Lombalgia nos adolescentes: identificação de factores de risco psicossociais: estudo epidemiológico na Região da Grande Lisboa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coelho, Luís
Data de Publicação: 2005
Outros Autores: Almeida, Vanessa, Oliveira, Raúl
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/97869
Resumo: RESUMO - Objectivos: determinar a influência de factores de risco psicossociais na ocorrência de lombalgia durante o ano lectivo de 2002-2003 em adolescentes com idades compreendidas entre os 11 e os 15 anos moradores na Região da Grande Lisboa. Desenho do estudo: transversal e retrospectivo (tipo survey), baseado num questionário de auto-resposta e numa escala de validados. Métodos: amostra constituída por 208 adolescentes (103 rapazes e 105 raparigas) com idades entre os 11 e os 15 anos (média de 12,8 ± 1,44) e com distribuição homogénea nas principais variáveis. O questionário incluiu dados pessoais, factores psicossociais (tabagismo, participação desportiva, hábitos sedentários), escala visual análoga da dor, e foi, em conjunto com a escala de autoconceito de Piers- Harris, distribuído e recolhido pelos autores em escolas e clubes da Região de Lisboa. Resultados: a prevalência da lombalgia foi de 39,4%. Encontrámos relação entre a prevalência de lombalgia e a ausência de actividade física (p = 0,001), o tempo gasto em jogos electrónicos (p < 0,001), os indivíduos que não realizavam as deslocações casa-escola-casa a pé (p < 0,001) e o (baixo) nível de autoconceito (p < 0,001). A relação entre as variáveis — anos de prática desportiva e os níveis competitivos e outras actividades sedentárias (dormir, ver televisão) — e a ocorrência de lombalgia parece estar sobretudo relacionada com outro factor (autoconceito). A relação entre o tabagismo e a dor lombar não pode ser estabelecida de forma concludente. O ponto de prevalência presente foi de 16,3% e a prevalência cumulativa de 48,1%. Na maioria dos casos (72%), a lombalgia foi «uma situação benigna» resolvida espontaneamente em dois dias, mas pelo menos um em cada quatro jovens «sofredores» recorreu ao apoio externo (por exemplo tratamento médico, fisioterapia). 13% tornaram-se «sofredores» de lombalgia com agravamento do quadro inicial. Conclusões: a lombalgia nos jovens é um fenómeno comum que deve ser entendido como «uma experiência normal de vida». Existe uma associação entre a lombalgia e a ausência de prática desportiva, a ausência de deslocações casa- -escola-casa a pé, o tempo gasto em jogos electrónicos e o baixo nível de autoconceito. Os factores psicológicos, como o autoconceito, são importantes variáveis a ter em conta nos estudos de identificação de factores psicossociais associados à lombalgia.
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O questionário incluiu dados pessoais, factores psicossociais (tabagismo, participação desportiva, hábitos sedentários), escala visual análoga da dor, e foi, em conjunto com a escala de autoconceito de Piers- Harris, distribuído e recolhido pelos autores em escolas e clubes da Região de Lisboa. Resultados: a prevalência da lombalgia foi de 39,4%. Encontrámos relação entre a prevalência de lombalgia e a ausência de actividade física (p = 0,001), o tempo gasto em jogos electrónicos (p < 0,001), os indivíduos que não realizavam as deslocações casa-escola-casa a pé (p < 0,001) e o (baixo) nível de autoconceito (p < 0,001). A relação entre as variáveis — anos de prática desportiva e os níveis competitivos e outras actividades sedentárias (dormir, ver televisão) — e a ocorrência de lombalgia parece estar sobretudo relacionada com outro factor (autoconceito). A relação entre o tabagismo e a dor lombar não pode ser estabelecida de forma concludente. O ponto de prevalência presente foi de 16,3% e a prevalência cumulativa de 48,1%. Na maioria dos casos (72%), a lombalgia foi «uma situação benigna» resolvida espontaneamente em dois dias, mas pelo menos um em cada quatro jovens «sofredores» recorreu ao apoio externo (por exemplo tratamento médico, fisioterapia). 13% tornaram-se «sofredores» de lombalgia com agravamento do quadro inicial. Conclusões: a lombalgia nos jovens é um fenómeno comum que deve ser entendido como «uma experiência normal de vida». Existe uma associação entre a lombalgia e a ausência de prática desportiva, a ausência de deslocações casa- -escola-casa a pé, o tempo gasto em jogos electrónicos e o baixo nível de autoconceito. Os factores psicológicos, como o autoconceito, são importantes variáveis a ter em conta nos estudos de identificação de factores psicossociais associados à lombalgia.ABSTRACT - Objectives: to determinate the prevalence of self-reported (present and one-year recollection) low back pain (LBP) and its occurrence patterns, and to determine whether psychosocial factors have been associated with LBP, in adolescents (between 11 and 15 years), inhabitants in Greater Lisbon area. Study design: cross-sectional study based on a validated questionnaire and scale. Methods: convenience sample constituted by 208 young — 103 boys and 105 girls — with ages between 11 and 15 (average 12.8 ± 1.44) and with a homogeneous distribution in main variables. The questionnaire included, apart from personal data, questions concerning psychosocial factors (smoking, physical activity and sedentary habits in leisure time), and visual analogue pain scale. The self-concept scale (Piers- Harris children’s self-concept scale) has been utilized to get a global self-concept score. Both were distributed and collected in schools and clubs. Results: the prevalence of LBP was 39.4%. There was a significantly more LBP in subjects who reported not doing regular physical activity (p = 0.001) and in adolescents who do not walk to school (p < 0.001). Furthermore, there was a statistically significant positive association between LBP and time spent playing video games (p < 0.001) and low self-concept level (p < 0.001). The relation between variables — competitive sports and others sedentary activities (time spent watching TV and sleeping) — and LBP is related to the self-concept intervening factor. Finally, the relation between LBP and smoking is not conclusive. The «present point of prevalence» was 16.3% and the cumulative prevalence was 48.1%. In most cases (72%) the back pain was a «benign situation», resolving spontaneously within two days, but at least one sufferer in four looked for external support (e. g., medical treatment, physical therapy). Thirteen percent became back pain «suffers» with worsening of the initial picture. Conclusions: low back pain in adolescence is a common event and it should be understood as a «normal experience of life». There is an association between LBP and low exercise, subjects who do not walk to school, time spent playing games, and low self-concept level. The psychological factors, like selfconcept, must be present and controlled in any study about the psychosocial risk factors for low back pain.Universidade Nova de Lisboa, Escola Nacional de Saúde PúblicaRUNCoelho, LuísAlmeida, VanessaOliveira, Raúl2020-05-18T10:10:09Z2005-012005-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/97869porCoelho, Luís; Almeida, Vanessa Oliveira, Raúl - Lombalgia nos adolescentes : identificação de factores de risco psicossociais : estudo epidemiológico na Região da Grande Lisboa. Revista Portuguesa de Saúde Pública. ISSN 0870-9025. Vol. 23, Nº. 1 (Janeiro/Junho 2005), p. 81-900870-9025info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:44:44Zoai:run.unl.pt:10362/97869Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:38:48.867567Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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