A procura de conciliação entre emanação e criação no diálogo entre a Patrística e a Filosofia Islâmica medieval

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dimas, Samuel
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/32640
Resumo: A reflexão clássica grega acerca do trânsito do Uno ao múltiplo recebe, por via das religiões do Livro, o nome de criação. Quer isto dizer que num contexto neoplatónico a noção de criação começa por ser o conceito religioso para dizer o movimento de emanação da realidade plural da realidade primigénia do Uno originário, conquistando progressivamente um outro sentido com a introdução judaico-cristã da ideia de criação a partir do nada (ex nihilo), desenvolvida por autores como, Gregório de Nissa, Santo Agostinho e são Tomás de Aquino. Na filosofia medieval islâmica do Oriente e do Ocidente al-Andalus, que herda da patrística a procura de harmonização do pensamento grego com a teologia judaico-cristã, desenvolve-se um profundo debate acerca da procura de conciliação da noção de emanação com a noção de criação. Este esforço de conciliação manifesta-se pelo recurso à noção neoplatónica da emanação e à noção aristotélica da causa primeira, para explicar a existência da pluralidade do Cosmos a partir da unidade do Ser divino primeiro.
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