Competitividade e défice externo da economia portuguesa
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/7695 |
Resumo: | A actual crise económica que Portugal enfrenta é o resultado do acumular de excessos públicos e privados financiados até então com dívida, essencialmente, externa. Este nível de endividamento assume maior representatividade pelo facto de não ter sido compensado por um crescimento económico igualmente proporcional. Portanto, é vital fomentar o crescimento económico futuro, não só para reduzir o peso da dívida, mas também para uma maior sustentabilidade financeira. Assim, a primeira questão que se coloca é: como que se potencia o crescimento económico? Uma das formas de o conseguir é seguramente através do aumento da competitividade. A competitividade, num âmbito geral, é essencial não só para o aumento das exportações e crescimento das empresas, mas também para a atractividade de investimento, para a criação de emprego, e para um maior bem-estar social de um país. Desta forma, a principal motivação desta dissertação foi analisar e identificar que factores contribuíram para a deterioração da competitividade e condicionaram o progresso da economia portuguesa nos últimos 15 anos. Para tal, efectuou-se uma análise evolutiva de variáveis sustentadas pela literatura como determinantes da competitividade externa. Posteriormente, procedeu-se a estimações pelo método dos Mínimos Quadrados Ordinários para analisar que variáveis influenciaram a deterioração do défice externo e da competitividade externa portuguesa nos períodos considerados, pois a persistência de elevados défices externos é suportada pela literatura como o indicador mais evidente de perda de competitividade externa e de desequilíbrios macroeconómicos a longo-prazo. Os resultados obtidos nas estimações permitem concluir que, nos períodos analisados, o preço do petróleo, o efeito Balassa-Samuelson e a taxa de câmbio real deflacionada pelos custos unitários do trabalho possuem uma relação negativa com o saldo da balança de conta corrente, ou seja, um aumento destas variáveis contribuiu para um agravamento do défice externo, e, assim, para a deterioração da competitividade externa. Inversamente, as variáveis crédito ao sector privado não-financeiro e flexibilidade salarial possuem uma relação positiva com o saldo da balança de conta corrente, ou seja, uma deterioração destas variáveis contribuiu para o agravamento do défice externo e da competitividade externa. |
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A competitividade, num âmbito geral, é essencial não só para o aumento das exportações e crescimento das empresas, mas também para a atractividade de investimento, para a criação de emprego, e para um maior bem-estar social de um país. Desta forma, a principal motivação desta dissertação foi analisar e identificar que factores contribuíram para a deterioração da competitividade e condicionaram o progresso da economia portuguesa nos últimos 15 anos. Para tal, efectuou-se uma análise evolutiva de variáveis sustentadas pela literatura como determinantes da competitividade externa. Posteriormente, procedeu-se a estimações pelo método dos Mínimos Quadrados Ordinários para analisar que variáveis influenciaram a deterioração do défice externo e da competitividade externa portuguesa nos períodos considerados, pois a persistência de elevados défices externos é suportada pela literatura como o indicador mais evidente de perda de competitividade externa e de desequilíbrios macroeconómicos a longo-prazo. Os resultados obtidos nas estimações permitem concluir que, nos períodos analisados, o preço do petróleo, o efeito Balassa-Samuelson e a taxa de câmbio real deflacionada pelos custos unitários do trabalho possuem uma relação negativa com o saldo da balança de conta corrente, ou seja, um aumento destas variáveis contribuiu para um agravamento do défice externo, e, assim, para a deterioração da competitividade externa. Inversamente, as variáveis crédito ao sector privado não-financeiro e flexibilidade salarial possuem uma relação positiva com o saldo da balança de conta corrente, ou seja, uma deterioração destas variáveis contribuiu para o agravamento do défice externo e da competitividade externa.The current economic crisis that Portugal is facing is the result of the accumulation of public and private imbalances that were mainly supported by external debt. This level of indebtedness becomes even more alarming and unsustainable because it has not been offset by an equally proportional economic growth. It is therefore essential to promote future economic growth, not only to reduce the debt burden, but also to ensure financial sustainability. Therefore, the first question that arises is how to enhance economic growth? One way to achieve this is certainly through improving external competitiveness. Competitiveness, in a general context, is essential not only to increase exports and enterprise’s growth, but also to enhance the attractiveness of investment, job creation, and thus to a more sustainable economic welfare of a country . Thus, the main motivation of this dissertation is to analyze and identify factors that contributed to the deterioration of competitiveness and conditioned the progress of the Portuguese economy in the last 15 years. With this purpose was made an evolutive analysis in order to verify a series of variables supported by the literature as determinants of external competitiveness. Afterwards, we proceeded to estimates through the method of Ordinary Least Squares in order to analyze variables that influenced the deterioration of Portugal’s external deficit and external competitiveness. Once the persistence of high levels of external deficits is supported by the literature as the most obvious indicator of loss of external competitiveness and macroeconomic imbalances unsustainable in the long term. From the results obtained in the estimations we conclude that in the periods analyzed oil prices, Balassa-Samuelson effect and the real effective exchange rate deflated by unit labor costs have a negative relationship with the current account balance, i.e., an increase in these variables contributed to a higher external deficit, and thus to the deterioration of external competitiveness. On the other hand, the variables credit to the private sector and wage flexibility have a positive relationship with the current account balance, i.e., a deterioration of these variables contributed to higher external deficits and external competitiveness deterioration.Universidade de Aveiro2013-12-06T15:48:57Z2011-12-12T00:00:00Z2011-12-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/7695porFerreira, José Manuel da Rochainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:13:25Zoai:ria.ua.pt:10773/7695Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:45:19.638179Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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