A música popular madeirense no primeiro quartel do século XX: processos de erudição e folclorização
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.13/3608 |
Resumo: | O presente trabalho tem por objetivo estudar a música popular madeirense em contexto erudito, no primeiro quartel do século XX, facto que poderá ter sido o ponto de partida para a valorização da música popular de origem rural, sendo consequentemente registada e catalogada como folclore. Esta valorização partiu da composição de obras musicais destinadas a serem executadas em salas de concerto, com carácter erudito, mas que usaram temas melódicos populares que até então, eram uma prática exclusiva dos habitantes da Madeira em ambientes festivos de carácter rural. Por outro lado, e perante à ameaça de desaparecimento da vida rural como era conhecida, devida em parte ao processo de modernização e urbanização da sociedade, no início do século XX, surgiu a necessidade de registar e estudar a música rural. Dá-se então início ao processo de folclorização (Institucionalização do folclore) na Madeira, cujo principal expoente foi Carlos Santos, que publicou o seu primeiro livro Tocares e Cantares da Ilha em 1937. Tendo sido a música popular madeirense alvo de uma abordagem erudita em décadas anteriores ao trabalho de Carlos Santos, tomaremos como objeto de estudos algumas partituras para formação de orquestra (orquestra clássica e orquestra de sopros), cuja temática aborda a música popular rural e cuja data de composição se situe nas três primeiras décadas do século XX. Após a identificação dos temas melódicos populares, será feita uma comparação com os temas populares recolhidos por Carlos Santos para encontrar eventuais divergências e convergências. No campo cultural, é pertinente entender a importância dos fenómenos sociais e políticos que moldaram as práticas rurais, tendo como resultado a perceção da existência de um património cultural regional madeirense, baseado na autenticidade das suas manifestações artísticas. |
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