Traumatismos crânio-encefálicos na Beira Interior: sequelas neurológicas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/856 |
Resumo: | Introdução: O traumatismo crânio-encefálico (TCE) é responsável pela maioria da morbilidade e mortalidade pós-traumática(1-5). É difícil calcular com precisão os números relativos ao TCE, por dificuldades com classificação e algumas sequelas não serem rapidamente aparentes(6-7). O síndrome pós concussão parece ocorrer em 50% dos doentes que sofrem TCE ligeiro(9-11). Sabe-se pouco da morbilidade a longo prazo. Este estudo tem como objectivos a análise descritiva dos TCE que recorreram ao Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) no ano de 2006, avaliar a longo prazo a frequência de sequelas neurológicas (cefaleias, défice cognitivo e ansiedade entre outras), a perda de qualidade de vida e das funções nervosas superiores (FNS) e alterações de personalidade após TCE nestes doentes. Materiais e Métodos: Este estudo apresenta dois componentes: retrospectivo (Grupo 60) – recolha de dados dos episódios de 60 doentes com TCE em 2006 através do processo clínico; prospectivo (Grupo 22) – consulta de seguimento em Março de 2010 a 22 desses doentes para estudo. Análise estatística: procedeu-se a análise descritiva dos dados de ambos os grupos e procurou-se estabelecer uma relação entre cada variável em estudo com as sequelas do TCE, considerada estatisticamente significativa quando p<0,05. Resultados: Grupo 60 – A população em estudo é idosa (mediana=69,5 anos) e 48,3% têm antecedentes pessoais importantes. A maioria dos TCE foram leves (escala de Glasgow) e associados a queda. Neste grupo o tempo de internamento para “Apenas TCE” foi mais curto. O Grupo 22 é semelhante ao Grupo 60 na maioria dos parâmetros. Os doentes foram vistos em média 44,7 meses após o TCE (desvio padrão=3,2) e referiam grande variedade de alterações que atribuíam ao TCE – cefaleias (54,5%), ansiedade (50%) e alterações das FNS (54,5%). 36,4% eram alcoólicos. A análise estatística sugere que a perda de conhecimento neste grupo se relaciona negativamente com cefaleias mas não foi possível relacionar outras variáveis dependentes. Conclusões: No ano de 2006 os doentes com TCE que recorreram ao CHCB eram maioritariamente idosos, com a presença de comorbilidades e que parecem ter um maior tempo de internamento. Apresentam uma miríade de sequelas, provavelmente associadas ao TCE. As sequelas mais frequentes foram cefaleia em 54,5%, alterações das FNS – memória, raciocínio ou fala em 54,5% e ansiedade em 50%. Parece haver uma relação negativa entre a perda de conhecimento na altura do TCE e as cefaleias. |
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Traumatismos crânio-encefálicos na Beira Interior: sequelas neurológicasTraumatismo crânio-encefálicoTraumatismo crânio-encefálico - Factores de riscoTraumatismo crânio-encefálico - SequelasTraumatismo crânio-encefálico - PrognósticoSíndrome pós-concussãoIntrodução: O traumatismo crânio-encefálico (TCE) é responsável pela maioria da morbilidade e mortalidade pós-traumática(1-5). É difícil calcular com precisão os números relativos ao TCE, por dificuldades com classificação e algumas sequelas não serem rapidamente aparentes(6-7). O síndrome pós concussão parece ocorrer em 50% dos doentes que sofrem TCE ligeiro(9-11). Sabe-se pouco da morbilidade a longo prazo. Este estudo tem como objectivos a análise descritiva dos TCE que recorreram ao Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) no ano de 2006, avaliar a longo prazo a frequência de sequelas neurológicas (cefaleias, défice cognitivo e ansiedade entre outras), a perda de qualidade de vida e das funções nervosas superiores (FNS) e alterações de personalidade após TCE nestes doentes. Materiais e Métodos: Este estudo apresenta dois componentes: retrospectivo (Grupo 60) – recolha de dados dos episódios de 60 doentes com TCE em 2006 através do processo clínico; prospectivo (Grupo 22) – consulta de seguimento em Março de 2010 a 22 desses doentes para estudo. Análise estatística: procedeu-se a análise descritiva dos dados de ambos os grupos e procurou-se estabelecer uma relação entre cada variável em estudo com as sequelas do TCE, considerada estatisticamente significativa quando p<0,05. Resultados: Grupo 60 – A população em estudo é idosa (mediana=69,5 anos) e 48,3% têm antecedentes pessoais importantes. A maioria dos TCE foram leves (escala de Glasgow) e associados a queda. Neste grupo o tempo de internamento para “Apenas TCE” foi mais curto. O Grupo 22 é semelhante ao Grupo 60 na maioria dos parâmetros. Os doentes foram vistos em média 44,7 meses após o TCE (desvio padrão=3,2) e referiam grande variedade de alterações que atribuíam ao TCE – cefaleias (54,5%), ansiedade (50%) e alterações das FNS (54,5%). 36,4% eram alcoólicos. A análise estatística sugere que a perda de conhecimento neste grupo se relaciona negativamente com cefaleias mas não foi possível relacionar outras variáveis dependentes. Conclusões: No ano de 2006 os doentes com TCE que recorreram ao CHCB eram maioritariamente idosos, com a presença de comorbilidades e que parecem ter um maior tempo de internamento. Apresentam uma miríade de sequelas, provavelmente associadas ao TCE. As sequelas mais frequentes foram cefaleia em 54,5%, alterações das FNS – memória, raciocínio ou fala em 54,5% e ansiedade em 50%. Parece haver uma relação negativa entre a perda de conhecimento na altura do TCE e as cefaleias.Introduction: Traumatic brain injury (TBI) is responsible for most morbidity and mortality after trauma(1-5) . It is difficult to estimate accurately the numbers of TBI, because of difficulties with classification and some sequels are not readily apparent(6-7). The post concussion syndrome appears to occur in 50% of patients who suffer mild TBI(9-11). Little is known of the long-term morbidity. The aims of this study are to make a descriptive analysis of TBI that used the Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) in 2006, to assess the longterm frequency of neurological sequelae (headache, cognitive impairment and anxiety among others), the loss of quality of life and higher nervous functions (HNF) and personality changes after TBI in these patients. Materials and Methods: This study has two components: retrospective (Group 60) - data collection of episodes from 60 patients with TBI in 2006 from the clinical process; prospective (Group 22) - follow-up visit in March 2010 – 22 of the 60 patients to study. Statistical analysis: it was a descriptive analysis of data from both groups and an attempt was made to establish a relationship between each variable in the study with the sequelae of TBI, considered statistically significant when p <0.05. Results: Group 60 - The study population is old (median = 69.5 years) and 48.3% have a personal history which is important. Most were mild TBI (Glasgow scale) and associated to falls. In this group the time of hospitalization for "Just TBI" was shorter. The Group 22 is similar to Group 60 in most parameters. Patients were seen on average 44.7 months after TBI (standard deviation=3.2) and reported a wide variety of changes which they attributed to the TBI - headache (54.5%), anxiety (50%) and changes of HNF (54.5%). 36.4% were alcoholics. Statistical analysis suggests that the loss of consciousness in this group is related negatively with headache but it was not possible to relate with other dependent variables. Conclusions: In 2006 patients with TBI who resorted to CHCB were mostly elderly, with the presence of comorbidities and who seem to have a longer hospital stay. They present a myriad of sequels, probably associated with TBI. The more frequent sequelae were headache in 54.5%, changes in HNF - memory, reasoning or speech in 54.5% and anxiety in 50%. There seems to be a negative relationship between the loss of consciousness at the time of TBI and headache.Universidade da Beira InteriorPatto, Maria da Assunção Morais e Cunha VazuBibliorumReis, Daniel José de Oliveira2012-12-14T15:16:25Z2010-062010-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/856porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:14Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/856Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:42:50.606454Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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