utilizado em maior concentração (1,22 g.l-1), sem contar com a fonte de carbono (Singh 1971; Alves et al. 2015). Portanto, para minimizar a quantidade de fonte de azoto foram testadas diversas formulações do SFM com concentrações decrescentes de NH4Cl (F#1 – 100%, F#2 – 75%, F#3 – 50% e F#4 – 25%). Os resultados obtidos mostraram que o crescimento foi grandemente afetado tanto com F#4 como com F#3. Nestes dois casos não houve consumo total dos açúcares fornecidos, provando que a quantidade de azoto era insuficiente. Contudo, com F#2, a curva de crescimento foi semelhante à produzida pelo controlo F#1, ocorrendo o consumo total dos açúcares. No que toca à dessulfurização, quando crescida com a F#1, a cultura conseguiu obter uma taxa máxima específica de produção de 2-HBP (q2-HBP) de 2,5 μmol.g-1(peso seco).h-1, com consumo total do DBT fornecido. Mas, com a diminuição da concentração de azoto, a q2-HBP foi também decrescendo, atingindo um valor de 2,4 μmol.g-1(peso seco).h-1 no crescimento com F#2; 2,3 μmol.g-1(peso seco).h-1 no crescimento com F#3; e 1,4 μmol.g-1(peso seco).h-1 no crescimento com F#4. Nestas três condições testadas não ocorreu o consumo total do DBT fornecido, indicando que a concentração de azoto utilizada não foi suficiente. Contudo, o facto de o crescimento ter ocorrido normalmente com a F#2 indica que esta está muito próxima da concentração mínima necessária à célula, portanto 75% <fonte de N mínima <100%. Quanto ao magnésio (Mg), este foi escolhido como um dos elementos do meio a minimizar pois é essencial à divisão celular e é um interveniente especialmente importante para bactérias gram-positivas, uma vez que faz parte da estrutura do peptidoglicano (Webb 1939). Ao testar-se concentrações decrescentes de MgCl2.6H20 (F#1 – 100%; F#5 – 75%; F#6 – 50%; F#7 – 25%), foi possível observar que não houve alterações significativas nem no perfil de crescimento (sendo a absorvância a 600 nm (OD600nm) semelhante para todas as formulações testadas), nem no consumo de açúcares. Contudo, em termos de dessulfurização, verificou-se um comportamento interessante. A diminuição da concentração de magnésio levou a um aumento significativo da q2-HBP de 2,5 μmol.g-1(peso seco).h-1 (F#1) para 2,8 μmol.g-1(peso seco).h-1 (F#5); 3,0 μmol.g-1(peso seco).h-1 (F#6); e 3,4 μmol.g-1(peso seco).h-1 (F#7). Este resultado indica que o magnésio pode inibir, de certa forma, a dessulfurização, de tal modo que a diminuição da concentração utilizada faz com que esta aumente significativamente. O último componente do meio testado foi a solução de micronutrientes (TES). Esta solução é composta por minerais como ferro, zinco, molibdénio, manganésio ou cobalto (Alves & Paixão 2014b). Estes micronutrientes fazem parte da estrutura das proteínas celulares e funcionam muitas vezes como cofatores (Majzlik et al. 2011; Kirsch & Eitinger 2014). Neste caso, as concentrações testadas anteriormente (F#8 – 75%, F#9 – 50% e F#10 – 25%) não foram suficientes para se observar diferenças quer no crescimento, quer no consumo de açúcares, quer em termos de dessulfurização. Testaram-se então concentrações mais baixas, nomeadamente, 5% (F#11), 2,5% (F#12) e 0% (F#13). Com estas concentrações já foi possível observar alterações nos parâmetros avaliados. Com F#11, as células foram capazes de consumir toda a fonte de carbono fornecida, contudo, só o fizeram após 118 horas de crescimento. Relativamente às restantes concentrações, verificou-se que não houve conclusão do crescimento visto não ter ocorrido o consumo total da fonte de carbono. Quanto à dessulfurização, o consumo total do DBT foi atingido em todos os frascos, exceto na ausência de TES. Para F#8, F#9 e F#10, a q2-HBP foi mais elevada que o controlo, sendo que nas restantes concentrações testadas foi quase duas vezes mais baixa. A informação obtida nos diferentes ensaios em frasco agitado permitiu a minimização das concentrações dos três componentes essenciais presentes na formulação original do meio, sem afetar negativamente o crescimento celular e ainda melhorando a dessulfurização. Estes resultados permitiram desenvolver o meio SFM minimizado, ao qual se denominou “meio SFMM”, consistindo em 85% N (estipulado através de uma extrapolação baseada nos resultados do consumo de açúcares e desulfurização), 25% Mg e 25% TES. De seguida, o meio SFMM e o meio SFM foram testados com duas fontes de carbono distintas: frutose + glucose e JAJ precipitado (JAJp). Em geral, estes ensaios demostraram que, independentemente da fonte de carbono utilizada, a utilização do meio minimizado (meio SFMM) aumentou a dessulfurização pela estirpe 1B, em comparação com o respetivo controlo (meio SFM). Este facto foi de encontro ao esperado, uma vez que a minimização do Mg e do TES fez com que a q2-HBP fosse mais elevada. A estirpe 1B foi capaz de crescer normalmente no meio minimizado e não foram observados efeitos de sinergia negativos entre os compostos do meio. Comparando os resultados por fonte de carbono é possível observar, no entanto, que para ambos os meios (SFM e SFMM), as taxas máximas de crescimento (μmax) e a dessulfurização (q2-HBP) foram mais baixas quando o JAJp foi utilizado como fonte de carbono. Isto pode ser o resultado de um efeito inibitório causado pelo cloreto de bário utilizado durante a precipitação dos sulfatos. Para a BDS ser integrada nas refinarias, a produção de biomassa deverá ocorrer num quimiostato trabalhando em modo contínuo (Pacheco 1999). Este sistema tem a vantagem de permitir o controlo total sobre diversos parâmetros da cultura, tais como a temperatura, a agitação, o pH, o arejamento e a velocidade a que o meio de cultura entra no quimiostato. Tendo isto em conta, o passo seguinte consistiu na adaptação do SFMM (anteriormente otimizado em frasco agitado) para uso em quimiostato. Sendo que este trabalho tem como base a minimização de custos do processo, foi igualmente desenvolvido um quimiostato de baixo custo. Neste, foi efetuado um “screening” à concentração de azoto, uma vez que tinha ficado estipulado no ensaio de frasco que a concentração ótima seria um valor entre 75-100%. Tal como foi observado no ensaio em frasco agitado, os parâmetros analisados foram melhores com o aumento da concentração de azoto. Ensaios de citometria de fluxo foram efetuados de modo a perceber o estado fisiológico das células crescidas com as diferentes concentrações de azoto. Foi possível observar que com menos de 100% de azoto, a percentagem de células com a membrana comprometida aumenta, sendo que as percentagens de células metabolicamente inativas ou mortas mantêm-se constantes. Um dos parâmetros que pode ser utilizado para calcular a concentração ótima de NH4Cl é a taxa de produção de biomassa (BPR). Fazendo uma regressão polinomial da BPR = f (concentração de N) foi possível interpolar que 90% seria a concentração mais acertada, uma vez que o valor da BPR foi muito semelhante ao obtido com o 100%. Desenhado o meio SFMM para quimiostato (meio SFMMR), consistindo em 90% N, 25% Mg e 25% TES, este foi testado com duas fontes de carbono: frutose + glucose versus JAJ para a produção de biocatalizadores. A taxa de diluição foi de 0,065 h-1 para crescimentos com fontes comerciais e 0,045 h-1 para crescimentos com JAJ (fonte alternativa de carbono), com base nos resultados previamente obtidos em frasco agitado. Comparando os dados metabólicos das duas culturas em estado estacionário SS#5 e SS#6 (SS#5 – SFMMR + (Frutose + Glucose); SS#6 – SFMMR + JAJ concentrado/JAJc), é possível observar que a cultura SS#5 apresenta uma produção de biomassa (3,97 g.l-1) superior à da cultura SS#6 (3,10 g.l-1), sendo estes resultados consistentes com os restantes parâmetros metabólicos associados ao crescimento (OD600nm, biomassa, taxa de produção de biomassa, taxas de consumo de açúcares, qFru, qGlu). Contudo, esta diferença de 1,7 vezes pode estar associada às diferenças na taxa de diluição, sendo que, no SS#5 foi 0,065 h-1 e no SS#6 foi de 0,045 h-1 o que pode levar à produção de células metabolicamente mais ativas. Quanto aos resultados obtidos para a recuperação de carbono (CR), a eficiência da conversão de carbono (CCE) e o rendimento celular (Yx/s), verificou-se que são muito semelhantes para ambas as culturas, demonstrando um comportamento similar das células crescidas no meio minimizado, apesar da utilização de uma fonte de carbono diferente. O meio SFMMR também permitiu o consumo total da fonte de carbono (e por consequência de todos os nutrientes do meio) em ambas as culturas SS, permitindo obter um q2-HBP de 2,90 μmol.g-1(peso seco).h-1 para o SS#5 e um q2-HBP de 12,23 μmol.g-1(peso seco).h-1 para o SS#6, sendo este último 4 vezes superior ao obtido com o meio SFMMR com a fonte de carbono comercial (Frutose + Glucose). Os resultados obtidos recorrendo à citometria de fluxo demonstraram que em ambos os SS, as células se encontram maioritariamente saudáveis, sendo a percentagem de células viáveis aproximadamente 93% tanto para a cultura SS#5, como para a cultura SS#6. Desta forma, os resultados metabólicos e fisiológicos apontam para as células da cultura SS#6 (SFMMR + JAJc) como sendo os biocatalizadores otimizados e mais eficientes em termos de custos e em termos de produtividade (biodessulfurização). A taxa de dessulfurização obtida com este meio foi igualmente 2,4 vezes superior à obtida por Silva (2012) utilizando células da estirpe 1B crescidas em JAJp (q2-HBP = 5,06 μmol.g-1(peso seco).h-1). Para melhor compreender as diferenças observadas em termos de dessulfurização, utilizou-se a técnica de PCR em tempo real para analisar a expressão dos genes dszA, dszB e dszC. Analisando os resultados observou-se uma grande diminuição na expressão dos genes dszB e dszA no caso da cultura SS#5 (SFMMR + Frutose + Glucose), em comparação com a cultura SS#6 (SFMMR + JAJc). Estes resultados podem explicar a diferença entre taxas de dessulfurização, uma vez que a expressão dos genes necessários à via não está a ocorrer na mesma proporção. Numa refinaria, as células de G. alkanivorans estirpe 1B vão ter que dessulfurizar petróleo, que é rico em diferentes espécies de tiofenos (onde está incluído o DBT). À escala laboratorial, o crude pode ser mimetizado utilizando uma mistura de tiofenos dissolvidos num solvente orgânico (combustível modelo). Desta forma testou-se o desempenho de células provenientes do quimiostato, crescidas com SFMMR + JAJc (cultura SS#6), a dessulfurizar um combustível modelo. Os resultados obtidos indicam que as células foram capazes de dessulfurizar 500 μM de uma mistura de DBT e derivados de DBT em apenas 72 h, sendo que ao final deste tempo já só são observáveis os produtos da dessulfurização. De modo a viabilizar economicamente todo este processo é necessário aproveitar produtos secundários que a célula possa produzir. No caso da bactéria utlizada neste estudo, durante o crescimento, são produzidos pigmentos (entre outros produtos secundários) que podem ser aproveitados após a dessulfurização. Neste contexto, os pigmentos produzidos pela estirpe 1B foram extraídos de células de ambos os crescimentos em quimiostato (culturas SS#5 e SS#6), antes e após a dessulfurização. Após a sua identificação em HPLC, observou-se que os pigmentos obtidos são principalmente da família dos carotenoides, sendo que dos vários picos observados, houve correspondência para a astaxantina, luteína e cantaxantina. Os resultados obtidos demonstram que as células exaustas (SS#5-postBDS; SS#6-postBDS) produziram maiores quantidades dos carotenoides identificados (luteína, astaxantina e cantaxantina) do que as células frescas (SS#5-preBDS; SS#6-postBDS). A luteína foi o carotenoide mais abundante, tanto para as células pré-dessulfurização como para as células pós-dessulfurização de ambos os estados estacionários. Estes resultados também demonstraram um perfil de carotenoides diferente para as células produzidas no SS#5 e no SS#6. As células produzidas no SS#5-postBDS atingiram uma produção total de pigmentos de 265 μg.g-1(peso seco), enquanto que as células produzidas no SS#6 obtiveram uma produção total de pigmentos de 334 μg.g-1(peso seco). Como a dessulfurização do DBT melhorou a produção generalizada de todos os pigmentos, a exploração destes produtos de alto valor acrescentado a partir das células exaustas pode estar associada ao processo de biodessulfurização, como um fator determinante ao seu equilíbrio económico (Paixão et al. 2016). A biodessulfurização é um passo importante para tornar o processo de tratamento de crudes um pouco mais ecológico e amigo do ambiente. Este trabalho permitiu a redução dos componentes do meio de cultura necessário para o crescimento da estirpe 1B e levando ao aumento da capacidade de dessulfurização dos biocatalizadores utilizados na biodessulfurização de combustíveis fósseis e à redução do custo associado à sua produção.Biodesulfurization is an eco-friendly process for the production of ultra-low sulfur fuels. Optimization studies towards the integration of this technology in a petroleum refinery are an important focus of research. The main goal of this study consisted on the minimization of the sulfur free mineral (SFM) medium for the maximum production of efficient desulfurizing biocatalysts (Gordonia alkanivorans active cells) taking into account the lowest operational costs. In this context, a series of assays, first in shake-flask and then in chemostat, were carried out to develop and optimize a culture medium containing minimal amounts of Nitrogen and Magnesium sources and TES (trace elements solution). The shake-flask minimization assays allowed the design of a SFMM (SFM minimum) medium containing 75-100% Nitrogen source, 25% Magnesium source and 25% TES, which permitted enhanced desulfurization in comparison with control medium (SFM). This combined reduction was then applied to the SFM reactor medium and the culture conditions were optimized in chemostat assays. After screening for the minimal amount of Nitrogen source using a low-cost bioreactor, the established SFMMR (SFMM reactor) medium was 90% NH4Cl, 25% MgCl2 and 25% TES. This SFMMR medium was tested in two additional continuous cultures and adjusted in order to obtain the maximum yield of biocatalysts (strain 1B resting cells). The use of Jerusalem artichoke juice concentrate as the single carbon source caused a 4-fold increase in desulfurization capability of the biocatalysts (maximum specific 2-hidroxybiphenyl production rate = 12.2 μmol.g-1(dry cell weight).h-1). These results were consistent with the Real Time-PCR analysis, which showed a higher expression of the overall desulfurization genes (dszA, dszB, dszC) in these biocatalysts. Furthermore, these biocatalysts were also capable of total desulfurization of a model oil, with the exhausted biomass producing 334 μg.g-1(dry cell weight) of high added-value carotenoids, highlighting their potential towards a cost-effective industrial scale-up.Alves, LuísReis, AnaRepositório da Universidade de LisboaPacheco, Marta Sofia Lopes2017-11-15T01:30:13Z201520152015-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/22590TID:201373866enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:09:55Zoai:repositorio.ul.pt:10451/22590Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:40:09.126864Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Production of Gordonia alkanivorans strain 1B biomass in bioreactor and further application towards fossil fuels desulfurization
title Production of Gordonia alkanivorans strain 1B biomass in bioreactor and further application towards fossil fuels desulfurization
spellingShingle Production of Gordonia alkanivorans strain 1B biomass in bioreactor and further application towards fossil fuels desulfurization
Pacheco, Marta Sofia Lopes
Biodessulfurização
Enxofre
Petróleo
Gordonia alkanivorans estirpe 1B
Minimização de meios de cultura
Bio-reator
Teses de mestrado - 2015
Domínio/Área Científica::Ciências Naturais::Ciências Biológicas
title_short Production of Gordonia alkanivorans strain 1B biomass in bioreactor and further application towards fossil fuels desulfurization
title_full Production of Gordonia alkanivorans strain 1B biomass in bioreactor and further application towards fossil fuels desulfurization
title_fullStr Production of Gordonia alkanivorans strain 1B biomass in bioreactor and further application towards fossil fuels desulfurization
title_full_unstemmed Production of Gordonia alkanivorans strain 1B biomass in bioreactor and further application towards fossil fuels desulfurization
title_sort Production of Gordonia alkanivorans strain 1B biomass in bioreactor and further application towards fossil fuels desulfurization
author Pacheco, Marta Sofia Lopes
author_facet Pacheco, Marta Sofia Lopes
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Alves, Luís
Reis, Ana
Repositório da Universidade de Lisboa
dc.contributor.author.fl_str_mv Pacheco, Marta Sofia Lopes
dc.subject.por.fl_str_mv Biodessulfurização
Enxofre
Petróleo
Gordonia alkanivorans estirpe 1B
Minimização de meios de cultura
Bio-reator
Teses de mestrado - 2015
Domínio/Área Científica::Ciências Naturais::Ciências Biológicas
topic Biodessulfurização
Enxofre
Petróleo
Gordonia alkanivorans estirpe 1B
Minimização de meios de cultura
Bio-reator
Teses de mestrado - 2015
Domínio/Área Científica::Ciências Naturais::Ciências Biológicas
description Tese de mestrado em Microbiologia Aplicada, apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Ciências, 2015
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015
2015
2015-01-01T00:00:00Z
2017-11-15T01:30:13Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10451/22590
TID:201373866
url http://hdl.handle.net/10451/22590
identifier_str_mv TID:201373866
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799134309322326016