A importância do diagnóstico de necessidades diferenciadas de educação para a organização de uma pedagogia de ajuda na educação de infância: estudo da correspondência entre as necessidades educativas das crianças e as estratégias de intervenção desencadeadas pelos educadores

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gameiro, Maria Felícia Prudêncio Calado
Data de Publicação: 2000
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/13725
Resumo: Introdução - A educação de infância, inscreve-se no processo educativo que trata de possibilitar a construção de uma personalidade de acordo com a exigência e valores tidos como plausíveis no tempo e no contexto cultural em que se desenvolve a vida da criança. Assim, todas as funções são importantes e todas devem tender desde o eixo central básico que é prioritário: a construção humana. (Castillejo Brull, J.L. (1986, pág.38). Isto significa perspectivar a educação de infância como um projecto de vida da criança, no sentido de a encarar como um todo, centrada na inserção social do sujeito e centrada no desenvolvimento pessoal autónomo, permitindo o desenvolvimento dos interesses, das apetências, das necessidades intrínsecas e extrínsecas de cada criança (Zabalza, 1998,pág.63). É a ideia com que partimos para a elaboração deste estudo. Esta reflexão, que resulta da experiência profissional como educadora de infáncia, leva-nos a crer da existência de um fenómeno que é muito comum nos jardins de infância e também noutros níveis de ensino, que tem a ver com uma desadequação constatada entre as necessidades diferenciadas das crianças e as estratégias educativas utilizadas pelos educadores, que a maior parte das vezes, estão desajustadas das necessidades inerentes à própria criança. Encontramos explicação para justificar este fenómeno no facto destes profissionais de educação não estarem devidamente formados para organizar a prática educativa e pedagógica de acordo com as necessidades diferenciadas da criança. Perante esta constatação, as questões que se colocam são: Que sinais pertinentes reveladores de necessidades diferenciadas de educação, caracteriza. o educador na criança? - Como avalia o educador a prática educativa? - Que estratégias alternativas de acção dos actos e factos educativos são desenvolvidos pelo educador, partindo do pressuposto que cada situação educativa/pedagógica tem a sua especificidade? O conceito de necessidades diferenciadas de educação, não está muito clarificado, sobretudo porque no domínio da Educação Especial se vem utilizando, mas com um carácter bastante diferente daquele que pretendemos definir. Assim, recordemos que o conceito de Necessidades Educativas Especiais, embora seja relativamente recente, surgiu nos anos 70, em consequência do " Warnock Committeé", e do P.L. 94-142, respectivamente no Reino Unido e nos Estados Unidos. Emergiu, do conceito tradicional da Educação Especial, devido a transformações e actualizações exigidas pelas mudanças que se operaram de ordem politica, social, económica, judicial, científica e humanitária. A evolução deste conceito não só acarretou consequências na educação de crianças ditas especiais, como na educação em geral. Então, o conceito tradicional de Educação Especial é substituído pelo conceito de Necessidades Específicas Educativas. Este, para além de ter deixado de ser restrito, é mais abrangente, e permitiu ainda uma maior consolidação do princípio de que a educação é um bem de que todas as crianças devem ter oportunidade de usufruir. Ao terem as mesmas oportunidades, são sujeitas aos mesmos objectivos de educação, significando, portanto, que perante os mesmos objectivos a atingir, estas crianças, por diferenças que lhes são muito próprias e específicas, manifestam assim necessidades específicas diferenciadas. Perante esta realidade, impõe-se necessariamente um conjunto de medidas educativas diferenciadas respeitando a vasta população estudantil existente (Warnock, 1986). Isto implica que a definição de crianças deficientes, por um lado e os não deficientes por outro, se esbata e que assim cada criança seja vista por si só, pelas suas necessidades diferenciadas em educação. Ou seja, qualquer criança, ao longo do processo ensino-aprendizagem, e consoante as suas características individuais, apresenta necessidades educativas que se diferenciam, definindo-se estas por aquilo que cada um individualmente necessita para realizar progressos (Felgueiras, 1994). O conceito de Necessidades Diferenciadas de Educação foi defendido pela primeira vez por Barbosa (1997) nos seminários do curso de Mestrado em Educação, da Universidade de Évora e passou a ser desenvolvido nas diferentes teses orientadas por este Professor. O esforço deste docente tem-se afirmado no sentido de recentrar permanentemente este conceito, para assim autonomizá-lo cada vez mais da Educação Especial. Ao fazê-lo, este autor chama a atenção para o facto do educador de infância, ter de organizar a prática educativa, a partir de diagnósticos profundos das necessidades diferenciadas de educação de cada criança que integra o grupo. Contudo, chama sistematicamente a atenção para algumas implicações que se tornam decisivas: 1°. O educador de infância tem de ter um conhecimento da história de vida da criança;2°. Cada agente de ensino tem de ser sensível aos sinais de desconforto e de quebra de partilha que as crianças manifestam; 3°. O educador tem de ser formado por forma a superar as necessidades diagnosticadas, conjugando os esforços, metodologias e técnicas educativas neste sentido. Aqui, o que está em causa é ser capaz de escolher o método ou métodos que possam permitir melhor eficácia nas aprendizagens; 4°. O educador tem de ser capaz de através da avaliação, constatar o processo evolutivo da criança, verificando se houve ou não evolução nos aspectos que constituem os objectivos prioritários da programação (Sousa, A 1997,pág.24); Luis Barbosa, sustenta então que, o Diagnóstico das Necessidades Educativas Diferenciadas, terá de ser conseguido por educadores que utilizem a atitude de pesquisa no seu trabalho diário, a fim de inferir as necessidades educativas das crianças, a partir das suas manifestações comportamentais. A inferência é, segundo Estrela (1994): " a interpretação do observador, formulada a partir de comportamentos observados e apenas destes. Em princípio, a inferência deverá ser orientada para a determinação das finalidades dos comportamentos. Neste caso, poderá constituir a primeira pista explicativa de comportamentos observados." O acto de inferir, é pois o que permite tornar eficaz a atitude de pesquisa científica.
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Assim, recordemos que o conceito de Necessidades Educativas Especiais, embora seja relativamente recente, surgiu nos anos 70, em consequência do " Warnock Committeé", e do P.L. 94-142, respectivamente no Reino Unido e nos Estados Unidos. Emergiu, do conceito tradicional da Educação Especial, devido a transformações e actualizações exigidas pelas mudanças que se operaram de ordem politica, social, económica, judicial, científica e humanitária. A evolução deste conceito não só acarretou consequências na educação de crianças ditas especiais, como na educação em geral. Então, o conceito tradicional de Educação Especial é substituído pelo conceito de Necessidades Específicas Educativas. Este, para além de ter deixado de ser restrito, é mais abrangente, e permitiu ainda uma maior consolidação do princípio de que a educação é um bem de que todas as crianças devem ter oportunidade de usufruir. Ao terem as mesmas oportunidades, são sujeitas aos mesmos objectivos de educação, significando, portanto, que perante os mesmos objectivos a atingir, estas crianças, por diferenças que lhes são muito próprias e específicas, manifestam assim necessidades específicas diferenciadas. Perante esta realidade, impõe-se necessariamente um conjunto de medidas educativas diferenciadas respeitando a vasta população estudantil existente (Warnock, 1986). Isto implica que a definição de crianças deficientes, por um lado e os não deficientes por outro, se esbata e que assim cada criança seja vista por si só, pelas suas necessidades diferenciadas em educação. Ou seja, qualquer criança, ao longo do processo ensino-aprendizagem, e consoante as suas características individuais, apresenta necessidades educativas que se diferenciam, definindo-se estas por aquilo que cada um individualmente necessita para realizar progressos (Felgueiras, 1994). 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O educador tem de ser formado por forma a superar as necessidades diagnosticadas, conjugando os esforços, metodologias e técnicas educativas neste sentido. Aqui, o que está em causa é ser capaz de escolher o método ou métodos que possam permitir melhor eficácia nas aprendizagens; 4°. O educador tem de ser capaz de através da avaliação, constatar o processo evolutivo da criança, verificando se houve ou não evolução nos aspectos que constituem os objectivos prioritários da programação (Sousa, A 1997,pág.24); Luis Barbosa, sustenta então que, o Diagnóstico das Necessidades Educativas Diferenciadas, terá de ser conseguido por educadores que utilizem a atitude de pesquisa no seu trabalho diário, a fim de inferir as necessidades educativas das crianças, a partir das suas manifestações comportamentais. A inferência é, segundo Estrela (1994): " a interpretação do observador, formulada a partir de comportamentos observados e apenas destes. Em princípio, a inferência deverá ser orientada para a determinação das finalidades dos comportamentos. Neste caso, poderá constituir a primeira pista explicativa de comportamentos observados." O acto de inferir, é pois o que permite tornar eficaz a atitude de pesquisa científica.Universidade de Évora2015-03-27T17:06:50Z2015-03-272000-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10174/13725http://hdl.handle.net/10174/13725porDep C.S.teses@bib.uevora.pt676Gameiro, Maria Felícia Prudêncio Caladoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-03T18:59:37Zoai:dspace.uevora.pt:10174/13725Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:07:11.950247Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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Esta reflexão, que resulta da experiência profissional como educadora de infáncia, leva-nos a crer da existência de um fenómeno que é muito comum nos jardins de infância e também noutros níveis de ensino, que tem a ver com uma desadequação constatada entre as necessidades diferenciadas das crianças e as estratégias educativas utilizadas pelos educadores, que a maior parte das vezes, estão desajustadas das necessidades inerentes à própria criança. Encontramos explicação para justificar este fenómeno no facto destes profissionais de educação não estarem devidamente formados para organizar a prática educativa e pedagógica de acordo com as necessidades diferenciadas da criança. 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O educador tem de ser capaz de através da avaliação, constatar o processo evolutivo da criança, verificando se houve ou não evolução nos aspectos que constituem os objectivos prioritários da programação (Sousa, A 1997,pág.24); Luis Barbosa, sustenta então que, o Diagnóstico das Necessidades Educativas Diferenciadas, terá de ser conseguido por educadores que utilizem a atitude de pesquisa no seu trabalho diário, a fim de inferir as necessidades educativas das crianças, a partir das suas manifestações comportamentais. A inferência é, segundo Estrela (1994): " a interpretação do observador, formulada a partir de comportamentos observados e apenas destes. Em princípio, a inferência deverá ser orientada para a determinação das finalidades dos comportamentos. Neste caso, poderá constituir a primeira pista explicativa de comportamentos observados." O acto de inferir, é pois o que permite tornar eficaz a atitude de pesquisa científica.
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