Administração subcutânea de bortezomib: evolução no tratamento do mieloma múltiplo: a experiência do HFF

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, R
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Gomes, F
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.10/1522
Resumo: Introdução: O Mieloma Múltiplo representa 1% das neoplasias malignas humanas. Na última década as novas terapêu- ticas tiveram relevante impacto no aumento da sobrevivência. O bortezomib constitui uma das novas opções de tratamento, no entanto as neuropatias constituem as toxicidades limitantes de dose e podem impedir a optimização dos resultados. A administração subcutânea (SC) de bortezomib, foi aprovada pela European Medicines Agency (EMA) em Setembro de 2012 e constitui uma das estratégias para reduzir a incidência de neuropatias (NP) em relação à administração endovenosa tradi- cional. É usado no Hospital Fernando Fonseca (HFF) desde Fevereiro de 2012 após aprovação institucional. Material e Métodos: Estudo retrospectivo comparativo, unicêntrico, após revisão do processo clínico de 43 doentes, 28 tratados com bortezomib endovenoso (EV) e 21 com bortezomib SC, em 6 comutou-se para bortezomib SC. Administradas 497 inoculações. A administração foi protocolada: técnica de preparação do inóculo, modo de administração, registo indi- vidualizado, monitorização e intervenção precoce em reacções acessórias (RA). Avaliou-se a segurança: RA em relação com técnica de administração e RA sistémicas associadas a toxicidade aguda ou cumulativa. Resultados: Análise de segurança em 497 inoculações de bortezomib SC, realizadas em 21 doentes em 18 meses consecu- tivos. Feita análise comparada com o histórico para o bortezomib EV. Identificadas como RA locais rash máculo-eritematoso no local do inóculo, com regressão em 95% dos casos até às 72h, em nenhum caso associado a sintomas constitucionais. Em relação à ocorrência de neuropatias para bortezomib SC versus (vs) EV, constatou-se ausência de NP em 80% vs 19%, NP sensitiva grau 1-2 em 19 vs 62%, NP motora em 0 vs 12%, NP autonómica em 9,5% vs 18%. Ocorreu redução de dose e sus- pensão em 12 e 31% vs 0 e 0% respectivamente para bortezomib SC e bortezomib EV. Conclusões: O bortezomib SC preserva a eficácia com redução da incidência e gravidade das neuropatias limitantes de dose e boa tolerabilidade local. Não ocorreu suspensão por motivos iatrogénicos. A preparação e inoculação é exequível a partir da formulação parentérica EV, permitindo atingir doses cumulativas superiores, optimizando a eficácia e constituindo uma opção válida na gestão das neuropatias limitantes de dose.
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