As desigualdades em Portugal em contexto de pandemia da COVID-19: análise de determinantes sociais da saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Solinho, Luísa
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/154211
Resumo: RESUMO - Introdução: A desigualdade e iniquidade em saúde continuam a subsistir como um grave problema em todo o mundo. Existe vasta evidência de que fatores sociais e económicos, designados por determinantes sociais da saúde (DSS), modelam os nossos comportamentos e vidas, exercendo influência significativa no estado de saúde dos indivíduos e comunidades e nos resultados em saúde. Em contexto de pandemia da COVID-19, é importante analisar DSS e fenómenos como o teletrabalho e a perda de rendimento, por forma a conhecer o seu verdadeiro contributo no agravamento das desigualdades e iniquidades socias e em saúde da população portuguesa. Metodologia: Realizou-se um estudo quantitativo observacional transversal utilizando os dados obtidos através do questionário online “Barómetro Covid-19: Opinião Social” de uma amostra de 142.456 indivíduos com 16 ou mais anos de idade, profissionalmente ativos residentes em Portugal. O estudo das prevalências do teletrabalho e perda de rendimento e a relação entre os determinantes sociodemográficos e económicos e os fenómenos anteriormente mencionados foi efetuado através do teste de qui-quadrado de Pearson e da regressão logística univariada e multivariada, respetivamente. Resultados: Ao estudar o teletrabalho e a perda de rendimento, verificou-se que 52,0% da população se encontrava em teletrabalho e 38,3% dos inquiridos referiam perda de rendimento, desde o início da pandemia. Constatou-se que ser mulher, ter entre 46 e 65 anos, possuir escolaridade superior, ser trabalhador por conta de outrem, possuir rendimento mensal superior a 2501€ e residir no Algarve Algarve, aumenta a probabilidade de estar em teletrabalho. Já ter entre 16 e 25 anos, ser trabalhador por conta própria, possuir rendimento mensal familiar inferior a 650€, residir nos Açores e não estar em teletrabalho, aumenta a probabilidade da perda de rendimento. Conclusão: As desigualdades e iniquidades sociais e em saúde agravaram durante a pandemia, com a concentração de DSS desfavoráveis nos grupos populacionais mais vulneráveis. No desenvolvimento de estratégias e soluções políticas, os dados deste estudo devem ser considerados, visando a redução das disparidades naqueles que desproporcionalmente sofrem o impacto da pandemia.
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Metodologia: Realizou-se um estudo quantitativo observacional transversal utilizando os dados obtidos através do questionário online “Barómetro Covid-19: Opinião Social” de uma amostra de 142.456 indivíduos com 16 ou mais anos de idade, profissionalmente ativos residentes em Portugal. O estudo das prevalências do teletrabalho e perda de rendimento e a relação entre os determinantes sociodemográficos e económicos e os fenómenos anteriormente mencionados foi efetuado através do teste de qui-quadrado de Pearson e da regressão logística univariada e multivariada, respetivamente. Resultados: Ao estudar o teletrabalho e a perda de rendimento, verificou-se que 52,0% da população se encontrava em teletrabalho e 38,3% dos inquiridos referiam perda de rendimento, desde o início da pandemia. Constatou-se que ser mulher, ter entre 46 e 65 anos, possuir escolaridade superior, ser trabalhador por conta de outrem, possuir rendimento mensal superior a 2501€ e residir no Algarve Algarve, aumenta a probabilidade de estar em teletrabalho. Já ter entre 16 e 25 anos, ser trabalhador por conta própria, possuir rendimento mensal familiar inferior a 650€, residir nos Açores e não estar em teletrabalho, aumenta a probabilidade da perda de rendimento. Conclusão: As desigualdades e iniquidades sociais e em saúde agravaram durante a pandemia, com a concentração de DSS desfavoráveis nos grupos populacionais mais vulneráveis. No desenvolvimento de estratégias e soluções políticas, os dados deste estudo devem ser considerados, visando a redução das disparidades naqueles que desproporcionalmente sofrem o impacto da pandemia.ABSTRACT - Introduction: Health inequality and inequity continue to subsist as serious problem across the world. There is ample evidence that social and economic factors, designated social determinants of health (SDH), shape our behaviours and lives, exerting a significant influence on the health status of individuals and communities and on health outcomes. In the context of the COVID-19 pandemic, it is important to analyze SDH and phenomena such as telework and loss of income, to know their true contribution to the worsening of social and health inequalities and inequities in the Portuguese population. Methodology: A cross-sectional observational quantitative study was carried out using data obtained through the online questionnaire “Barometer Covid-19: Social Opinion”, of a sample of 142,456 individuals aged 16 or over, professionally active living in Portugal. The study of the prevalence of telework and loss of income and the relationship between sociodemographic and economic determinants and the mentioned phenomena was carried out using Pearson's chi-square test and univariate and multivariate logistic regression, respectively. Results: When studying telework and loss of income, it was found that 52,0% of the population was teleworking and 38,3% of the respondents reported loss of income, since the beginning of the pandemic. It was found that being a woman, aged between 46 and 65 years old, having higher education, being an employee, having a monthly family income above €2501 and residing in Algarve, increase the probability of teleworking. Aged between 16 and 25 years old, being self-employed, having a monthly family income of less than €650, residing in Azores and not teleworking, increase the probability of loss of income. Conclusions: Social and health inequalities and inequities worsened during the pandemic, with the concentration of unfavourable SDH in the most vulnerable population groups. In developing strategies and policy solutions, the data from this study should be considered, aiming to reduce disparities in those who disproportionately suffer the impact of the pandemic.Dias, SóniaGama, AnaRUNSolinho, Luísa2023-06-21T14:03:51Z20212021-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/154211TID:202987620porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:36:40Zoai:run.unl.pt:10362/154211Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:55:32.138864Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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