Presença e morte: o carácter efémero das artes do corpo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/30930 |
Resumo: | O presente artigo tem como objetivo refletir sobre um hipotético espaço de fronteira entre dança contemporânea e arte-performance questionando, ao mesmo tempo, a existência de limites, de uma separação demasiado estrita. Para esse efeito, foi selecionado e analisado um leque de obras que versam sobre a hibridização de linguagens artísticas, desde Signals (1970) do bailarino e coreógrafo Merce Cunningham, até Café Müller (1978) da coreógrafa Pina Bausch. Tanto a dança quanto a arte-performance são artes efémeras ou, de acordo com o sistema clássico, artes do tempo por oposição às artes do espaço - pintura, escultura e arquitetura. Têm sido igualmente denominadas artes alográficas, performativas ou, mais especificamente ainda, artes do corpo (Ribeiro, 1997). Diferentemente das tradicionais artes plásticas, que se materializam num suporte físico que não o corpo, ou da videoarte e do cinema, artes sem original, mediadas pelo próprio processo da “reprodutibilidade técnica” (Benjamin, 1992), as artes performativas exigem a presença do corpo, e a duração do presente, como instrumento fundamental para a sua efetivação. Nesse sentido, o artigo debruça-se também sobre esse elemento de efemeridade associado à dança e às artes performativas, e a consequente desvalorização de que estas têm sido alvo frente a outras práticas artísticas, académica e socialmente mais significativas. |
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Presença e morte: o carácter efémero das artes do corpoAlográficoDança contemporâneaEfémeroHibridizaçãoPerformance artO presente artigo tem como objetivo refletir sobre um hipotético espaço de fronteira entre dança contemporânea e arte-performance questionando, ao mesmo tempo, a existência de limites, de uma separação demasiado estrita. Para esse efeito, foi selecionado e analisado um leque de obras que versam sobre a hibridização de linguagens artísticas, desde Signals (1970) do bailarino e coreógrafo Merce Cunningham, até Café Müller (1978) da coreógrafa Pina Bausch. Tanto a dança quanto a arte-performance são artes efémeras ou, de acordo com o sistema clássico, artes do tempo por oposição às artes do espaço - pintura, escultura e arquitetura. Têm sido igualmente denominadas artes alográficas, performativas ou, mais especificamente ainda, artes do corpo (Ribeiro, 1997). Diferentemente das tradicionais artes plásticas, que se materializam num suporte físico que não o corpo, ou da videoarte e do cinema, artes sem original, mediadas pelo próprio processo da “reprodutibilidade técnica” (Benjamin, 1992), as artes performativas exigem a presença do corpo, e a duração do presente, como instrumento fundamental para a sua efetivação. Nesse sentido, o artigo debruça-se também sobre esse elemento de efemeridade associado à dança e às artes performativas, e a consequente desvalorização de que estas têm sido alvo frente a outras práticas artísticas, académica e socialmente mais significativas.This paper aims to reflect on a hypothetical threshold-space between contemporary dance and performance art, questioning at the same time the prevalence of too strict a boundary between them. To this end, a range of works involving hybridization of artistic languages were selected and analyzed, from Signals (1970) by American dancer and choreographer Merce Cunningham to Café Müller (1978) by German choreographer Pina Bausch. Both dance and performance art are ephemeral arts or, according to the classical system, arts of time as opposed to the arts of space - painting, sculpture and architecture. They have also been called allographic arts, performative arts or, perhaps more specifically, arts of the body (Ribeiro, 1997). Unlike traditional fine arts, which materialize in a physical object other than the body, unlike video-art and cinema, arts without originals, mediated by the process of “technical reproducibility” (Benjamin, 1992), performative arts require the presence of a human body - and the duration of the present - as a fundamental instrument for their realization. In that sense, the paper also focuses on the ephemerality factor associated with dance and performing arts, and the consequent devaluation these have suffered vis-à-vis other artistic practices, considered to be academic and socially more significant.Cine-Clube de Avanca2021-03-18T20:21:27Z2020-10-14T00:00:00Z2020-10-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/30930por2184-468210.37390/avancacinema.2020.a119Bessa, PedroSantos, Mariana Assunção Quintes dosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:59:42Zoai:ria.ua.pt:10773/30930Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:02:54.849640Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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